Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base as sequências didáticas propostas pelo Programa Aprender Sempre, da SME-Goiânia, com base no DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental.
A progressão temática no texto acontece mediante a inserção de novas informações que fazem com que o tema seja desenvolvido nele, como os articuladores sequenciais, que são mecanismos de coesão (como as conjunções) utilizados para garantir a articulação entre as partes do texto e para estabelecer relações entre as informações.
Quando lemos ou escrevemos, é importante que o texto faça sentido e tenha fluidez. Isso significa que as ideias precisam estar conectadas de forma clara e ordenada, para que o leitor consiga acompanhar facilmente o que está sendo dito. Para garantir isso, existem elementos essenciais na construção de um bom texto: coesão, coerência e progressão textual.
Coesão e coerência textual
A coesão está relacionada com a forma como as palavras, frases e parágrafos se conectam entre si. Ela é responsável por criar ligações que tornam o texto mais fluido e compreensível. Existem algumas ferramentas que ajudam a garantir a coesão, como:
Pronomes: eles ajudam a substituir palavras já mencionadas, evitando repetições. Exemplo: “O João gosta de nadar. Ele pratica todos os dias.”
Conjunções: palavras que ligam frases e orações, como “e”, “mas”, “porém”, “porque”. Exemplo: “Eu estudei para a prova porque quero tirar boa nota.”
Advérbios: eles indicam como, quando ou onde algo aconteceu. Exemplo: “Ela correu rapidamente para o colégio.”
A coerência, por sua vez, diz respeito à ligação lógica das ideias, a amarração entre elas para a progressão e sentido do texto.
Esses recursos fazem com que as ideias se conectem de maneira lógica e sem interrupções.
Progressão textual
A progressão textual refere-se à maneira como as ideias evoluem ao longo do texto. Para que o texto tenha boa progressão, é necessário que ele siga uma sequência de ideias que se desenvolvem de forma natural e que o leitor consiga entender como uma ideia leva à outra.
A progressão textual garante que o texto tenha um ritmo adequado, conduzindo o leitor de uma ideia para a outra de forma clara e contínua. Assim, se os elementos de coesão e coerência do texto estão bem articulados, naturalmente o texto terá uma boa progressão.
Coesão e progressão textual nas lendas indígenas
As lendas indígenas são narrativas tradicionais que fazem parte da cultura dos povos indígenas, transmitidas de geração em geração. Elas frequentemente explicam fenômenos da natureza, como a origem dos animais, das plantas ou das estrelas, e transmitem valores importantes para a comunidade.
Na produção dessas lendas, tanto a coesão quanto a progressão textual são fundamentais para que a história seja bem contada e fácil de entender.
Nas lendas indígenas, a coesão é muito importante para garantir que a história flua e que o ouvinte ou leitor compreenda a sequência dos acontecimentos. Por exemplo, o uso de pronomes ajuda a manter a ligação entre os personagens. Se um personagem for apresentado no início da lenda, ele poderá ser chamado posteriormente apenas pelo pronome “ele” ou “ela”, evitando repetições. O emprego das conjunções como “mas”, “então”, “porém” ajudam a conectar as diferentes partes da história, dando a ela um ritmo mais fluido. Exemplo: “A cobra estava muito cansada, mas ela continuou sua jornada.”
Ao compreender como a coesão e a progressão atuam, os narradores e escritores de lendas podem criar histórias mais envolventes e claras, facilitando a transmissão do conhecimento e da sabedoria ancestral de forma eficiente.
Assista à videoaula do professor Marlon Santos com essa temática.
Responda às questões a seguir.
Leia a lenda a seguir:
A Lenda da Mandioca (lenda dos índios Tupi)
Nasceu uma indiazinha linda e a mãe e o pai tupis espantaram-se:
__ Como é branquinha esta criança!
E era mesmo. Perto dos outros curumins da taba, parecia um raiozinho de lua. Chamaram-na Mani. Mani era linda, silenciosa e quieta. Comia pouco e pouco bebia. Os pais preocupavam-se.
__ Vá brincar, Mani, dizia o pai.
__ Coma um pouco mais, dizia a mãe.
Mas a menina continuava quieta, cheia de sonhos na cabecinha. Mani parecia esconder um mistério. Uma bela manhã, não se levantou da rede. O pajé foi chamado. Deu ervas e bebidas à menina. Mas não atinava com o que tinha Mani. Toda a tribo andava triste. Mas, deitada em sua rede, Mani sorria, sem doença e sem dor.
