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Língua Portuguesa – As orações coordenadas

Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base as sequências didáticas propostas pelo Programa Aprender Sempre, da SME-Goiânia, com base no DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental.

Hand hold Stack of books genius boy, Hand Drawn Sketch Vector illustration. / / Imagem 1: Gramática. Disponível em: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/segure-a-mao-pilha-de-livros-menino-genio-ilustracao-vetorial-de-esboco-desenhado-a-mao_30138129.htm> Acesso em: 16, jun. 23

Na língua portuguesa, uma oração é uma unidade sintática que indica uma ação verbal. Quanto mais complexa for uma frase, certamente mais verbos ou locuções verbais ela terá. Cada um desses verbos ou locuções verbais é uma oração, mesmo que não tenha sentido completo. Quando temos uma frase que tem uma ou mais orações e sempre apresenta sentido completo, temos, portanto, um período. Se ele apresenta apenas um verbo, dizemos que é um período simples. Se apresenta mais verbos, dizemos que é um período composto.

As orações são estruturas fundamentais para a construção de frases e textos coerentes. Elas permitem a comunicação de ideias, a expressão de ações, emoções, fatos e pensamentos. Cada oração é autônoma e possui uma estrutura própria, com uma organização gramatical que segue as regras da língua. 

Ao entender e dominar as orações, é possível construir frases claras e concisas, transmitindo efetivamente a mensagem desejada. No estudo da gramática normativa da língua portuguesa, temos as orações absolutas, coordenadas e subordinadas. Neste texto, você poderá compreender sobre as orações coordenadas. 

As orações coordenadas são estruturas que se relacionam de maneira independente dentro de um período, ou seja, não há uma relação sintática entre elas. 

Essas orações podem ser classificadas como orações coordenadas sindéticas e assindéticas. A compreensão dessas estruturas contribui para a organização e a clareza do texto, permitindo a expressão de diferentes relações entre as ideias ao utilizar adequadamente a coordenação nas frases.

As orações coordenadas assindéticas são orações coordenadas que não possuem conjunções coordenativas para conectá-las, ou seja, não há palavras de ligação entre elas. Essas orações são identificadas pela ausência de conectivos. 

Veja alguns exemplos:

O dia passava, ela trabalhava ininterruptamente.

A chuva caía, ele olhava pela janela.

As orações coordenadas sindéticas são orações coordenadas conectadas por conjunções coordenativas, isto é, palavras de ligação, que podem ser aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas. Vamos explorar cada tipo,  analisando exemplos, para que você possa identificar e entender melhor essas orações.

Orações coordenadas aditivas

São aquelas em que as ideias se somam ou se acrescentam. São conectadas pelas conjunções “e”, “nem”, “não só… mas também”, “também”, entre outras. Veja o exemplo:

Eu gosto de estudar matemática e meu irmão adora ciências.

Nesse caso, temos duas orações coordenadas aditivas conectadas pela conjunção “e”. Ambas as ideias se somam, mostrando que a pessoa gosta de estudar matemática e o irmão dela adora ciências. 

Orações coordenadas adversativas 

Expressam uma relação de oposição ou contraste entre as ideias. São conectadas por conjunções como “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia” e outras. Confira o exemplo:

Eu queria ir ao parque, mas estava chovendo muito.

Nesse exemplo, temos duas orações coordenadas adversativas conectadas pela conjunção “mas”. A primeira ideia expressa o desejo de ir ao parque, enquanto a segunda indica que não foi possível devido à chuva intensa.

Orações coordenadas alternativas

Apresentam opções ou alternativas. São conectadas pelas conjunções “ou”, “ora… ora”, “quer… quer” e outras. Observe:

Você pode escolher: estudar para a prova ou sair com os amigos.

Nesse caso, temos duas orações coordenadas alternativas conectadas pela conjunção “ou”. A primeira opção é estudar para a prova, e a segunda é sair com os amigos. Essas ideias se apresentam como alternativas uma à outra.

Orações coordenadas conclusivas

Expressam uma conclusão em relação ao que foi dito anteriormente. São conectadas por conjunções como “logo”, “portanto”, “então”, “assim” e outras. Confira o seguinte caso:

Estudei bastante, então consegui obter uma boa nota na prova.

Nesse exemplo, temos duas orações coordenadas conclusivas conectadas pela conjunção “então”. A primeira oração indica que a pessoa estudou bastante, enquanto a segunda expressa a consequência desse estudo, que foi a obtenção de uma boa nota na prova.

Orações coordenadas explicativas

São aquelas que explicam, justificam algo relacionado a oração anterior. São conectadas por conjunções como “porque”, “que”, “pois”, “porquanto” e outras. Observe o seguinte período:

Não saia lá fora porque é perigoso.

É importante lembrar que as orações coordenadas podem ocorrer de forma isolada ou em conjunto, formando períodos compostos por coordenação. Essas estruturas ajudam a enriquecer a escrita, tornando-a mais clara e expressiva. Elas são independentes entre si, possuindo sentido completo e podendo se conectar por meio de conjunções coordenativas, como “e”, “mas”, “ou”, “porém”, entre outras.

Cada oração coordenada possui autonomia sintática e semântica, contribuindo para a construção do sentido global do texto. Já as orações subordinadas são dependentes, isto é, não possuem sentido completo por si só e estão ligadas a uma oração principal. Essas orações subordinadas exercem uma função específica dentro da estrutura da frase, introduzindo informações adicionais, como causa, consequência, condição, tempo, entre outras. Elas são introduzidas por conjunções subordinativas, como “que”, “se”, “porque”, “quando”, entre outras, estabelecendo uma relação de subordinação em relação à oração principal. 

