You are currently viewing História – O nascimento da República no Brasil e os processos históricos até a metade do século XX.

História – O nascimento da República no Brasil e os processos históricos até a metade do século XX.

Olá, educando (a). Esta videoaula de História foi veiculada na TV no dia 08/04/2021 (Quinta-Feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.

A decadência do regime monárquico, no final do século XIX, criou condições para a implantação da República no Brasil. Nesta aula, vamos analisar o contexto brasileiro em que foi proclamada a República, assim como as mudanças e permanências que marcaram a transição do século XIX para o século XX.

Temática – O nascimento da República no Brasil e os processos históricos até a metade do século XX. Fonte: DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 6° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. Disponível PNLD 2020.

Assista a videoaula abaixo, com a temática – O nascimento da República no Brasil e os processos históricos até a metade do século XX.

AGRUPAMENTO I | 9º ANO | CICLO DA ADOLESCÊNCIA |HISTÓRIA | PROF.: UILSON

Início da República no Brasil

O período da Primeira República era comumente dividido em “República da Espada”, que vai de 1889 a 1894, época em que o Brasil foi governado pelos militares Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, e “República Oligárquica”, de 1894 a 1930, em que prevaleceram os interesses dos grandes cafeicultores. Durante a República da Espada, os militares do Exército procuraram manter a ordem e centralizar o poder, reprimindo, por exemplo, rebeliões de setores da Armada (Marinha). Na República Oligárquica, os grupos das elites agrárias de São Paulo e de Minas Gerais assumiram o poder. Os oligarcas eram adeptos do federalismo, o que dava mais autonomia aos governos estaduais.

A primeira Constituição da República

Ao tomar o poder, os militares expulsaram do país o imperador D. Pedro II e organizaram um governo provisório. Em seguida, convocaram uma Assembleia Constituinte, formada por representantes dos grupos sociais que participaram do golpe, a fim de elaborar uma nova Constituição para o Brasil. Essa Constituição ficou pronta em 1891 e estabeleceu como regime político do país a República Federativa.

Veja outras características da Constituição de 1891.

• As províncias passaram a ser chamadas de estados e o país, de Estados Unidos do Brasil.

• O poder do Estado foi dividido em três: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.

• O mandato do presidente foi fixado em quatro anos, sem direito à reeleição.

• Eleições diretas, com voto aberto (não era secreto). Podiam votar os maiores de 21 anos que não fossem analfabetos, mendigos, soldados ou religiosos. A Constituição não fazia referência à participação política da mulher.

• Os povos indígenas não foram citados no documento da Constituição.

• Separação entre Estado e Igreja (não haveria mais religião oficial) e instituição do casamento civil.

Para caracterizar e analisar o política da “República Oligárquica” assistam ao vídeo abaixo:

Vídeo: REPÚBLICA OLIGÁRQUICA ,no canal Na Cola da Prova, no site YouTube

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=06dP0LmBRO4

As desigualdades sociais na Primeira República

A grande imigração

No início da República, ocorreu no Brasil a chamada “grande imigração”. Nesse período, muitos estrangeiros deixaram seus países de origem e vieram se estabelecer no Brasil. Desde a época da proibição do tráfico de escravizados africanos, em 1850, diversos grupos da elite brasileira compartilhavam a ideia de que era necessário trazer imigrantes para o Brasil, a fim de substituir a mão de obra escravizada. Com a abolição da escravidão, em 1888, grande parte da elite brasileira aderiu a essa ideia.

O governo republicano deu grande incentivo à imigração para o Brasil, investindo no subsídio da viagem das famílias de imigrantes. Os principais grupos que vieram para o Brasil nesse período foram os de origens italiana, portuguesa, espanhola, alemã, japonesa, libanesa e síria. Esses grupos de imigrantes tinham cada uma sua própria cultura e, ao se integrarem à sociedade brasileira, deram uma grande contribuição para a diversidade cultural presente em nosso país.

Muitos imigrantes que vieram para o Brasil durante a Primeira República foram trabalhar nos cafezais. O tipo de contrato estabelecido entre os imigrantes e os grandes proprietários era o colonato. De acordo com esse tipo de contrato, todos os integrantes da família, incluindo homens, mulheres e crianças, deveriam trabalhar na lavoura de café.

Em troca, cada família recebia uma parte do café colhido e uma pequena remuneração. Os imigrantes moravam em pequenas casas localizadas nas sedes das fazendas. De acordo com o colonato, eles podiam utilizar pequenos lotes de terras, onde cultivavam cereais e legumes para sua subsistência, vendendo o excedente de sua produção. Geralmente os imigrantes eram proibidos de sair das fazendas em que trabalhavam sem a autorização do proprietário. A situação de submissão se agravava ainda mais, pois os contratos estabelecidos com esses proprietários previa a quitação das dívidas da migração, obrigando-os a permanecer nas fazendas. Além disso, frequentemente eram vítimas de maus-tratos e acabavam fugindo para outras fazendas ou para as cidades, em busca de melhores condições de vida.

Conflitos sociais

Durante a Primeira República, as contradições sociais no país eram enormes. Enquanto as elites agrárias lutavam pela manutenção do seu poder e influência sobre o governo central, as classes populares e as populações indígenas, por exemplo, foram totalmente excluídas da participação política. A maioria da população vivia em condições difíceis e enfrentava problemas como falta de moradia e de trabalho.

Movimentos Messiânicos    Líderes religiosos.

