Escolas municipais e Cmei atendem 80 alunos surdos
Eles recebem atendimento específico com atenção especial prestada por professores intérpretes de Libras
A Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME) reconhece os direitos de todos a uma educação de qualidade. Especificamente aos surdos, a pasta reconhece os direitos educacionais e linguísticos que esses sujeitos possuem de crescerem bilíngues no que se refere às duas línguas envolvidas, o português, na modalidade escrita e a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Onde há surdos matriculados, a SME encaminha um professor intérprete, além do encaminhamento desse aluno a um dos Centros Municipais de Apoio à Inclusão (Cmai), para que ele aprimore seus conhecimentos na Libras e no português escrito.
O decreto 10.436 da Lei da Acessibilidade consta que a LBS / Libras (Língua Brasileira de Sinais) é reconhecida como segunda língua oficial do Brasil. A necessidade da comunicação em língua de sinais é muito importante para a comunidade surda, que chega a ser 7% da população, segundo o último Censo do IBGE 2010. Atualmente é garantido ao surdo um tradutor intérprete de Libras nas escolas, sejam públicas ou privadas. A SME tem, como uma de suas prioridades, promover a inclusão de educandos com necessidades especiais específicas. A rede conta com dois Centros Municipais de Apoio à Inclusão, Cmai Brasil Di Ramos Caiado e Cmai Maria Thomé Neto.
Em seu quadro de servidores, a SME conta com, além de um professor para cada educando, mais oito professores de Libras estrategicamente modulados em coordenadorias regionais de educação para propiciar, nas instituições com surdos matriculados, a formação e orientação específicas em contexto. O intuito é que seja desenvolvida uma educação de qualidade para esses alunos. Atualmente, são atendidos 80 educandos em 56 unidades da rede. Os educadores presentes nas instituições realizam a função de interpretar as aulas e auxiliam na inclusão do educando surdo em sala, junto aos colegas e a instituição como um todo.
O professor intérprete de Libras, Leone de Morais Nogueira Xavier, trabalha na Escola Municipal Itamar Martins Ferreira e acompanha o educando Erick Lima da Silva que cursa o 9º ano. Ele fala um pouco da sua experiência com o aluno, que vai além da interpretação e como todos participam do processo de inclusão. Ele ensina Libras para os colegas de sala e os alunos amam essas aulas e o quanto isso facilita a comunicação entre eles. No dia a dia, interpreta as aulas de português para Libras e, de forma sucinta, sempre se preocupa em ensinar um pouco da língua aos outros professores e os conscientiza sobre como lidar com os surdos.
“O acompanhamento com o aluno surdo tem surtido efeito em sua socialização e aprendizado. Anteriormente ele fazia sons que ele não sabia que estava emitindo (que atrapalhavam a turma) agora ele já tem ciência dos sons que emite. Se relaciona muito bem com todos os educandos, conversa sobre assuntos diversos com seus colegas em Língua de Sinais. A Libras também tem auxiliado na participação de esportes, nas demais atividades e momentos importantes na unidade escolar. Como as demais aulas são traduzidas para Libras o educando tem tido boa aquisição de conteúdos e seu conhecimento de mundo aumentou muito através de aulas com recursos visuais. Seu entendimento e cooperação com as regras da sociedade aumentaram muito. Infelizmente o Erick ainda possui dificuldade com o português escrito, mas é um déficit que vem sendo trabalhado no atendimento individualizado sistematicamente no esforço de melhorar seu desempenho acadêmico”, explica o professor.
Euder Arrais, coordenador de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos da Gerência de Inclusão, Diversidade e Cidadania, informa que a SME se empenha no desenvolvimento e qualificação dessa modalidade. “O Centro de Formação da SME oferece cursos de formação continuada para os professores de Libras, intérpretes e demais servidores. Há projetos inovadores sendo elaborados, com implementação de materiais didáticos midiáticos bilíngues e também para formação e divulgação para todos os profissionais da educação a respeito das especificidades linguísticas e culturais dos surdos”, disse.
Adriene Bastos, da editoria de Educação e Esporte