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Geografia – Industrialização brasileira

Olá, educando (a).  Esta videoaula de Geografia foi veiculada na TV no dia 05/10/2021 (Terça-feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.

Na aula de hoje vamos compreender como ocorreu o processo industrialização no Brasil.

Temática – Geografia – Industrialização brasileira. Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/77/Lula_e_oper%C3%A1rios.jpg>. Acesso em 13 de Setembro de 2021.

Assista a videoaula abaixo, com a temática – Geografia – Industrialização brasileira.

GEOGRAFIA | 7º ANO | ENSINO FUNDAMENTAL | PROF.: AILTON

Industrialização brasileira 

A transformação de recursos naturais em bens e produtos que atendem às nossas necessidades não é recente, ao longo da nossa história podemos destacar três formas de produção: o artesanato, a manufatura e a indústria. A indústria é compreendida como conjunto de atividades produtivas que transformam matérias primas em produtos que vão ser consumidos por outras indústrias ou em uso doméstico. Acredite, as indústrias trouxeram alterações significativas nas relações de trabalho, na economia, na política e na organização da sociedade e por isso reconhecemos o período de surgimento das indústrias como Revolução Industrial.  

A Revolução Industrial marca a transição da produção manufaturada para a maquinofatura, podendo ser compreendida em etapas. A Primeira Revolução Industrial ocorreu por volta de 1750, no Século XVIII, na Inglaterra, a Segunda Revolução Industrial por volta de 1850 e a Terceira aproximadamente em 1950. 

O Brasil faz parte do grupo de países de industrialização tardia, é apenas em meados de 1930 – 1940 que o processo de industrialização inicia- se por aqui.  Isso não significa que anteriormente não havia indústrias no Brasil, algumas indústrias ligadas à produção de bens não duráveis de gênero alimentício e têxtil, a segunda principalmente para produzir os sacos utilizados na exportação do café, já estavam presentes em nosso território.

Anterior a industrialização, o Brasil apresentava economia agroexportadora com expressiva dependência do mercado exterior e tendo o café, cultivado na região sudeste, como o principal produto de exportação, ainda que houvesse destaque para extração do látex na região norte, cana- de- açúcar no nordeste e atividade pecuarista no sul.  Segundo Bonelli (2005), em 1900 agropecuária correspondia 44,6% do PIB (Produto Interno Bruto) e as indústrias apenas 11,6%, existiam aproximadamente 3,2 mil indústrias em território nacional. 

Os cafeicultores dominavam a política e investimentos na industrialização não eram a pauta do momento, ainda que por volta de 1920 houve o surgimento de indústrias, financiadas pelo capital dos cafeicultores para atender às suas demandas de produção, o que resultou na elevação da participação das indústrias no PIB para 15,7%. No entanto, a crise de 1929 nos Estados Unidos, maior importador do café brasileiro, vai levar a redução do consumo deste produto fazendo com que vários agricultores amargam prejuízos e comecem a diversificar seus investimentos, dentre eles nas indústrias.  

O governo Vargas (1930 – 1945) marca o início do processo de industrialização brasileira com a plataforma de substituição das importações e incentivo a instalação das indústrias de base, esse modelo estendeu- se até 1956. Com o apoio da burguesia da época e fortalecendo o mercado consumidor interno a industrialização no Brasil ganha força, o surgimento de indústrias de base financiadas pelo governo federal como a CSN- Companhia Siderúrgica Nacional (1941), Vale do Rio Doce (1942), FNM- Fábrica Nacional de Motores (1942) e Petrobras (1953) vão fornecer sustentação e impulsionar o surgimento das indústrias de bens de consumo com investimento privado.

A partir de 1956, durante o governo de Juscelino Kubitschek (JK) e no regime militar, a industrialização brasileira passa a receber fortes investimentos internacionais, atraindo indústrias multinacionais ou transnacionais. Nos vinte anos anteriores houve crescimento expressivo e o setor secundário já correspondia em 1960 a 29,8% do PIB, com mais de 110 mil indústrias instaladas em território nacional. 

