Olá! Esta aula de Língua Portuguesa é destinada a educandos da 5ª Série da Eaja.
Temática – Língua Portuguesa – A Literatura de Cordel e seus valores sociais. Disponível em: <https://www.flickr.com>. Acesso em: 25 de Junho de 2021.
Hoje, iremos estudar a literatura de cordel, vamos considerar seus aspectos mais básicos como a simplicidade composicional e sua popularidade. Por esta razão vamos fazer uma breve divisão deste gênero popular, entre o cordel e o repente.
Assista a videoaula abaixo, com a temática – Língua Portuguesa – A Literatura de Cordel e seus valores sociais
Literatura de cordel e repente
A literatura de cordel e o repente são duas manifestações populares e culturais distintas. Embora sejam parecidas, cada um possui suas peculiaridades.
O repente, feito pelos repentistas, é baseado na poesia falada e improvisada, geralmente acompanhado de instrumentos musicais.
O cordel, feito pelos cordelistas, é uma poesia popular, com traços de oralidade divulgada em folhetos.
Nas feiras de antigamente e com o intuito de vender sua arte, os cordelistas utilizavam de técnicas de criatividade para atrair o público. A partir disso, a poesia era recitada (e algumas vezes acompanhada de viola, pandeiro, etc.) e dramatizada nos locais públicos como forma de despertar o interesse da população. Foi justamente esse fato que gerou muita confusão em relação ao repente.
Esse tipo de manifestação tem como principais características a oralidade e a presença de elementos da cultura brasileira. Sua principal função social é de informar, ao mesmo tempo que diverte os leitores.
Oposta à literatura tradicional (impressa nos livros), a literatura de cordel é uma tradição literária regional. Sua forma mais habitual de apresentação são os “folhetos”, pequenos livros com capas de xilogravura que ficam pendurados em barbantes ou cordas, e daí surge seu nome.
Separamos para aula de hoje um dos maiores nomes da literatura de cordel, O poeta Patativa do Assaré (1909-2002) é um dos maiores nomes da poesia nordestina no Brasil.
Reconhecido internacionalmente, sua obra conta sobre a vida do povo sertanejo, suas dores e lutas através de uma linguagem informal, com as palavras do homem simples da roça. Patativa desenvolveu sua arte, sobretudo, por meio do repente e da literatura de cordel, ganhando projeção a partir dos anos 60, quando tem o poema Triste Partida musicado pelo mestre Luiz Gonzaga. Vamos conhecer uma de suas poesias:
A terra é nossa
A terra é um bem comum
Que pertence a cada um.
Com o seu poder além,
Deus fez a grande Natura
Mas não passou escritura
Da terra para ninguém.
Se a terra foi Deus quem fez,
Se é obra da criação,
Deve cada camponês
Ter uma faixa de chão.
Quando um agregado solta
O seu grito de revolta,
Tem razão de reclamar.
Não há maior padecer
Do que um camponês viver
Sem terra pra trabalhar.
O grande latifundiário,
Egoísta e usurário,
Da terra toda se apossa
Causando crises fatais
Porém nas leis naturais
Sabemos que a terra é nossa.
Nesse poema, Patativa do Assaré expõe seu ponto de vista a favor do uso social da terra. É um texto que carrega forte carga política, defendendo que todos os camponeses devem ter seu pedaço de chão para plantar e colher.
O poeta critica os donos de enormes áreas, utilizadas para fins pouco sustentáveis (damos como exemplo a monocultura e o pasto) com o objetivo de enriquecer ainda mais, enquanto os trabalhadores do campo ficam sem terrar para tirar seu sustento.
Podemos perceber também a ideia de que, para ele, no campo da espiritualidade Deus não aprova esse sistema baseado na propriedade privada e desigualdades.
Atividades
ATIVIDADE 1
Os gêneros cordel, repente e embolada estão muito próximos, para melhor ressaltar essa distinção assista ao vídeo: Cordel, repente e embolada
E aí? você gostou do vídeo? Você observou o quanto um cordel se parece muito com um repente? No entanto há detalhes que podemos destacar dentre eles, o improviso do repente, por ser um canto improvisado.
ATIVIDADE 2
Agora chegou a sua fez, troque ideias com seus familiares e veja quantos cordéis ou repentes vocês conhecem? O qual o assunto de cada uma delas? De que forma chegaram até vocês estas histórias por meio de livros ou oralidade.
ATIVIDADE 3 – INTEGRAÇÃO COM HISTÓRIA
Vamos aproveitar o relato dos cordéis e dos repentes para denunciar as desigualdades sociais e o abandono do homem sertanejo. Você deve ter observado que esta literatura apesar de simples aponta toda a singularidade e sofrimento do nordestino, que clama por dias melhores e novas oportunidades de trabalho e cidadania. Pesquise e escreva um breve texto sobre a história o desenvolvimento social da região Nordeste do Brasil no século 19.
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento: | LÍNGUA PORTUGUESA (EAJALP0517) Apreciar a literatura de cordel. (EAJALP0417) Reconhecer a função social de textos em diferentes campos da vida. (EAJALP0418) Inferir informações implícitas nos textos lidos HISTÓRIA (EAJAHI0508) Compreender o conceito de Memória (individual, coletiva e histórica). (EAJAHI0509) Compreender o conceito de fontes históricas |
Referências: | Patativa do Assaré recita “A terra é nossa”. Site Identidade 85. Disponível em http://www.identidade85.com/2012/12/patativa-do-assare-recita-terra-e-nossa.html – acessado em 05/08/2021. |