Cientista premiada pela NASA e pesquisadora do Instituto do Câncer de São Paulo estudou na Rede Municipal de Goiânia
Patrícia Honorato Moreira começou seu interesse pela ciência com 12 anos, na Escola Municipal Monteiro Lobato. Hoje é pesquisadora e estuda Engenharia da Computação em São Paulo
No dia 11 de fevereiro é celebrado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência.
Um dos exemplos de sucesso e dedicação da Rede Municipal de Goiânia, Patrícia Honorato Moreira, de 24 anos, cursou o Ensino Fundamental na Escola Municipal Monteiro Lobato, no Setor OrienteVille. Ela já foi premiada pela Nasa em 2017, é estudante pesquisadora na Faculdade de Medicina da USP, faz iniciação científica no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e hoje cursa Engenharia da Computação.
A jovem cientista, que saiu da periferia de Goiânia, começou sua trajetória enquanto pesquisadora na escola municipal, ao participar de feiras de ciência e campeonatos de robótica. Durante visita a instituição, a estudante reencontrou professores e contou sua história. “Foi na escola, a partir dos 12 anos, que começou meu interesse pela ciência. Algumas ideias surgiram e mais à frente decidi que, de fato, iria prosseguir na pesquisa científica e acadêmica”, afirma Patrícia.
Pela sua boa atuação no ensino fundamental, Patrícia conseguiu bolsa para estudar no Sesi, durante o Ensino Médio. Durante a etapa internacional da competição de robótica First Lego League, em 2017, a jovem apresentou seu trabalho no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, onde fica a sede da Nasa.
“Desenvolvi uma pesquisa voltada para resolver o problema da eutrofização, aquela poluição das algas que tem nos lagos de Goiânia e acabam levando os animais aquáticos à mortandade. Criei uma solução para esse problema e participei em vários campeonatos de robótica com esse projeto. Na etapa internacional, na Nasa, consegui o primeiro lugar em apresentação de pesquisa”, conta Patrícia.
“Nunca na minha vida imaginei sair do Brasil. Não sabia falar inglês, vim de família humilde. Nunca imaginei chegar em um lugar como esse. E eu não parei somente na NASA e comecei a participar, no final do Ensino Médio, de várias feiras de ciências ao redor do Brasil. Cheguei a eventos internacionais, como a maior Feira de Ciência do Mundo (ISEF), em 2019, em Fênix, nos Estados Unidos”, completa.
Na ocasião, o projeto desenvolvido pela Patrícia foi um dos 1.400 finalistas entre todos os trabalhos desenvolvidos ao redor do mundo. A estudante também representou o Brasil e as Américas em Conferência Ambiental, na Universidade de Harvard, onde participaram apenas cinco estudantes de todo o mundo.
A estudante ressalta que não importa a realidade que viemos. “Tive muitos feitos que foram provocados desde a época do Ensino Fundamental por conta do meu envolvimento com a pesquisa científica. Hoje curso Engenharia da Computação com bolsa integral em São Paulo. Nunca foi me dito que eu poderia seguir esse caminho. Persisti perante as dificuldades que eu passei ao longo do Ensino Fundamental e Médio, vindo de família que não tinha muitas condições financeiras”, relata.
Atualmente, Patrícia é vinculada como estudante pesquisadora na Faculdade de Medicina da USP e faz iniciação científica no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Sua pesquisa é na área de Inteligência artificial e câncer. “Por mais que as pessoas digam que nós mulheres não somos capazes e inteligentes, devemos seguir uma carreira e persistir”, completa.
Dia Internacional
No dia 11 de fevereiro, é comemorado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. A data foi instituída em 2015, durante Assembleia Geral das Nações Unidas, para reconhecer o papel fundamental exercido pelas mulheres e pelas meninas na ciência e na tecnologia. A igualdade de gênero é uma prioridade global da UNESCO, com apoio a jovens meninas, suas formações e habilidades plenas, para fazer com que suas ideias sejam ouvidas e impulsionem o desenvolvimento e a paz.