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História – Modernismo e identidade nacional no Brasil.

Olá! Esta aula de História é destinada a educandos da 8ª Série da Eaja.

Temática – História – Modernismo e identidade nacional no Brasil. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Group_of_Five_collage.png>. Acesso em: 17 de Agosto de 2021.

Esta aula discute alguns elementos da contribuição do modernismo para a construção da identidade nacional no Brasil.


Assista a videoaula abaixo, com a temática – História – Modernismo e identidade nacional no Brasil.

8ª SÉRIE | Eaja |HISTÓRIA| PROF.: ANÍSIO FILHO

Modernismo e identidade nacional no Brasil.

Você é brasileiro(a)? O que faz você ser brasileiro(a)? A resposta que primeiro pode vir à sua cabeça talvez seja: eu nasci no Brasil. Mas, nesta atividade, vamos falar de coisas para além do local de nascimento. Existe um conjunto de elementos culturais, símbolos, histórias contadas, imagens, paisagens que foram escolhidas como representação do Brasil. Ou seja, esses elementos nos informam que este território que pisamos é o Brasil e todo mundo que nasceu ou que se identifica com ele é brasileiro. Esses elementos constituem um sentimento de pertencimento a um grupo, uma identificação com um território, com um governo. Chamamos isso de identidade nacional. A identidade nacional não é um dado com o qual já nascemos, ela é aprendida no ambiente cultural em que vivemos e também construída, incutida em nós, por ações dos governos.

Construção da identidade nacional brasileira

A identidade nacional brasileira é resultado de um processo que compreende vários esforços dos governos e da sociedade. Esse processo iniciou a partir da independência, em 1822, quando o Brasil deixou de ser colônia de Portugal. A construção da identidade nacional atende à necessidade de coesão social, ou seja, de criação de elos entre os indivíduos para que eles se associem e se tornem um grupo. Isso é fundamental para que exista um governo. Um primeiro passo na construção da identidade nacional brasileira foi justamente a manutenção de uma máquina administrativa comum em todo o território. Durante o Primeiro Reinado (1822 a 1831) e o Período Regencial (1831 a 1840), a principal ação foi a formação de forças repressivas militares para garantir a ordem. Sobretudo no Período Regencial, vários movimentos reivindicavam autonomia política, colocando em risco inclusive a unidade do território. O governo reprimiu duramente esses movimentos, o que nos leva a concluir que a violência estatal é um dado sempre presente de nossa identidade nacional.

A manutenção de uma língua comum em todo o território é um fator importante para a criação da identidade nacional, o fato de o Brasil inteiro falar português é resultado de ações do governo neste sentido. Outro elemento importante é a construção de uma história comum para o território, em 1838 foi criado o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) iniciando a reflexão sobre temas ligados à nação brasileira. Ainda neste sentido, a literatura deu suas contribuições. O romantismo buscou uma interpretação genuinamente brasileira associando a nação às belezas naturais e à mitificação dos indígenas. Também ocorreram esforços para a criação de símbolos culturais nacionais. É o caso, por exemplo, da criação da história de Tiradentes como um herói que lutou pela libertação da nação.

Mas esses esforços ganharam nova dimensão a partir da chegada de Getúlio Vargas ao governo. Viveu-se um novo momento na centralização política do país com a uniformização das práticas administrativas. Destaca-se também o oferecimento de uma educação básica comum com padronização dos currículos para todo o território nacional. Vargas também usou os novos meios de comunicação, sobretudo o rádio, para difundir a cultura nacional uniformizada. O samba, o futebol e alguns pratos culinários tornaram-se parte de uma cultura nacional.

O modernismo e a identidade nacional brasileira

Neste contexto de ações e esforços para a construção da identidade nacional é importante apontar o papel do modernismo.

O modernismo foi um movimento cultural desencadeado na Europa antes da Primeira Guerra Mundial a partir da assimilação de tendências de vanguarda como o Cubismo, o Futurismo, o Dadaísmo, o Expressionismo e o Surrealismo. Esse movimento causou um forte impacto nas artes – sobretudo na literatura e nas artes plásticas – e na sociedade brasileira na primeira metade do século XX. As novas linguagens europeias foram sendo incorporadas, mas buscando o enfoque nos elementos da cultura do país. Procurava-se valorizar a cultura nacional para fazer uma arte própria, autêntica e original. Os modernistas propunham um rompimento com o passado, caracterizavam-se pela liberdade de estilo.

A importância atribuída à definição e valorização dos elementos da cultura nacional fez do movimento modernista um importante ator na construção da identidade nacional. Na década de 1920, alguns modernistas foram importantes na definição dos elementos culturais que seriam entendidos como as raízes da sociedade brasileira. Mário de Andrade, um de seus principais expoentes, fez inúmeras viagens pelo país registrando manifestações culturais que comporiam o folclore brasileiro.

Buscando o moderno e o original, os modernistas desenvolveram o nacionalismo tanto como forma de denúncia da realidade, quanto de forma ufanista. Isso deixa claro as divergências de posicionamento político que havia entre eles.

Exemplos dessas divergências podem ser encontrados em dois manifestos. O Manifesto da Poesia Pau-Brasil foi escrito por Oswald de Andrade e publicado em 1924, apresenta uma proposta de literatura brasileira a partir da redescoberta do Brasil, dizia que a arte brasileira devia ser de exportação tal qual o pau Brasil. Já o Verde-Amarelismo era um grupo formado por Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo. Em resposta ao Manifesto Pau-Brasil propunha um nacionalismo primitivista, ufanista, identificado com nacionalismos europeus. É bom observar que Plínio Salgado tornou-se o principal líder do Integralismo, um movimento político identificado com o fascismo italiano.

O modernismo foi um movimento que abrigou artistas e intelectuais de posições diversas. Essa diversidade se verificou nas proposições que cada um apresentou para a construção da identidade nacional. Assim, percebemos que dizer o que é o Brasil, o que define o ser brasileiro, é sempre uma questão em disputa na sociedade.

Atividades

Questão 1 – Dê exemplos de coisas que fazem você sentir-se brasileiro, construa uma lista a partir do que você pensou.

Questão 2 – A partir da lista que você fez, sobre as coisas que fazem você sentir-se brasileiro, produza um texto no modelo de carta ou e-mail, para uma pessoa que não conheça o Brasil. Após concluir essa carta, mostre ela para os seus familiares, professores e colegas de sala.


Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento:(EAJAHI0816) Discutir o papel desempenhado pelo Modernismo como parte do processo de construção da identidade nacional e identificar o crescimento cultural, econômico e social das cidades goianas a partir do Modernismo no Brasil.
Referências: MODERNISMO no Brasil. Disponível em: <https://pt.wikipedia. org/wiki/Modernismo_no_Brasil> Acesso em 17 de agosto de 2021.
PINTO, Tales dos Santos. Construção da identidade brasileira. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadob rasil/a-identidade-nacao-brasileira.htm> Acesso em 17 de agosto de 2021.