A diferença fundamental entre as orações coordenadas e as subordinadas está na autonomia e na relação sintática e semântica estabelecida com a oração principal, sendo que as coordenadas são independentes, enquanto as subordinadas são dependentes e exercem uma função específica dentro da estrutura da frase.

Leia o fragmento de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, para responder às questões 1 e 2.

Com efeito, um dia de manhã, estando a passear na chácara, pendurou-se-me uma ideia no trapézio que eu tinha no cérebro. Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a fazer as mais arrojadas cabriolas de volatim, que é possível crer. Eu deixei-me estar a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, até tomar a forma de um X: decifra-me ou devoro-te.

ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Abril, 2010, p. 24.

QUESTÃO 1

Machado de Assis, um dos maiores escritores brasileiros, viveu entre 1839 e 1908. Considerando o emprego da língua portuguesa na época em que o autor viveu em contraste com nossa atualidade, é possível que o leitor da obra machadiana encontre certas dificuldades para compreender rapidamente o texto. Releia o fragmento acima, se preciso pesquise o significado de algumas palavras, e explique a ideia que o parágrafo exprime.

QUESTÃO 2

No fragmento de “Memórias de Brás Cubas”, o trecho em destaque pode ser identificado como uma:

(A) oração coordenada assindética.

(B) oração coordenada sindética adversativa.

(C) oração coordenada sindética alternativa.

(D) oração coordenada sindética aditiva.

Leia, a seguir, um trecho da obra “Quarto de despejo – diário de uma favelada”, de Carolina Maria de Jesus, e responda às questões 3 e 4.

15 DE JUNHO … Fui comprar carne, pão e sabão. Parei na banca de jornaes. Li que uma senhora e três filho havia suicidado por encontrar dificuldade de viver. (…) A mulher que suicidou-se não tinha alma de favelado, que quando tem fome recorre ao lixo, cata verduras nas feiras, pedem esmola e assim vão vivendo. (…) Pobre mulher! Quem sabe se de há muito ela vem pensando em eliminar-se, porque as mães tem muito dó dos filhos. Mas é uma vergonha para uma nação. Uma pessoa matar-se porque passa fome. E a pior coisa para uma mãe é ouvir esta sinfonia:

   – Mamãe eu quero pão! Mamãe, eu estou com fome! 

Penso: será que ela procurou a Legião Brasileira ou Serviço Social? Ela devia ir nos palacios falar com os manda chuva.

   A noticia do jornal deixou-me nervosa. Passei o dia chingando os politicos, porque eu também quando não tenho nada para dar aos meus filhos fico quase louca.

JESUS, Carolina Maria de. Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada. São Paulo: Ática, 2014, p. 62 e 63.

 QUESTÃO 3

Carolina Maria de Jesus foi uma escritora brasileira que se destacou pelos relatos da dura realidade de pobreza e fome na primeira  grande favela de São Paulo, a Canindé, sendo uma das primeiras escritoras negras do Brasil. Sua obra “Quarto de despejo – Diário de uma favelada” chegou a ser traduzida para 13 línguas, considerada como referência para estudos culturais e sociais dentro e fora do país. No fragmento acima, a narradora personagem faz uma denúncia social a partir de um quadro de revolta. O que motivou essa revolta na personagem, de acordo com o texto? Como você se sente ao ler esse relato?

QUESTÃO 4

A escrita de Carolina Maria de Jesus é simples, apresenta marcas de oralidade e desvios da norma culta da língua portuguesa, fruto da pouca instrução formal da escritora. Contudo, sua escrita é compreensível, sensível, crítica e coerente. No fragmento, é possível identificar períodos completos. Dentre os trechos a seguir, assinale aquele que apresenta uma característica explicativa pelo emprego de uma conjunção.

(A) Fui comprar carne, pão e sabão.

(B) Uma pessoa matar-se porque passa fome.

(C) Ela devia ir nos palacios falar com os manda chuva.

(D) A noticia do jornal deixou-me nervosa.

QUESTÃO 5

Leia o fragmento de texto retirado do livro “Das flores ao esquecimento”, de Marlon Santos.

Certa vez, mamãe fez uma viagem para Goiânia e, embora meu pai não tivesse ido, fiquei com vó Mezina e vô Manelim, meus avós maternos, até que ela voltasse. No quintal da casa deles tinha um jirau de madeira de mais ou menos meio metro de altura e uma torneira um pouco mais acima. Era ali, sentado em uma bacia de alumínio, que vovó me dava banho no fim da tarde. À noite, quentinho, dormia entre os dois.

SANTOS, Marlon. Mais perto das estrelas. In: Das flores ao esquecimento. 2 ed. Goiânia: Kelps, 2023, p. 74.

No trecho “Certa vez, mamãe fez uma viagem para Goiânia e, embora meu pai não tivesse ido, fiquei com vó Mezina e vô Manelim, meus avós maternos, até que ela voltasse.”, temos a presença de alguns termos acessórios que preenchem o período. Se considerarmos os termos essenciais da oração, o sujeito e o predicado, poderíamos ter “Certa vez, mamãe fez uma viagem para Goiânia e fiquei com vó Mezina e vô Manelim até que ela voltasse”. Agora, que o trecho está apresentado de maneira mais direta, escreva e explique que oração coordenada pode ser identificada nele.


Autoria:Marlon Santos
Formação:Letras – Português
Componente curricular:Língua Portuguesa
Habilidade estruturante:EF08LP11) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, agrupamento de orações em períodos, diferenciando coordenação de subordinação.
Referências:GOIÂNIA. Secretaria Municipal de Educação. Aprender Sempre. 6° ao 9º ano – Ensino Fundamental; Língua Portuguesa; 2° Bimestre; Goiânia, 2023.