Esta proposta de atividade de GEOGRAFIA é destinada aos estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental anos iniciais.
Fonte: Estação Antártica Comandante Ferraz, pertencente ao Brasil. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Esta%C3%A7%C3%A3o_Ant%C3%A1rtica_Mar_2019_(49352520916).png>. Acesso em 11 de dez. de 2024.
O Tratado da Antártica
A Antártica, o continente mais frio, seco e inóspito do planeta, desempenha um papel crucial no equilíbrio ambiental global. Com suas vastas calotas de gelo, ventos rigorosos e fauna única, a região é um laboratório natural para estudos científicos. No entanto, devido ao seu potencial estratégico e aos recursos minerais ainda inexplorados, o continente tem sido alvo de interesse internacional. O Tratado da Antártica, assinado em 1959 e vigente desde 1961, é uma das iniciativas mais significativas de cooperação internacional, estabelecendo diretrizes para a preservação e uso pacífico dessa região.
Localização do continente antártico
Fonte: Antarctica. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Antarctica_(orthographic_projection).svg>. Acesso em 11 de dez. de 2024.
Origem e contexto histórico do Tratado da Antártica
O Tratado da Antártica surgiu em um contexto de tensões da Guerra Fria, quando o risco de disputas territoriais e a exploração de recursos naturais poderia levar a conflitos.
Bandeira do Sistema do Tratado da Antártica
Fonte: Bandeira do Sistema do Tratado da Antártica. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Flag_of_the_Antarctic_Treaty.svg>. Acesso em 11 de dez. de 2024.
Reconhecendo a necessidade de preservar a Antártica como uma área de cooperação pacífica, 12 países que realizavam pesquisas na região se uniram para criar um acordo que garantisse o uso científico e a proibição de atividades militares ou nucleares. Esses países incluem Estados Unidos, União Soviética, Reino Unido, e outros com histórico de expedições à Antártica.
Princípios fundamentais do tratado e a importância científica
O Tratado estabelece diretrizes essenciais para a governança da Antártica:
Uso pacífico: A região deve ser destinada exclusivamente a propósitos científicos e não pode ser utilizada para fins militares.
Proibição de armas nucleares: Testes nucleares e armazenamento de resíduos radioativos são proibidos.
Pesquisa científica: O tratado incentiva a liberdade de pesquisa científica e a cooperação internacional, promovendo o intercâmbio de informações e dados coletados.
Suspensão de reivindicações territoriais: Nenhum novo pedido de soberania pode ser feito, e os já existentes ficam congelados enquanto o tratado estiver em vigor.
Estação Antártica Comandante Ferraz, pertencente ao Brasil
Fonte: Estação Antártica Comandante Ferraz, pertencente ao Brasil. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Esta%C3%A7%C3%A3o_Ant%C3%A1rtica_Mar_2019_(49352520916).png>. Acesso em 11 de dez. de 2024.
A Antártica é um centro de estudos científicos que abrangem áreas como o clima, a biodiversidade e a história geológica do planeta. O continente desempenha um papel vital na regulação climática global, influenciando correntes marítimas, padrões atmosféricos e o nível dos oceanos. Pesquisas sobre o gelo antártico revelam informações sobre mudanças climáticas ao longo de milhares de anos, ajudando a compreender os impactos do aquecimento global.
Expansões e desafios
Em 1991, o Protocolo de Madri foi adicionado ao Tratado, reforçando a proteção ambiental da Antártica. Ele estabelece a proibição da exploração mineral por 50 anos, renováveis, e enfatiza a conservação dos ecossistemas antárticos. Esse protocolo é essencial para proteger o continente de pressões econômicas e políticas que poderiam comprometer sua integridade ambiental.
Apesar de sua eficácia, o Tratado enfrenta desafios. O aumento do interesse por recursos minerais e hidrocarbonetos, somado às mudanças climáticas, traz novas ameaças ao equilíbrio ambiental e político da Antártica. Além disso, o crescente turismo na região requer regulamentação rigorosa para evitar impactos negativos nos ecossistemas frágeis. Em 2048, quando o Protocolo de Madri estará sujeito a revisão, será crucial reforçar os compromissos de preservação diante das pressões internacionais.
Nações com estações de pesquisas na Antártica
Fonte: Nações com estações de pesquisas na Antártica. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Antarctic_Nations.png>. Acesso em 11 de dez. de 2024.
Antártica como patrimônio da humanidade
O Tratado da Antártica é um marco na governança internacional, simbolizando a possibilidade de cooperação global para fins pacíficos e sustentáveis. Ele não apenas preserva o continente branco como uma reserva natural para a ciência, mas também serve de modelo para acordos futuros em outras áreas sensíveis do planeta, como os oceanos profundos e o espaço. Contudo, para que sua eficácia se mantenha, será necessário fortalecer os compromissos assumidos pelos países signatários e garantir que a Antártica continue sendo um patrimônio da humanidade, protegida das ambições econômicas e políticas.
RESPONDA ÀS QUESTÕES
QUESTÃO 01
Como o Tratado da Antártica reflete a capacidade de cooperação internacional em tempos de tensões globais, como a Guerra Fria?
QUESTÃO 02
Como a comunidade internacional pode garantir a continuidade da preservação da Antártica frente às crescentes pressões econômicas e políticas?
QUESTÃO 03
A Antártica, o continente mais frio, seco e inóspito do planeta, desempenha um papel crucial no equilíbrio ambiental global. Com suas vastas calotas de gelo, ventos rigorosos e fauna única, a região é um laboratório natural para estudos científicos. Dessa forma, o principal objetivo do Tratado da Antártica, assinado em 1959, foi
(A) proteger os interesses econômicos dos países mais desenvolvidos.
(B) garantir o uso científico e pacífico da Antártica, proibindo atividades militares.
(C) estabelecer fronteiras territoriais permanentes entre os países signatários.
(D) explorar os recursos minerais da região de maneira sustentável.
QUESTÃO 04
A Antártica é um centro de estudos científicos que abrangem áreas como o clima, a biodiversidade e a história geológica do planeta. O continente desempenha um papel vital na regulação climática global, influenciando correntes marítimas, padrões atmosféricos e o nível dos oceanos. A Antártica contribui para o estudo das mudanças climáticas globais,
(A) através da extração de petróleo e gás natural, que ajudam a medir as emissões de gases.
(B) por meio do estudo de geleiras, que revelam informações sobre o clima passado.
(C) com a análise do impacto das atividades turísticas (cruzeiros e trilhas) no continente.
(D) através da exploração dos recursos minerais, que subsidiam pesquisas climáticas.
Autoria: | Prof. Me.: Gabriel Ramos Paiva |
Formação: | Licenciatura em Geografia; Bacharelado em Geografia; Licenciatura em Pedagogia; Mestre em Geografia pelo IESA-UFG. |
Componente Curricular: | Geografia |
DCGO – AMPLIADO (1º corte) Habilidades: | (EF08GE21-B) Conhecer e compreender o Tratado da Antártica. |
Matriz de habilidades essenciais: | Conhecer e compreender o Tratado da Antártica. |
Referências: | BRASIL, Marinha. Tratado da Antártica e Protocolo de Madri. Marinha do Brasil, Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, Secretaria da Comissão, 2ª edição, SECIRM, Brasília, DF, 2016. Disponível em: <https://www.marinha.mil.br/secirm/sites/www.marinha.mil.br.secirm/files/tratado-protocolo-madri.pdf>. Acesso em 11 de dez. de 2024. |