Esta proposta de atividade de História é destinada aos estudantes do 6º Período da Educação de Jovens e Adultos-EJA
MODERNISMO EM GOIÁS
Veja esta situação:
Esta foto aponta elementos importantes do momento histórico que Goiás vivia nos anos 1930. Ao fundo, prédios no estilo art déco, tendência que na época representava o que havia de mais moderno em termos de arquitetura. No primeiro plano, uma junta de bois trabalhando. O urbano sendo instaurado no solo rural; o moderno chegando num mundo arcaico – Goiânia é a síntese da modernização do Brasil Central.
Modernismo
O século XX começou com a ideia de busca pelo progresso e modernização em alta. Nas artes, os anseios pelo moderno se traduziram no modernismo, movimento cultural, desencadeado na Europa, antes da Primeira Guerra Mundial, a partir da assimilação de tendências de vanguarda. No Brasil, este movimento causou um forte impacto social e artístico.
As novas linguagens europeias iam sendo incorporadas, mas buscando o enfoque na valorização da cultura nacional para fazer uma arte própria, autêntica e original. Os modernistas propunham um rompimento com o passado e caracterizavam-se pela liberdade de estilo.
Um Goiás não-moderno
O estado de Goiás estava distante deste mundo de mudanças. Até a década de 1920, a falta de estradas dificultava sua ligação com o resto do país e impedia a chegada da industrialização e da modernização agrícola. A densidade demográfica, a circulação comercial e monetária eram baixas. A economia estava baseada na agricultura de subsistência com baixa divisão social do trabalho (HADDAD, 2016).
A modernidade vem chegando
Acontecimentos como a chegada da estrada de ferro em 1914 indicam mudanças em curso. Mas, a mudança começa, de fato, a partir da década de 1930, quando o governo Getúlio Vargas colocou em prática a Marcha para Oeste, que visava a ocupação de áreas pouco habitadas do território nacional e sua integração.
Goiás recebeu a instalação da Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG), que deu origem à cidade de Ceres.
O grande símbolo da chegada da modernidade foi a construção de Goiânia. Nela, o governo de Goiás adotou a última tendência em termos de arquitetura. O art dèco é um estilo surgido na década de 1920, na França. Marcou a produção de várias artes, inclusive a arquitetura. Entre suas características marcantes estão o uso do concreto armado, linhas retas, formas retangulares bem definidas, escalonamento dos andares, etc.
O historiador Nasr Chaul considerou que um dos elementos importantes na decisão para a construção de Goiânia foi a afirmação do grupo político liderado por Pedro Ludovico Teixeira. A sua ascensão está ligada ao contexto de mudanças que deu protagonismo para camadas médias urbanas ansiosas por progresso.
Goiânia sintetiza bem as mudanças que aconteciam em Goiás na década de 1930. A modernidade goiana mesclava o urbano e o rural. Segundo Chaul (2009. p. 107), parte da sociedade da época “escondia o fazendeiro por trás do profissional liberal”. Médicos, advogados, farmacêuticos, engenheiros, etc., eram ligados à estrutura fundiária. “Tratava-se de uma mentalidade urbana com os pés plantados em solo rural”.
Assim, o estado de Goiás inseria-se no mundo moderno. Uma urbanização incipiente, o protagonismo político de novos grupos sociais, novos hábitos culturais combinavam-se e chocavam-se com as velhas estruturas sociais.
RESPONDA AS QUESTÕES
QUESTÃO 1
“Goiânia… é um pedaço de modernidade cravado no sertão de Goiás” (CHAUL, 2009. p. 100). Assinale a alternativa que apresenta a interpretação mais adequada para esta frase do historiador Nasr Chaul.
(A) Goiânia era uma cidade moderna que logo se tornou atrasada porque foi construída no sertão do estado de Goiás.
(B) A construção de Goiânia sintetiza o momento histórico de inserção do estado de Goiás no processo de modernização nacional dos anos 1930.
(C) A cidade de Goiânia foi construída para ser a capital do estado de Goiás, deslocando o centro do poder da cidade de Goiás.
(D) A nova capital do estado de Goiás representou a afirmação do grupo político liderado por Pedro Ludovico Teixeira, então interventor federal.
QUESTÃO 2
Assinale a alternativa que aponta corretamente as características da economia goiana até a década de 1920.
(A) Setor de serviços bastante desenvolvido, baixa densidade demográfica, baixa circulação comercial e monetária.
(B) Densidade demográfica baixa, pouca circulação comercial e monetária, boa estrutura de estradas e ferrovias.
(C) Falta de estradas, baixa densidade demográfica, agricultura de subsistência, baixa divisão social do trabalho.
(D) Falta de estradas, indústria desenvolvida, comércio aquecido, alta circulação monetária, agricultura de subsistência.
QUESTÃO 3
O historiador Nasr Chaul destaca a mistura entre o urbano e o rural que caracteriza Goiânia: “Tratava-se de uma mentalidade urbana com os pés plantados em solo rural. Tal mesclagem (urbano rural) pode, até os dias atuais, ser notada nas várias facetas da cidade que se tornou Goiânia” (CHAUL, 2009. p. 107). Ele dá exemplos desta mescla: “Capim em meio ao concreto, crescendo desordenadamente por entre bairros e vilas, luz neon em contraste com o entardecer do interior de Goiás…” (CHAUL, 2009. p. 100).
Identifique exemplos dessa mistura entre o rural e o urbano que está presente em Goiânia “até os dias atuais”.
QUESTÃO 4
Dê exemplos de edifícios no estilo art déco em Goiânia atualmente.
| Autoria: | Anísio José Pereira Filho |
| Formação: | História |
| Componente Curricular: | História |
| Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento: | (EJAHI0611) Identificar o crescimento cultural, econômico e social das cidades goianas a partir do Modernismo no Brasil. |
| Referencial teórico: | CHAUL, Nasr Fayad. Goiânia: a capital do sertão. In: Revista UFG, Ano XI, nº 6, p. 100-110, Junho 2009. Disponível em: <https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/694/o/06_goiania.pdf> acesso em 08, mar. 2023. HADDAD, Marcos Bittar. A expansão capitalista em Goiás: da incipiente mineração ao século XX. In: Revista Baru, v. 2, n. 1, p. 71-92, jan./jun 2016. Disponível em: <https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/baru/article/view/4881/2730> acesso em 08, mar. 2023. SILVA, Anderson Dutra e. SILVA, Sandro Dutra e. A natureza e a modernidade urbana de Goiânia nos discursos da cidade símbolo do Oeste brasileiro (1932-1942). In: Historia Crítica, n. 74, p. 65-93, Bogotá, Oct./Dec. 2019. Disponível em: <http://www.scielo.org.co/pdf/rhc/n74/0121-1617-rhc-74-00065.pdf> acesso em 09, mar. 2023. |