Olá, estudante (a). Esta videoaula de Geografia do 8º ano foi veiculada na TV no dia 03/11/2021 (Quarta-feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.
Na aula de hoje vamos compreender a dinâmica populacional e econômica do continente africano.
Assista a videoaula abaixo, com a temática – Geografia – África: População e economia.
África: População e economia
África: população
Quando levamos em consideração a visão eurocêntrica que classifica as massas continentais de acordo com o seu contato com o povo europeu, a África está no grupo do Velho Mundo ao lado da Ásia e da Europa. O continente africano é considerado um dos berços da civilização e atualmente é o segundo mais populoso, segundo dados das Organizações das Nações Unidas (ONU), em 2018, havia 1,3 bilhões de pessoas, algo próximo de 16,6% da população mundial. Veja o mapa da densidade demográfica na África:
Figura I: África: densidade demográfica. Fonte: ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 8° ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018. p. 269.
Como podemos observar na Figura I, a população africana não está bem distribuída pelo seu vasto território, alguns fatores como clima, relevo e questões econômicas se tornam motivos de atração ou repulsão da população. Nas regiões como menor densidade demográfica destaca- se os desertos e a porção central do continente, as áreas ao norte da África devido a proximidade com o povo europeu e terras mais férteis apresenta bons índices demográficos, assim como nas regiões às margens do Rio Nilo, as porções banhadas pelo Oceano Atlântico e Índico que apresenta maior concentração populacional se justifica por historicamente ser ponto de contato com o povo europeu.
Levando em consideração critérios étnicos e culturais é possível regionalizar o continente africano em dois grupos: África do Norte ou Setentrional e África Subsaariana. Veja:
Figura II: África: regionalização étnica e cultural. Fonte: ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 8° ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018. p. 270.
A proposta de regionalização apresentada na Figura II divide o território em duas Áfricas, considerando que a África Setentrional é formada por 6 países e majoritariamente por homens brancos e descendentes de árabes que ocuparam a região por volta do Séc. VII e VIII na Invasão árabe. Ao sul do deserto do Saara encontramos a África Subsaariana região predominantemente formada por negros e abriga países com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Segundo o Jornalista Rafael Iandoli, estudos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) apontam que a alimentação produzida no mundo é suficiente para alimentar toda a população global, no entanto, estima- se que aproximadamente 1 milhão de crianças na África corriam risco de morrer de fome. Para a FAO a fome ocorre quando há subnutrição crônica (estado de subnutrição por mais de um ano), considerando que subnutrição ocorre quando não há capacidade de obter comida suficiente para atingir os níveis mínimos de calorias para uma vida saudável.
De acordo com relatório publicado em conjunto pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, na África, 282 milhões de pessoas enfrentavam a fome o que significa aproximadamente 17% da população africana.
O relatório aponta que as questões econômicas são as principais causas da persistência da fome no continente africano, além dos diversos conflitos políticos e sociais. É importante ressaltar que os fatores naturais como clima, relevo e solo influenciam em menor escala considerando que a capacidade de produção alimentar da África é suficiente para atender a sua população, porém, está sendo direcionada para o mercado europeu que detém, sob controle de empresas europeias, aproximadamente 40% das terras agricultáveis da África Subsaariana.
África: Economia
O setor primário é a base da economia africana, apenas Egito e África do Sul são considerados industrializados e não podemos esquecer a conferência de Berlim, em 1884, que define a partilha da África entre os colonialistas europeus, estabelecendo acordos, regras, fronteiras e posse sobre o território africano conquistado para evitar conflitos entre os colonizadores.
A partilha da África não respeitou as tribos e diversas etnias que habitavam nesse continente, até o fim da Segunda Guerra Mundial (1945) apenas quatro nações africanas eram independentes, entre elas Egito e África do Sul. Antes da Conferência de Berlim os europeus dominaram os recursos naturais africanos pelas feitorias, uma forma indireta de controle que funcionava como uma espécie de troca de favores, logo em seguida pela colonização direta via Conferência de Berlim e atualmente com a forte presença das transnacionais europeias no setor extrativista africano.
Agropecuária é uma atividade importante para economia africana, ainda que existam fazendas de subsistência, os plantations, que consistem em grandes propriedades com monocultura voltada para abastecer o mercado externo e com exploração da mão de obra, é predominante e estabelecem forte ligação com o mercado europeu.
A extração de minério ocorre em boa parte do continente e geralmente não existe leis ou fiscalização para minimizar os impactos ambientais e sociais causados por essa atividade, o lucro das mineradoras não ficam no território africano, são enviados para sede das transnacionais, e os impostos que são recolhidos não retornam em benefícios para população em decorrência de diversos governos ditatoriais e outros fatores.
Atividades
Responda as questões abaixo e registre as respostas em seu caderno. Se possível, compartilhe com os colegas e professores.
Questão 1 – Quais são as principais características da economia africana?
Questão 2 – Atualmente, podemos considerar que os países africanos são realmente independentes?
| Habilidade estruturante: | (EF08GE20-B) Analisar características de países e grupos de países da América e da África no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos. Discutir as desigualdades sociais e econômicas, bem como as pressões sobre a natureza e suas riquezas, sua apropriação e valorização na produção e circulação, em diferentes tempos, resultando na espoliação dos povos originários. |
| Referências: | ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 8° ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018. ___________. Expedições Geográficas: 7° ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018. IANDOLI, R. Mundo produz comida suficiente, mas fome ainda é uma realidade. Disponível em:<https://www.nexojornal.com.br/explicado/2016/09/02/Mundo-produz-comida-suficiente-mas-fome-ainda-%C3%A9-uma-realidade>. Acesso em: 28 de setembro de 2021. MITRA, P; CHOI, M. S. Salvaguarda a segurança alimentar em África na era da COVID- 19. Disponível em:<https://www.imf.org/pt/News/Articles/2020/06/05/blog-safeguarding-africas-food-security-in-the-age-of-covid-19>. Acesso em:28 de setembro de 2021. RELATÓRIO da ONU: ano pandêmico marcado por aumento da fome no mundo. Disponível em:<https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/relatorio-da-onu-ano-pandemico-marcado-por-aumento-da-fome-no-mundo>. Acesso em:28 de setembro de 2021. SILVA, O. L. O impacto da economia informal no processo de desenvolvimento na África Subsariana. Disponível em:<http://hdl.handle.net/10400.5/2778>. Acesso em: 30 de setembro de 2021. |