Guerra de Canudos (BA 1896 – 1897): 

Antônio Conselheiro (líder).

Causas: miséria crônica da população nordestina, má distribuição de terras, descaso com o trabalhador rural, seca, aumento de impostos, separação entre religião e Estado decorrente da proclamação da República.

Camponeses seguem Antônio Conselheiro, formando o Arraial de Canudos (ou Arraial do Belo Monte), no interior da BA.

A Comunidade forma um Estado paralelo a República, abandonando as fazendas, deixando de pagar o dízimo e os impostos republicanos.

Governo republicano + Coronéis + Igreja unem-se contra Canudos.

Campanha de difamação contra Canudos atinge os principais jornais da capital, associando Canudos ao retorno da monarquia.

Após 4 expedições militares, Canudos é massacrada.

Fonte bibliográfica frequentemente citada: “Os Sertões” – Euclides da Cunha.

Revolta de Juazeiro (CE – 1913):

Líder: Padre Cícero.Guerra do Contestado (SC/PR 1912 – 1916):

José Maria (líder).

Causas: exploração de camponeses, concessão de terras e benefícios para empresas inglesas e americanas que provocaram a expulsão e marginalização de pequenos camponeses.

Origem do nome: região contestada entre os estados de Santa Catarina e Paraná.

Assim como Canudos, os participantes foram violentamente massacrados.

Banditismo Social ou Cangaço (NE 1890 – 1940): 

Bandos armados que percorriam o interior nordestino sobrevivendo de delitos.

Principais bandos: Lampião e Curisco.

Causas: miséria crônica da população nordestina, seca, má distribuição de terras, descaso do Estado e dos coronéis para com os mais pobres, violência.

Mito do “Robin Hood”.

Os cangaceiros foram perseguidos pela polícia volante e exterminados um a um. Eram os únicos que despertavam medo nos coronéis, justamente por não terem perspectiva de melhorar sua condição e, portanto, não precisar temer o desrespeito das leis vigentes.

Revolta da Vacina (RJ – 1904):

Projeto de modernização do RJ (Presidente Rodrigues Alves).

Destruição de cortiços e favelas, ampliação das avenidas, construção de novos prédios inspirando-se em Paris.

Vacinação obrigatória contra a varíola (Oswaldo Cruz) desencadeia conflito.

Expulsão de comunidades pobres das regiões centrais, inflação, alta do custo de vida. Veja imagem abaixo:

Fonte: DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 6° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. Disponível PNLD 2020.

Revolta dos Marinheiros ou Revolta da Chibata (RJ 1910): 

João Cândido (líder), posteriormente apelidado de “Almirante Negro”.

Causas: maus tratos, baixos soldos, péssima alimentação e castigos corporais (como a chibata, por exemplo) dentro da marinha.

Marinheiros tomam 2 navios e ameaçam bombardear o Rio caso continuassem os castigos na marinha.

O Governo promete atender as reivindicações e solicita que marinheiros se entregassem.

Os envolvidos foram presos e mortos. João Cândido sobrevive, mas é expulso da marinha.

Castigos corporais na marinha são abolidos.

Movimento operário: 

Causas: ampla exploração dos trabalhadores urbanos das fábricas e ausência de legislação trabalhista que amparasse os trabalhadores.

Até a década de 20 predomínio de imigrantes italianos de ideologia anarquista.

Principais formas de luta: formação de sindicatos e organização de greves.

A partir de 1922 o principal instrumento de luta operária foi o PCB, que tentava organizar os operários.

Postura do governo em relação ao movimento operário: repressão (“caso de polícia”). 

Nesta aula aprendemos que durante o período da emergência da República no Brasil, grupos ligados à oligarquia cafeeira exerciam grande parte do domínio político e econômico no país. Caracterizamos e exemplificamos as condições sociais dando destaque para:

 No início do período Republicano, algumas revoltas e movimentos ocorreram no Nordeste e no Sudeste, como a revolta dos marinheiros e o movimento de Canudos. Esses movimentos lutavam contra as desigualdades do regime republicano e pela garantia de direitos.

Após a abolição, os ex-escravizados não obtiveram suporte para que fossem integrados à sociedade brasileira e para que pudessem exercer seus papéis como cidadãos. Muitos grupos criaram as redes de solidariedade para lutar por melhores condições de vida.

Muitos elementos das culturas de origem africana, trazidos pelos escravizados, fazem parte da formação das tradições atuais brasileiras.No início do período Republicano, algumas das cidades brasileiras passaram por um processo de urbanização e modernização, e o Estado brasileiro promoveu uma série de reformas. Entretanto, essas transformações não atingiram todos os setores da população e ficaram restritas aos grupos da elite.

Atividade

Questão 1 – Cite três determinações da primeira Constituição da República Federativa do Brasil.

Questão 2 – Qual era o posicionamento da Constituição de 1891 em relação aos povos indígenas?

Questão 3 – Explique o que é voto de cabresto.

Questão 4 – Por que o governo republicano investiu na imigração de europeus?

Questão 5 – Quais eram os principais meios de organização do operariado brasileiro no início do século XX?


Habilidade estruturante:  
(GO-EF09HI02-A)   Analisar   os   processos políticos, econômicos e  sociais que levaram ao  domínio político das oligarquias brasileiras no período conhecido como Primeira República, identificando particularidades da história local e regional.
Referências: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. Sociedade e Cidadania. São Paulo: FTD, 2015.
DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 6° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018.