Olá, educando (a). Esta videoaula de Geografia foi veiculada na TV no dia 02 de Junho de 2021 (Quarta-Feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.
Na aula de hoje vamos conhecer a formação do território estadunidense e como esse país se tornou uma grande potência mundial.
Assista a videoaula abaixo, com a temática – Geografia – Conexões e escalas: EUA: Formação da grande potência.
EUA: Grande potência mundial
Atualmente os Estados Unidos da América é uma grande potência mundial, sua economia pujante e influência global é destaque em qualquer que seja análise econômica, cultural, tecnológica ou política. Mas, você conhece o processo de formação dos Estados Unidos? Será que esse país já nasceu “grandão” e dominando o cenário mundial?
Antes de responder às perguntas anteriores vamos apresentar alguns dados socioeconômicos dos EUA que são importantes para a compreensão desse assunto. Segundo dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população dos Estados Unidos em 2020 era de 331 milhões de habitantes, ocupando a terceira posição entre os países mais populosos do mundo, em 2019 ocupou o primeiro lugar no ranking do Produto Interno Bruto (PIB) com 21,43 trilhões de dólares e a 16° posição na lista do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) com 0,926.
EUA: Formação territorial
Os Estados Unidos não fazem parte do velho mundo, que é conhecido como berço da civilização. Assim como o Brasil, os EUA estão inseridos no que conhecemos por novo mundo, que são as massas continentais colonizadas pelos europeus no período das grandes navegações (Séc. XV – XVI). É, você não leu errado! Os EUA já foram colônias europeias. A colonização dos Estados Unidos ocorreu no início do séc XVII, por volta de 1607, com a ocupação do território pelos britânicos formando o assentamento de Jamestown e em 1614 holandeses ocuparam a região nordeste dos EUA, dando o nome de Nova Amsterdã. Em 1664 os ingleses vão assumir o controle da Nova Amsterdã, que passará a se chamar Nova York e posteriormente com o controle dos ingleses sobre os dois territórios, esse é batizado como Treze Colônias Inglesas.
Figura I: Treze Colônias. Fonte: ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 8° ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018. p. 85.
As colônias, ainda que sob domínio dos ingleses, apresentavam características diferentes e foram regionalizadas em Colônias do Norte e Colônias do Sul (Figura I). Vale destacar que a colonização inglesa se concentrava na costa leste, na faixa litorânea, ingleses puritanos fugindo da perseguição religiosa e dos problemas econômicos daquele período buscavam o novo mundo como alternativa.
As Colônias do Norte apresentavam características mais próximas das colônias de povoamento, desenvolvendo- se com mão- de- obra assalariada, agricultura familiar e forte articulação comercial com as manufaturas. Já as Colônias do Sul atendiam aos interesses da metrópole, com modelo semelhante as colônias de exploração utilizando mão- de- obra escrava (Principalmente de negros africanos) e agricultura baseada nos plantation (Modelo agrícola de monocultura em grandes propriedades de terra).
Devido desentendimentos com a metrópole, principalmente com alta dos impostos, vão surgir nas Treze Colônias movimentos favoráveis ao processo de independência. Em 4 de julho de 1776 é declarada a independência dos EUA, no entanto, os ingleses não aceitaram de forma pacífica dando início a Guerra da Independência. Após a Batalha de Yorktown em 1781, onde os Estados Unidos saíram vitoriosos com ajuda do exército francês, os ingleses reconhecem a independência pelo tratado de Paris assinado em 1783, todos os acontecimentos aqui citados são conhecidos como Revolução Americana.
Marcha para o Oeste
Após a independência houveram incentivos para ocupação da porção oeste do território onde hoje estão os Estados Unidos, dentre eles destacamos o Ato de Propriedade Rural (Homestead Act) e o Destino Manifesto. O Ato de Propriedade Rural concedia aproximadamente 640.000m² de terra, para quem a cultivasse por no mínimo cinco anos, essa política favoreceu a ocupação do território atraindo muitos imigrantes, entre eles destacam- se os irlandeses e os ingleses, além disso favoreceu a formação de um mercado consumidor mais consistente nos EUA.
Já o Destino Manifesto, consiste na crença em que os brancos puritanos haviam recebido a missão divina de ocupação do território estadunidense, estabelecendo sobre esse uma sociedade modelo para o restante da América, levavam em consideração que os nativos falharam nessa missão. No entanto, outros eventos também foram fundamentais para expansão territorial dos Estados Unidos, veja:
Figura II: Expansão territorial dos EUA. Fonte: ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 8° ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018. p. 85.
A Figura II retrata a expansão territorial estadunidense é possível observar os diversos eventos que levaram os Estados Unidos atual formação territorial, destacamos que alguns território foram conquistados em acordos de guerra como é o caso dos cedidos pela Inglaterra em 1783 e pelo México em 1853, outros foram comprados, como por exemplo, os adquiridos da França em 1803 e da Espanha em 1819.
Todo este movimento de ocupação da porção oeste dos Estados Unidos, também ficou conhecido como Marcha para Oeste, ainda que tenha iniciado no final do séc. XVIII foi intensificado durante o séc. XIX e como podemos observar na figura II, garantiu expressivo território aos EUA, ao dominar esse espaço também se apropriou dos recursos naturais e conquistou acesso aos Oceanos Atlântico e Pacifico que favoreceram ao longo do tempo a instalação de indústrias e a circulação das suas mercadorias pelo globo.
No entanto, este vasto território conquistado a oeste, trouxe conflitos internos, principalmente a se pensar qual modelo se instalaria nos Estados Unidos. Os estados do Sul e os do Norte, entre 1861 e 1865, entraram em Guerra, o que ficou conhecido como Guerra Civil Americana ou Guerra da Secessão, com a vitória dos estados do Norte abolição da escravatura e o modelo de governo próximo as características das Colônias do Norte se instalou em solos estadunidense.
