You are currently viewing Língua Portuguesa – Literatura e gramática

Língua Portuguesa – Literatura e gramática

Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base as sequências didáticas propostas pelo Programa Aprender Sempre, da SME-Goiânia, com base no DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental.

Disponível em: <https://pixabay.com/images/id-5235474/> Acesso em: 03, abr. 22

Escrever um texto é como costurar um tecido: as ideias são amarradas por nós em um traçado que deve ter coesão e coerência. Além da coesão e coerência na elaboração de texto, há vários recursos da língua que podem e devem ser utilizados, tais como recursos lexicais e pronominais, discurso direto e indireto e sinônimos e antônimos.

Em um texto literário, é comum que haja  transições entre a voz do narrador e das personagens. Nesse caso, é possível pensar que o narrador está dentro da cabeça da personagem. Há formas diferentes de retratar o discurso na voz do narrador e das personagens. Veja duas delas:

Discurso direto: é a transcrição exata das falas das personagens, sem a participação do narrador. É o mais natural e comum dos tipos de discurso. Essa fala das personagens é anunciada por um verbo de dizer (dicendi), ou seja, um verbo de elocução. Esse verbo pode aparecer antes, no meio ou depois da fala direta.

Exemplos:

  1. Alice pensou:

– Para que serve um livro sem figuras nem diálogos?

  1. Alice pensou: ”Para que serve um livro sem figuras nem diálogos?”
  2. ”Para que serve um livro sem figuras nem diálogos?” – pensou Alice.

Discurso indireto: a apresentação das falas das personagens é feita pelas palavras do narrador. Assim, é sempre feito na 3.ª pessoa, nunca na 1.ª pessoa. O discurso indireto é, também, introduzido por verbos de elocução que anunciam o discurso. Após esses verbos aparecem conjunções (como as conjunções que e se), que marcam a separação da fala do narrador e da fala da personagem transmitida pelo narrador.

Exemplos:

  1. Alice pensou sobre para que servia um livro sem figuras nem diálogos.
  2. Alice pensou sobre a serventia de um livro sem figuras nem diálogos.
  3. Alice pensou se um livro sem figuras nem diálogos serviria para alguma coisa.

Outro recurso importante na progressão do texto é o emprego do pronome. Ele pode garantir a coesão em um texto dinâmico e não repetitivo. Dessa forma, a recepção do texto por parte do leitor se torna mais acessível e agradável, além de oportunizar a ampliação de vocábulos e habilidades de escrita. 

Mais uma dica para enriquecer um texto literário é utilizar um amplo vocabulário, explorando os sinônimos e antônimos.

Sinônimo: palavra ou expressão que possui sentido parecido com o de outra palavra, ou expressão. 

fraco/débil

 à toa/ao acaso 

Antônimo: palavra ou expressão que tem significado oposto ao de outra. 

ir/vir

 fraco/forte

bonito/feio

Ao ler textos literários, além de adentrar ao universo mágico ou real que ele proporciona, você tem o hábito de observar a gramática deles? Esse tópico pode te ajudar muito a compreender o texto e, ainda, te auxiliar na produção dos seus.

Assista à videoaula do professor Marlon Santos com essa temática.

Canal Portal Conexão Escola – 7º ano – Língua Portuguesa – Aprender Sempre – 2º Bi Videoaula 2 – Literatura e Gramática – Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=EO4RM23KnqM> Acesso em: 02, mai. 2022

Vamos responder algumas questões?

Leia o trecho de O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, e responda às questões.

I

Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, “Histórias Vividas”, uma imponente gravura. Representava ela uma jiboia que engolia uma fera. Eis a cópia do desenho. 

Dizia o livro: “As jiboias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem os seis meses da digestão.” 

Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o meu primeiro desenho. Meu desenho número 1 era assim:

SAINT-EXUPÉRY, A. de. O Pequeno Príncipe. 48ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 2009, p. 7-9.

Mostrei minha obra-prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo. 

Responderam-me: “Por que é que um chapéu faria medo?” 

Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jiboia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jiboia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações. Meu desenho número 2 era assim:

As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jiboias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao cálculo, à gramática. Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando… 

Tive então que escolher outra profissão e aprendi a pilotar aviões. Voei por quase todas as regiões do mundo. E a geografia, é claro, me ajudou muito. Sabia distinguir, num relance, a China e o Arizona. Isso é muito útil, quando se está perdido na noite. 

Desta forma, ao longo da vida, tive vários contatos com muita gente séria. Convivi com as pessoas grandes. Vi-as bem de perto. Isso não melhorou a minha antiga opinião. 

Quando encontrava uma que me parecia um pouco esclarecida, fazia a experiência do meu desenho número 1, que sempre conservei comigo. Eu queria saber se ela era, na verdade uma pessoa inteligente. Mas a resposta era sempre a mesma: “É um chapéu”. Então eu não falava nem de jiboias, nem de florestas virgens, nem de estrelas. Colocava-me no seu nível. Falava de bridge, de golfe, de política, de gravatas. E a pessoa grande ficava encantada de conhecer um homem tão razoável.

SAINT-EXUPÉRY, A. de. O Pequeno Príncipe. 48ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 2009, p. 7-9.

QUESTÃO 1

Na escrita de um texto, o autor procura utilizar recursos que provocam determinados efeitos de sentido como o humor, a ironia, alguma crítica, emoções diversas no leitor. Leia o trecho a seguir e reflita:

As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando...

A) Que recurso pode ser notado no texto para provocar algum efeito no leitor?

B) Qual reflexão pode ser feita pelo leitor a partir deste trecho?

QUESTÃO 2

Releia o seguinte trecho:

Dizia o livro: “As jibóias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem os seis meses da digestão.”

A) O conteúdo do livro, no trecho, é expresso no discurso direto. Levante hipóteses: por que a fala está escrita dessa forma?

B) Reescreva o trecho passando-o para o discurso indireto, ou seja, o narrador, com sua própria voz, dizendo o que está no livro.

C) Para passar o trecho do discurso direto para o discurso indireto foram utilizadas por você quais alterações? 

QUESTÃO 3

Leia o seguinte trecho:

Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, “Histórias Vividas”, uma imponente gravura.

As palavras destacadas podem ser substituídas, sem que altere seu significado, por quais sinônimos?

(A) Pomposo desenho

(B) Importante rascunho

(C) Impostora gravação

(D) Insignificante ilustração

QUESTÃO 4

Na sua opinião, qual é a importância da seleção vocabular na hora de criar histórias? Em que o cuidado com os sinônimos pode contribuir com a escrita de um texto?

Leia o trecho a seguir para responder às duas próximas questões:

Sabia distinguir, num relance, a China e o Arizona. Isso é muito útil, quando se está perdido na noite.

QUESTÃO 5

O termo em destaque está retomando qual ideia expressa na oração anterior?

(A) Saber distinguir.

(B) Saber o que é útil.

(C) Saber que está perdido.

(D) Voar pela China e pelo Arizona.

QUESTÃO 6

Qual é o benefício de utilizarmos pronomes retomando e substituindo termos expressos anteriormente no texto?


Autoria:Marlon Santos
Formação:Letras – Português
Componente curricular:Língua Portuguesa
Habilidades estruturantes:(EF06LP12) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial (nome e pronomes), recursos semânticos de sinonímia, antonímia e homonímia e mecanismos de representação de diferentes vozes (discurso direto e indireto).
(EF69LP47-A) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, as escolhas lexicais típicas de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo.
(EF07LP13) Estabelecer relações entre partes do texto, identificando substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos), que contribuem para a continuidade do texto.
(EF67LP36) Utilizar, ao produzir texto do campo Artístico-Literário, recursos de coesão referencial (léxica e pronominal) e sequencial e outros recursos expressivos adequados ao gênero textual.
Referências:GOIÂNIA. Secretaria Municipal de Educação. Aprender Sempre. 6° ao 9º ano – Ensino Fundamental; Língua Portuguesa; 2° Bimestre; Goiânia, 2022.