Projeto de atletismo da prefeitura recupera expectativa de vida de jovens e adultos
Por meio do esporte, comunidade melhora saúde física e experimenta novas oportunidades de vida
Funcionária da Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME), Rosemeire trabalhou durante anos ministrando em sala de aula, até que viu a oportunidade de mudar a vida das pessoas através do atletismo. Com turmas em duas unidades, a professora trabalha com cerca de 80 alunos, variando entre crianças, jovens, adultos e idosos.
Rosemeire conta que no início as turmas foram abertas para crianças de 7 a 16 anos, mas que os pais, ao levar os filhos, se interessavam na prática e, assim, o projeto passou a contemplar também outras faixas etárias. “O objetivo inicial era trabalhar com crianças de 7 a 16 anos, só que os pais vinham trazer os alunos e acabavam fazendo parte desse grupo, tanto que agora tenho mais adultos do que crianças”, afirma.
A professora ressalta que o objetivo do projeto é iniciar a pessoa na atividade física, buscando melhoria na qualidade de vida e interação social. Ela conta que já teve alunos que estavam em situação de rua e, ao entrarem no esporte, puderam reerguer suas vidas e seguir nos caminhos dos estudos. “Já tive vários casos de alunos que viviam na rua pedindo coisas, em padarias, trouxe esse grupo para mim, ficaram comigo por dois, três anos e agora estão na escola integral. Mas, naquele momento, o esporte foi a melhor coisa que aconteceu na vida deles”, declara.
As fronteiras que o atletismo proporciona aos alunos já extravasaram as aulas. Foi formado um grupo de corrida, no qual os alunos se juntam para participar de corridas de rua, tanto em nível local, como em nível nacional e internacional. É o caso de Maria Isabel Mota da Silva, de 60 anos, que há seis entrou no esporte e já soma participações em diversas corridas, como a São Silvestre. Ela conta como começou no atletismo.
“Eu vim parar no atletismo lá na Praça Esporte, comecei com a natação. Aí conheci a Rosemeire e ela me chamou para treinar. Nisso, fui conquistando mais coisas. Na minha primeira corrida, eu senti que eu podia mais coisa, me senti bem, eufórica. Fui prosseguindo, correndo todas, tudo é um aprendizado. Já corri no exterior, faço São Silvestre. Todo dia eu treino”, conta Maria Isabel.
Quem também participa de corridas de rua é o Gilberto Augusto Nogueira, de 62 anos. O aposentado afirma que as competições servem de incentivo para buscar cada vez mais melhorias pessoais. “Isso, querendo ou não, traz uma qualidade de vida, você vai melhorando, vai te motivando. E depois que a gente aposenta, temos que ter algo. Isso foi muito bom para mim”, ressalta.
Além do aspecto físico, o atletismo também proporciona melhorias psicológicas e sociais. “Os benefícios são muito grandes, porque você se integra em novos grupos. Te abre um leque muito grande em termos de amizades, você sai do seu dia-a-dia”, salienta Gilberto.
As turmas da professora Rosemeire acontecem nos turnos da manhã e da tarde. Na Praça Esporte do Setor Pedro Ludovico, as aulas são às segundas, quartas e sextas, às 8h, para adultos. Nas terças e quintas, às 17h, para crianças. Na Eseffego, as aulas acontecem somente às terças e quintas, às 7h30. Para participar do projeto, os interessados devem procurar a professora para a realização da matrícula.
Núbia Alves, editoria de Educação e Esporte