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Língua Portuguesa – Estruturas poéticas

Olá! Esta aula de Língua Portuguesa é destinada a estudantes da 6ª Série da Eaja.

Temática – Língua Portuguesa – Estruturas poéticas. Disponível em: <https://pxhere.com/pt/photo/720864>. Acesso em: 09 de Dezembro de 2021.

A aula de hoje abordará as estruturas poéticas, você sabia que no passado música e poesia eram o mesmo gênero? Com o passar do tempo a poesia se distanciou da musicalidade, dando assim origem as estruturas poéticas como os versos livres, redondilhas e especialmente o soneto. Atualmente a poesia não tem mais um compromisso com as rimas e tão menos formas, mas a sensibilidade e a emotividade são ainda de fato seus maiores elementos.


Assista a videoaula abaixo, com a temática – Língua Portuguesa – Estruturas poéticas

LÍNGUA PORTUGUESA | 6ª SÉRIE | Eaja | PROF.ª: REGINA

Estruturas poéticas

Hoje, iremos conhecer um pouco sobre as estruturas poéticas,  observamos que o texto poético é considerado um dos mais antigos da humanidade, não apenas por sua carga de musicalidade, mas pela sensibilidade de suas palavras. Os elementos que compõem o texto poético são: a métrica, o verso e a rima. A métrica é traduzida com a disciplina na estrutura de combinações distintas para a formação de versos, rima, ritmo e estrofes. Veja agora o que significa cada um destes elementos:

Versos: são as linhas do poema

Estrofes: são o conjunto de versos.

Rimas: combinação sonora entre as últimas sílabas de um verso.

Métrica: é a número de sílabas poéticas que contém um verso.

Lembrando que o verso comporta a rima em um conjunto silábico, sendo chamado verso maior quando por nove sílabas e maior, se a quantidade superar este número. Se não houver obediência a este recurso, o verso é denominado livre. E é pautando a liberdade poética que poesia ou mesmo o texto poético tem sofrido grandes transformações, sem a obrigatoriedade de números e medidas, com ou sem rimas.

Enquanto o gênero narrativo tem um narrador que conta a história, o gênero poético tem uma voz lírica, um eu emotivo que conduz a textualidade de uma poesia ou música. E apesar da liberdade formal para escrita dos textos poéticos algumas estruturas ainda são usadas e respeitadas, veja alguns exemplos:

Elegia

Trata-se de cantos fúnebres comuns na Grécia Antiga que tinham o intuito de expressar o luto vivenciado pelo eu lírico.

Ode

Forma poética múltipla da Grécia Antiga, também chamada de Hino, era utilizada para expressar temas diversos. 

Balada

Por sua vez, a balada tem origem na França medieval, e aborda os seguintes temas: episódios históricos relevantes, situações fantásticas e sobrenaturais e até melancólicas.

Soneto italiano

Tem origem na Itália Renascentista e foi popularizado por Francesco Petrarca, sendo uma das formas poéticas mais conhecidas e estudadas. Sua estrutura é fixa: dois quartetos (estrofes de quatro versos cada) e dois tercetos (estrofes de três versos), com rimas alternadas

Haicai (ou Haikai)

Tem origem asiática, embora alguns estudiosos dizem ser de origem oriental, e foi difundido por Matsuô Basho. Essa forma poética é objetiva, e apresenta uma percepção muito poética e sensível, voltada para os momentos breves da vida. Sua estrutura é breve: possui três versos.

Veja agora um exemplo da forma clássica de um soneto e um exemplo da forma mais livre de um haicai:

Amor é fogo que arde sem se ver – Luís de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Haicai – Paulo Leminski

o novo

não me choca mais

nada de novo

sob o sol

apenas o mesmo

ovo de sempre

choca o mesmo novo

Observe a evolução estrutural entre as formas poéticas: a sonoridade, os versos e a organização das palavras, observe também a emotividade de cada eu lírico, veja que os temas são diferentes, enquanto Luís de Camões ressalta as contradições do amor Paulo Leminski destaca elementos que permitem reflexões sobre o tempo, a humanidade, a vida, as mudanças do mundo. No entanto é válido salientar que mesmo com o distanciamento de quase cinco séculos entre um texto e outro,  ambos consagram o mesmos aspectos: o lirismo e a liberdade de expressão.

Atividades

Questão 01 – Tomando como princípio as estruturas poéticas, comente qual delas você já conhecia? O soneto ou o haicai? 

Questão 02 – Você deve ter observado que as estruturas poéticas têm como elementos a sensibilidade e a emoção. Agora chegou a sua vez, escolha um sentimento e desenvolva livremente os seus versos, se preferir você pode fazer versos com rimas. Vamos lá? Desperte o(a) poeta que existe dentro de você.


Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento:(EAJALP0624) Identificar as diferentes estruturas composicionais dos gêneros poéticos.
(EAJALP0627) Realizar procedimentos de leitura (antecipação, inferência, checagem.
(EAJALP0628) Compreender o tema, o estilo e a estrutura do gênero lido.
Referências:Gênero lírico. Site: Livro Bingo, disponível em https://www.livrobingo.com.br/genero-lirico acessado em 06/12/2021
Luís Vaz de Camões recita: Sonetos. Site: Poemas de Camões  disponível em http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/camoes.html  acessado em 07/12/2021 
Paulo Leminski, do livro “Caprichos e relaxos”. São Paulo: Brasiliense, 1983, p. 36