E sorrindo, Mani morreu. Os pais a enterraram dentro da própria oca. E regavam sua cova todos os dias, como era costume entre os índios Tupis. Regavam com lágrimas de saudade. Um dia perceberam que do túmulo de Mani rompia uma plantinha verde e viçosa.
__ Que planta será esta? Perguntaram, admirados. Ninguém a conhecia.
__ É melhor deixá-la crescer, resolveram os índios.
E continuaram a regar o brotinho mimoso. A planta desconhecida crescia depressa. Poucas luas se passaram e ela estava altinha, com um caule forte, que até fazia a terra se rachar em torno.
__ A terra parece fendida, comentou a mãe de Mani.
__ Vamos cavar?
E foi o que fizeram. Cavaram pouco e, à flor da terra, viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor dos curumins, nome que dão aos meninos índios. Mas, sob a casquinha marrom, lá estava a polpa branquinha, quase da cor de Mani. Da oca de terra de Mani surgia uma nova planta!
__ Vamos chamá-la Mani-oca, resolveram os índios.
__ E, para não deixar que se perca, vamos transformar a planta em alimento!
Assim fizeram! Depois, fincando outros ramos no chão, fizeram a primeira plantação de mandioca. E até hoje entre os índios do Norte e Centro do Brasil é este um alimento muito importante.
E, em todo Brasil, quem não gosta da plantinha misteriosa que surgiu na casa de Mani?
A Lenda da Mandioca (lenda dos índios Tupi). Adaptação de Maria Thereza Cunha de Giacomo. Ilustrações de Heinz Budweg. Coleção “Lendas brasileiras”, n.7. 2 ed. Edições Melhoramentos: São Paulo, 1977.
QUESTÃO 1
Ao longo do texto, por quais outros nomes Mani é mencionada?
QUESTÃO 2
Conforme o texto, como Mani é caracterizada?
QUESTÃO 3
A lenda da Mani Oca, ou da Mandioca, é uma das lendas indígenas mais conhecidas. Você conhece alguma outra lenda indígena? De qual povo? Relate sobre essa lenda e diga onde você a conheceu.
QUESTÃO 4
Releia o seguinte fragmento retirado da lenda indígena:
E sorrindo, Mani morreu. Os pais a enterraram dentro da própria oca. E regavam sua cova todos os dias, como era costume entre os índios Tupis. Regavam com lágrimas de saudade. Um dia perceberam que do túmulo de Mani rompia uma plantinha verde e viçosa.
a) Os verbos de ação conferem ao texto a progressão dos acontecimentos. Indique quais são esses verbos e aponte a qual ação eles se referem.
b) A locução adverbial “um dia”, na terceira linha do texto, foi empregada com qual objetivo?
QUESTÃO 5
Releia o seguinte trecho:
Toda a tribo andava triste. Mas, deitada em sua rede, Mani sorria, sem doença e sem dor.
Explique qual é a relação que a palavra destacada exerce entre os dois períodos.
QUESTÃO 6
A progressão textual no trecho “A planta desconhecida crescia depressa” é importante para o andamento da narrativa porque ela
(A) apresenta uma mudança de cenário.
(B) dá continuidade ao mistério da planta.
(C) resolve o conflito da história.
(D) introduz uma nova personagem.
QUESTÃO 7
Na frase “Ninguém a conhecia”, a coesão é mantida pelo uso do pronome “a” para substituir
(A) o nome indígena Mani.
(B) a planta que estava crescendo.
(C) o mistério da menina Mani.
(D) o nome dos pais de Mani.
Autoria: | Marlon Santos |
Formação: | Letras – Português |
Componente curricular: | Língua Portuguesa |
Habilidades estruturantes: | (EF05LP07) Identificar, em textos, o uso de conjunções e a relação que estabelecem entre partes do texto: adição, oposição, tempo, causa, condição, finalidade. (EF05LP27) Utilizar, ao produzir o texto, recursos de coesão pronominal (pronomes anafóricos) e articuladores de relações de sentido (tempo, causa, oposição, conclusão, comparação), com nível adequado de informatividade. (EF69LP47-A) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, as escolhas lexicais típicas de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo. |
Referências: | GOIÂNIA. Secretaria Municipal de Educação. Aprender Sempre. 6° ao 9º ano – Ensino Fundamental; Língua Portuguesa; 3° Bimestre; Goiânia, 2022. |