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História – Pan-Africanismo: resistir para existir.

Esta é uma proposta de atividade de História com base no DC/GO – Ampliado e é destinada aos estudantes do 8º Ano do Ensino Fundamental Anos Finais.

O Pan-Africanismo

O Pan-Africanismo, um movimento que defende a solidariedade entre os povos africanos e a diáspora africana, teve suas raízes no contexto histórico de colonização, escravidão e exploração que moldaram o destino do continente africano e de seus descendentes dispersos pelo mundo. Este movimento surgiu como resposta à necessidade de união e resistência contra as injustiças perpetradas contra os africanos e seus descendentes.

Bandeira Pan-Africana

Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_Pan-Africana#/media/Ficheiro:Flag_of_the_UNIA.svg>. Acesso em: 22 nov. 2023.

O termo “Pan-Africanismo” começou a ganhar destaque no final do século XIX e início do século XX, coincidindo com o período em que muitas nações africanas estavam sob o jugo colonial. Líderes visionários, como Henry Sylvester Williams e W.E.B. Du Bois, foram pioneiros na promoção do Pan-Africanismo, buscando construir uma consciência coletiva entre os africanos e afrodescendentes ao redor do mundo. A Primeira Conferência Pan-Africana, realizada em 1900 em Londres, marcou um marco importante para o movimento. O evento reuniu líderes e intelectuais africanos e afrodescendentes para discutir estratégias de resistência contra o colonialismo e promover a unidade entre as diversas comunidades negras. Estas conferências subsequentes estenderam-se até a década de 1940, catalisando o desenvolvimento do Pan-Africanismo como uma força política e social.

Placa comemorativa em Manchester

Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Congresso_Pan-Africano#/media/Ficheiro:Manchester-fifth-pan-african-conference-1.jpg>. Acesso em: 22 nov. 2023.

O Pan-Africanismo influenciou profundamente os negros ao oferecer uma visão unificada da identidade negra, destacando as conexões históricas, culturais e sociais compartilhadas entre os africanos e seus descendentes na diáspora. A luta pela independência das nações africanas, que começou a ganhar impulso no pós-Segunda Guerra Mundial, refletiu os princípios do Pan-Africanismo, à medida que líderes africanos buscavam a autodeterminação e a liberdade de suas nações. Além disso, o Pan-Africanismo teve um papel crucial no desenvolvimento do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos e em outras partes da diáspora africana. Líderes como Marcus Garvey, que fundou a Associação Universal para o Progresso Negro (UNIA), promoveram ideais pan-africanos, buscando fortalecer a autoestima e a autonomia econômica dos negros.

Disponível em:<https://quilombouniapp.files.wordpress.com/2011/12/garvey-club1.jpg>. Acesso em: 22 nov. 2023.

No entanto, vale ressaltar que o Pan-Africanismo também enfrentou desafios, incluindo divergências ideológicas e estratégicas entre os líderes e as nações envolvidas. Apesar dessas dificuldades, o movimento continua a ser uma força significativa na promoção da unidade africana e na busca por justiça e igualdade para os negros em todo o mundo.

O Pan-Africanismo, desde sua origem até os desenvolvimentos ao longo do século XX, desempenhou um papel vital na consolidação da identidade negra e na luta contra as injustiças históricas. Ao promover a unidade entre os povos africanos e afrodescendentes, o movimento contribuiu para a conscientização, resistência e avanço em direção a uma maior igualdade e respeito pelos direitos humanos.

Responda às Questões

Questão 1

Defina Pan-africanismo e delimite o momento de seu desenvolvimento.

Questão 2

O pan-africanismo é um movimento que surgiu no início do século XX, buscando promover a unidade e solidariedade entre os povos africanos, tanto no continente quanto na diáspora. Defendia a ideia de que os africanos compartilham uma história comum de colonização e exploração, e que a cooperação era essencial para superar esses desafios. Inspirado por líderes como Marcus Garvey e W.E.B. Du Bois, o pan-africanismo teve impacto significativo na luta contra o colonialismo e na busca por direitos civis.

Qual foi um dos principais objetivos do movimento pan-africanista?

(A) Estabelecer o domínio de uma nação africana sobre as outras.

(B) Promover a unidade e solidariedade entre os povos africanos.

(C) Estimular o imperialismo europeu no continente africano.

(D) Defender a divisão e fragmentação dos estados africanos.

Questão 3

Analise criticamente o impacto do movimento pan-africanista no contexto histórico e contemporâneo. Como essa ideologia contribuiu para a formação da identidade africana e influenciou as lutas contra a colonização? Além disso, discuta como os princípios do pan-africanismo continuam relevantes na atualidade, considerando os desafios enfrentados pelos países africanos e pela diáspora africana.

Lembre-se de fundamentar sua resposta com exemplos específicos e evidências históricas para sustentar seus argumentos.

Questão 4

O movimento pan-africanista desempenhou um papel crucial na história, buscando unir os povos africanos em um contexto de colonização e exploração. Suas raízes remontam ao início do século XX, quando líderes visionários propuseram a ideia de solidariedade para superar os desafios comuns enfrentados pelo continente africano. Refletir sobre a importância desse movimento é fundamental para compreender a luta contra a opressão e os esforços para construir uma identidade coletiva.

Como o movimento pan-africanista contribuiu para moldar a narrativa histórica e fortalecer a identidade africana?

(A) Fomentou a competição entre as nações africanas, enfraquecendo sua coesão.

(B) Propagou ideias de supremacia racial, exacerbando as divisões no continente.

(C) Promoveu a unidade e solidariedade entre os povos africanos, enfrentando a colonização.

(D) Contribuiu para a submissão passiva diante das práticas coloniais europeias.

Autoria:Prof. Esp.: Uilson Silva Duarte
Formação:Licenciado em História e Pedagogia
Componente Curricular:História
Habilidades:(EF08HI26) Identificar e contextualizar o protagonismo das populações locais na resistência ao imperialismo na África e Ásia.
Referências bibliográficas:BARBOSA, M. S. Pan-africanismo e teoria social: uma herança crítica. África, [S. l.], n. 31-32, p. 135-155, 2012. DOI: 10.11606/issn.2526-303X.v0i31-32p135-155. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/africa/article/view/115352>. Acesso em: 22 nov. 2023.TAVARES, J. C. DIÁSPORA AFRICANA: A EXPERIÊNCIA NEGRA DE INTERCULTURALIDADE. In: Cadernos Penesb – Periódico do Programa de Educação sobre o Negro na Sociedade Brasileira – FEUFF. Rio de Janeiro/ Niterói – EdUFF, n.10, 2008-2010, p.77-85.