Expansão das políticas externas dos Estados Unidos
Em meados do séc. XIX, os Estados Unidos já se consolidava com uma grande potência mundial ocupando em 1840 o quinto lugar entre os maiores produtores industriais do mundo, próximo a este mesmo período inicia- se a expansão continental estadunidense.
A Doutrina Monroe surgiu em 1823, com o presidente James Monroe, marcada pela expressão: A América para os americanos. Este projeto consistia basicamente em autorizar intervenções diretas ou indiretas dos Estados Unidos, sempre que a sua soberania e segurança nacional estivessem ameaçadas, nenhum país europeu poderia restabelecer colônias em todo território americano o que também incentivou diversos processos de independência na América Latina, ampliando a influência dos EUA no continente.
A política do Big Stick, aplicada no início do séc. XX, pelo presidente Roosevelt, é o marco da política externa dos Estados Unidos nesse período, consistia na afirmação de um provérbio africano que dizia “fale com suavidade e tenha à mão um grande porrete”. O presidente acreditava que não devia elevar o tom com nações europeias que insistiam em expandir sua denominação a países latinos, apenas mostrá-los o poderio bélico estadunidense, com destaque a Marinha.
A Big Stick resgata a Doutrina Monroe e prevê que os EUA devem intervir nos assuntos de política internacional, nos casos em que os países ameaçados sejam impotentes para tanto. Como podemos observar, não tratamos da expansão do território físico estadunidense, mas o aumento das suas áreas de influência, levando várias nações a adotarem as políticas dos Estados Unidos e seguissem os seus interesses políticos e econômicos.
A Supremacia estadunidense no séc. XX
No início do século XX, os Estados Unidos já estava consolidado como uma das mais fortes economias do mundo e em primeiro lugar no que diz respeito à produção industrial, mesmo assim a expansão das suas políticas na América e no mundo continuavam a crescer. Até porque a Inglaterra, nesse período, apresentava forte domínio do capitalismo mundial.
As duas grandes guerras do séc. XX, contribuem para o desenvolvimento econômico estadunidense. Antes da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), houve o período de paz armada onde as potências europeias faziam aquisições bélicas e os EUA desenvolveu sua indústria armamentista para atender as demandas europeias, vendendo armas para diversos países europeus.
Em seguida temos o período entre guerras onde se populariza o American of life, o Estilo de vida Americano, é pautado pelo forte consumismo onde a vida feliz passava pela aquisição de bens materiais. Com o enfraquecimento das indústrias europeias em decorrência da Guerra, levou a expansão da indústria estadunidense auxiliada pelo modelo fordista de produção.
Porém, a crise de 1929, reconhecida também como crise da Bolsa de Valores de Nova York colocou em dúvida o American of life. Com o restabelecimento da indústria europeia, as exportações estadunidenses sofreram acentuada queda, o que gerou alta dos estoques, um dos motivos que justificam a crise de 1929.
A recuperação econômica estadunidense ocorreu na Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) com a volta das exportações em decorrência das demandas oriundas da guerra. Após a Segunda Guerra Mundial tem início a Guerra Fria (1949 – 1989), Estados Unidos e União Soviética vão disputar a hegemonia mundial sendo que o primeiro representa o modelo capitalista e o segundo o modelo socialista.
Com objetivo de impedir o avanço socialista e fortalecer o capitalismo mundial os EUA vai propor a criação de ajuda econômica aos países europeus atingidos pela Guerra (Plano Marshall), além do Acordo de Bretton Woods que previa a criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional para auxiliar os países em crise econômica e colocava o dólar (moeda estadunidense) como moeda de troca internacional.
Durante o período da Guerra Fria o soft power (poder suave de influência) estadunidense avança pelo globo propagando o American of life em filmes, desenhos, músicas, entre outros exercendo influência sob hábitos e costumes no mundo inteiro, além de consolidar os interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos.
Com o fim da Guerra Fria (1989), se instala uma nova ordem mundial onde os Estados Unidos é a maior potência política e militar, dividindo a posição de potência econômica com a União Europeia e o Japão. É importante ressaltar que neste mesmo século as indústrias estadunidenses, pautadas pela produção flexível, levam seu parque industrial para diversos países do globo. Por consequência os Estados Unidos passaram a abrigar indústrias de ponta em tecnopolos produtores de alta tecnologia, além de grandes centros financeiros.
Atividade
Responda as questões abaixo e registre as respostas em seu caderno.
Questão 1 – Os Estados Unidos da América sempre foi considerado uma grande potência mundial?
Questão 2 – Observe atentamente a Figura II, no texto, e descreva as alterações territoriais vivenciadas pelos Estados Unidos.
Questão 3 – Atualmente o American of life ainda influencia várias pessoas no mundo inteiro. Você consegue perceber como o American of life, que surgiu no períodos das grandes guerras, está presente na sua vida?
Habilidade estruturante: | (EF08GE07-A) Conhecer o processo histórico, até o final do século XX, do fortalecimento político-econômico estadunidense no cenário mundial. |
Referências: | ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 8° ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018. Declaração de Independência dos Estados Unidos. In Britannica Escola. Web, 2021. Disponível em:<https://escola.britannica.com.br/artigo/Declaração-de-Independência-dos-Estados-Unidos/481124>. Acesso em: 21 de abril de 2021. Estados Unidos. In Britannica Escola. Web, 2021. Disponível em:<https://escola.britannica.com.br/artigo/Estados-Unidos/482749>. Acesso em: 21 de abril de 2021.IBGE. Países. Disponível em: <https://paises.ibge.gov.br/#/mapa/estados-unidos-da-america>. Acesso em: 21 de abril de 2021. |