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História – O nascimento da República no Brasil e os processos históricos até a metade do século XX: Liberdade, etnia, cultura e mestiçagem na Primeira República.

Olá, educando (a)! Esta videoaula de História foi veiculada na TV no dia 06 de Maio de 2021 (Quinta-Feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.

Nesta aula você analisará o contexto em que os ex-escravizados estavam inseridos no período pós-abolição. Como o recém instaurado período republicado tratou os ex-escravizados e seus descendentes e o papel desempenhado por eles na formação cultural, econômica e política do Brasil.

Temática – História – O nascimento da República no Brasil e os processos históricos até a metade do século XX: Liberdade, etnia, cultura e mestiçagem na Primeira República. Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d3/Reden%C3%A7%C3%A3o.jpg>.

Assista a videoaula abaixo, com a temática – História – O nascimento da República no Brasil e os processos históricos até a metade do século XX: Liberdade, etnia, cultura e mestiçagem na Primeira República.

AGRUPAMENTO I | 9º ANO | CICLO DA ADOLESCÊNCIA |HISTÓRIA | PROF.: UILSON

A assinatura da Lei Áurea

A assinatura da Lei Áurea no dia 13 de maio de 1888, que colocou fim à escravidão no Brasil e a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, não resultou na inserção social da imensa massa de ex-escravizados e libertos existentes no Brasil no século XIX e início do Século XX. Nesta aula você conhecerá e analisará a participação dessa população excluída, pontuando suas lutas e sua influência cultural, econômica e social na formação da sociedade brasileira. 

Os ex-escravizados após a abolição

A abolição da escravidão foi importante porque trouxe igualdade perante a lei para todos os brasileiros, independentemente da origem étnica de cada um. Porém, ela não foi suficiente para igualar, na prática, os ex-escravizados e seus descendentes aos demais cidadãos brasileiros. A Lei Áurea deixou-os abandonados à própria sorte. Desprovidos de qualquer patrimônio, vivendo na mais absoluta miséria.

Muitos ex-escravizados continuaram trabalhando para os fazendeiros em troca de salários muito baixos, enquanto outros buscaram melhores condições de vida nas cidades. Porém, como esses ex-escravizados não tinham acesso à educação, nem à moradia ou emprego, eles passaram a viver em condições precárias. O cotidiano dos ex-escravizados nas cidades, no entanto, também não era nada fácil. Em razão da discriminação e da falta de boas oportunidades de emprego, tiveram que aceitar os trabalhos mais precários ou prestar serviços nas ruas das cidades, recebendo pequenos pagamentos.

Contudo, foi por meio da formação de redes de solidariedade que os ex-escravizados puderam sobreviver e resgatar sua dignidade. Nessas redes, eles se ajudavam mutuamente, arrecadando dinheiro para comprar vestimentas e alimentos, além de trabalharem juntos na construção de suas moradias.

As redes de solidariedade

Sem contar com o apoio do governo e enfrentando grandes dificuldades de sobrevivência, muitos ex-escravizados se organizaram e formaram redes de solidariedade, em que cada um contava com a ajuda dos demais para sobreviver.

As principais tarefas dessas redes de solidariedade eram: arrecadar dinheiro para a construção de moradias e a compra de alimentos e roupas para aqueles que estivessem necessitados; conseguir assistência médica aos doentes, promover eventos culturais e artísticos; contratar advogados para defender os direitos e a liberdade religiosa dos ex-escravizados.

Essas redes, formadas em diferentes regiões brasileiras, foram importantes iniciativas dos afro-brasileiros para resgatar sua força e dignidade de viver por meio da cooperação e do trabalho comunitário.

Racismo e resistência cultural e política

No final do século XIX as Teorias Racistas vão ser introduzidas de forma intensa dentro do mundo intelectual brasileiro e perduram de forma intensa até o fim da Primeira República em 1930. Esses pensamentos racistas, vão surgindo exatamente no fim do regime escravista brasileiro, servindo assim como combustível para alimentar e dar continuidade as diferenças sociais impregnadas na sociedade brasileira, desde a colonização.

Durante a Primeira República, no entanto, as elites brasileiras se empenharam em substituir o elemento africano da cultura popular brasileira por costumes europeus, considerados mais “civilizados”

Por isso, os afro-brasileiros tiveram de lutar para manter seus costumes e sua cultura.

A democracia racial foi constituída para confirmar que no Brasil não havia nenhum preconceito ou mesmo que não havia desigualdade social entre a população branca, indígena e negra. Gilberto Freyre em Casa Grande e Senzala (1933) abordou que o Brasil era um país onde todas as raças conviviam de forma harmoniosa, difundindo assim uma “democracia racial”, e ainda que possuísse uma junção de diversos povos a sociedade estaria isenta da propagação do racismo. A partir disso, Fernandes (1978) ressaltou que nunca houve uma “democracia racial” e que isso se deu pelo falseamento ideológico racista pelas classes burguesas dominantes do Brasil, com isso ocorre a construção desse mito “democrático”.

No período pós-escravidão, os negros e seus descendentes continuaram com o status diferente em relação aos brancos. As disparidades entre negros e brancos, de forma geral continuaram depois da escravidão, por toda a Primeira República e possui resquícios até os dias atuais. Nosso país, infelizmente, é a nação do preconceito velado, cheio de elementos da famosa Democracia Racial. Vencer essa forma massacrante de preconceito é complicado, porque ele se esconde em gestos, em palavras e na agressão. Não é de forma alguma um preconceito aceito e estimulado pelo estado como aconteceu nos regimes de segregação racial  nos EUA e da África do Sul, mas que deixa feridas mentais e físicas. O Movimento Negro é o principal expoente na luta contra o preconceito.

O Movimento Negro no Brasil surgiu um ano após abolição e foram registradas as criações de associações, grêmios e clubes para mobilizar a população negra. Em 1931 ocorre a criação da Frente Negra Brasileira – FNB, São Paulo.

A resistência cultural e política

Para superar as dificuldades que enfrentavam, era muito importante para os ex-escravizados e seus descendentes manter seus costumes tradicionais. Desse modo, todos os anos eles celebravam diversas festas, como a festa do Divino Espírito Santo, a congada e a festa de Iemanjá, além do moçambique e do carnaval.

DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 9° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. Disponível no PNLD 2020.

Atividade

Questão 01 – Explique o que eram as redes de solidariedade.

Questão 02 – Cite algumas formas de resistência cultural dos afro-brasileiros.

Questão 03 – Você já presenciou ou participou de alguma manifestação em defesa dos direitos dos afro-brasileiros? Comente com os colegas.


Habilidades estruturantes: (EF09HI03) Identificar os mecanismos de inserção dos negros na sociedade brasileira pós-abolição e avaliar os seus resultados.
(EF09HI04) Discutir a importância da participação da população negra na formação econômica, política e social do Brasil.
Referências: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. Sociedade e Cidadania. São Paulo: FTD, 2015.
DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 9° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018.