JK e o Governo Militar vão focar os investimentos em infraestrutura, nas áreas voltadas à energia, transporte e comunicação. A construção de Brasília (1960) e a Zona Franca de Manaus (1967) foram dois projetos importantes para a desconcentração industrial do Brasil,  pois vão levar infraestrutura para o interior do país e alinhado a incentivos fiscais vão gerar concorrência com a região sudeste onde se concentrava a maior parte das indústrias. 

A preferência pelo modal de transporte rodoviário vai favorecer as automobilísticas, que passam a ter mercado consumidor em boa parte do território nacional e vão ser o símbolo das indústrias desse período que ficou marcado pelo termo Tripé Econômico, que consistia no investimento do estado nas indústrias de base, do capital privado nacional nas de bens de consumo não duráveis e capital internacional em indústrias de bens de consumo duráveis.

Nos anos 90 a abertura econômica e a política neoliberal leva a venda das indústrias de base estatais e amplia a concorrência das indústrias locais com produtos importados, atualmente podemos dizer que o estado tem pouca participação nas indústrias e que o capital privado é quem realiza os principais investimentos em todo segmento que pertence ao setor secundário. Veja o mapa da concentração industrial brasileira:

Figura I: Brasil: empresas industriais – 2009. Fonte: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p.136.

Ainda que atualmente estejamos em momento de desconcentração industrial, onde as regiões centro- oeste e nordeste se tornam competitivas na atração de indústrias, podemos observar na Figura I a região sudeste em especial no eixo Rio- São Paulo concentra a maior parte da atividade industrial do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2014 49% das indústrias brasileiras estavam na região sudeste, 29% no sul, 12% no nordeste, 7% no centro- oeste e apenas 3% na região norte. 

A concentração industrial no sudeste não é por acaso, no início da industrialização brasileira a região sudeste apresentava algumas vantagens, oriundas do período da cafeicultura, para instalação das indústrias entre elas destacamos a acumulação de capital, infraestrutura de transporte e energia, mão de obra e mercado consumidor. 

Industrialização e urbanização 

O setor terciário da economia foi fortalecido com a industrialização brasileira devido a criação de dinâmica econômica nas regiões onde as indústrias se instalavam, a geração de empregos diretos e indiretos tornam- se fatores atrativos e incentivam a migração. No Brasil a industrialização está associada à urbanização.  Compreendemos que urbanização é o crescimento da população urbana em proporção maior que a rural, com as indústrias gerando emprego nas cidades e a mecanização do campo substituindo o trabalho braçal o êxodo rural se intensifica no Brasil consolidando a urbanização brasileira. 

Atividade

Responda as questões abaixo e registre as respostas em seu caderno. Se possível, compartilhe com os colegas e professores. 

Questão 1 – O que justifica afirmar que o Brasil é um país de industrialização tardia? 

Questão 2 – Qual foi a contribuição da cafeicultura para indústria brasileira?

Questão 3 – Existem regiões que podem atrair mais indústrias, quais fatores são responsáveis por essa atração?


Habilidade estruturante: (EF07GE08-A) Estabelecer relações entre as modificações do território brasileiro a partir dos processos de industrialização e inovação tecnológica.
Referências:ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 7° ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018.  
BONELLI, R. Industrialização e desenvolvimento. Disponível em:<https://www.ecostrat.net/files/IND_E_DESEN.pdf>. Acesso em: agosto de 2021.
FIESP (Federação das indústrias do estado de São Paulo).Panoramada indústria de transformação brasileira. 7ª Edição, 2015. Disponível em: <www.fiesp.com.br/arquivo-download/?id=200839>. Acesso em: agosto de 2021.
IBGE. Atlas Geográfico Escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p.136.
IMB – Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos. Atlas do Estado de Goiás – 2014. Disponível em:<http://dados.sieg.go.gov.br/Sieg/rgg/atlas/index.html>. Acesso em: 02 de agosto de 2021.
KUPFER, D. O primeiro ano do resto das nossas vidas. Jornal Valor Econômico. São Paulo, Brasil. 01/04/2009. Disponível em: <http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/kupfer010409.pdf>.Acesso em: agosto de 2021.