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História – Características da Revolução Francesa.

Olá! Esta aula de História é destinada a educandos da 7ª Série da Eaja.

Temática – História – Características da Revolução Francesa. Disponível em: <https://cutt.ly/HQXP3Rp>. Acesso em: 16 de Agosto de 2021.

Nesta aula, tratamos dos dez anos que vão da queda da Bastilha, em 1789, à ascensão de Napoleão Bonaparte ao governo francês, em 1799.


Assista a videoaula abaixo, com a temática – História – Características da Revolução Francesa.

7ª SÉRIE | Eaja |HISTÓRIA| PROF.: ANÍSIO FILHO

Características da Revolução Francesa

O movimento revolucionário e seus diferentes projetos políticos

A tomada da Bastilha é considerada o marco da Revolução Francesa. Isso quer dizer que automaticamente a monarquia acabou e tudo mudou de imediato? Não! Grandes mudanças como essa são cheias de idas e vindas. Para entender o que aconteceu depois da tomada da Bastilha, em 14 de julho de 1789, é importante lembrar a avaliação que Eric Hobsbawm faz do movimento revolucionário.

Hobsbawm aponta que a Revolução Francesa não teve um líder, não foi organizada por um partido com programa estruturado. Mas um consenso de ideias gerais entre um grupo social bastante coerente deu ao movimento revolucionário uma unidade. “O grupo era a ‘burguesia’; suas ideias eram as do liberalismo clássico, conforme formuladas pelos ‘filósofos’ e ‘economistas’” (HOBSBAWM, 1996, p. 19).

As exigências do burguês foram delineadas na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. É um manifesto contra a sociedade hierárquica de privilégios da nobreza, mas não é um manifesto a favor de uma sociedade democrática e igualitária. Este documento prevê que os homens nascem livres e iguais perante a lei mas prevê também distinções sociais, a propriedade privada era um direito natural, sagrado, inalienável e inviolável. O burguês liberal de 1789 a 1848 não era um defensor da democracia, mas um devoto do constitucionalismo, de um Estado secular com liberdades civis e garantias para a empresa privada e de um governo de contribuintes e proprietários (HOBSBAWM, 1996).

Os defensores desse regime o justificavam dizendo que ele expressaria não apenas seus interesses de classe, mas a vontade geral do povo, a nação francesa. A grande mudança em relação ao Antigo Regime é que a fonte de toda soberania residiria na nação e não mais na graça de Deus.

Entretanto, essa ideia do povo identificado com a nação que a burguesia propagava naquele momento não era capaz de atender as demandas do povo, que via a possibilidade de ter os seus interesses realmente atendidos. No período de 1789 a 1799 os governos foram marcados pela tensão e disputas entre esses grupos: por um lado os moderados, conhecidos como girondinos, defendiam a monarquia constitucional e eram apoiados pela maior parte da burguesia; por outro, os radicais, chamados de jacobinos, defendiam a igualdade social entre os cidadãos, alguns defendiam a república como o regime ideal, eram apoiados pelos trabalhadores rurais e urbanos.

Jacobinos e Girondinos em disputa

O período da Revolução começa com os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, que culminaram com a redação da Constituição de 1791. Em 4 de agosto de 1789, essa Assembleia aboliu o regime feudal livrando os camponeses das taxas cobradas pela nobreza. Logo em seguida, ocorreu a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que instituiu o direito de todos à liberdade, à propriedade e à igualdade perante a lei.

Em 1791, Luís XVI tentou fugir da França, mas foi capturado; a Áustria e a Prússia ameaçaram atacar a França, o rei foi preso sob suspeita de traição.

A invasão aconteceu em 1792 e a população se mobilizou para combatê-la. Essas ações de outros países se davam porque as monarquias absolutas entendiam que a Revolução na França colocava-as em perigo – já pensou se a revolução se espalha? Em setembro de 1792, na batalha de Valmy, o exército francês venceu os invasores prussianos.

A vitória em Valmy fortaleceu os jacobinos. Foram convocadas eleições para nova assembleia, com sufrágio universal masculino.

A Convenção Nacional elaborou uma nova constituição, aprovada em 1793, que instituía a república na França.

O período de governo dos jacobinos ficou marcado principalmente pela perseguição daqueles que, segundo eles, conspiravam contra a Revolução. Em torno de 15 mil pessoas foram executadas na guilhotina nos quase três anos de governo. Esse período ficou conhecido como o terror. A intolerância com os opositores não poupou os próprios jacobinos que discordavam do regime. Foi o caso de um de seus líderes, Danton.

O rei Luís XVI foi condenado por traição e morto na guilhotina em 21 de janeiro de 1793, em outubro a rainha Maria Antonieta também foi guilhotinada. Depois, vários nobres, bispos, padres, comerciantes e outros girondinos tiveram o mesmo fim.

O terror saiu caro para os jacobinos. Os girondinos, junto com alguns jacobinos, começaram a conspirar contra o governo. Com a execução de Robespierre o clima de insegurança aumentou. As revoltas de grupos que apoiavam Robespierre foram esmagadas pelo exército.

Mesmo instaurando um clima de terror, os jacobinos conseguiram resolver problemas importantes da França. Estabilizaram o valor da moeda, aumentaram o exército, derrotaram tropas invasoras e conseguiram estabilizar rebeliões pelo país.

Em 1794 houve um golpe patrocinado pela burguesia temerosa de que a Revolução se voltasse contra ela. Iniciou-se um período de governo sob o controle dos girondinos onde muitas decisões dos jacobinos foram revertidas. Mas a estabilidade política só começou a acontecer a partir da ascensão ao governo de Napoleão Bonaparte em 1799.

Atividade

Questão 1 – Qual o grupo social que deu unidade ao movimento revolucionário na França?

Questão 2 – Jacobinos e girondinos tinham propostas diferentes de governo. Quais as diferenças entre eles?


Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento:(EAJAHI0715) Compreender o movimento revolucionário francês relacionando-o às conquistas que influenciam o ocidente até os dias atuais.
Referências: HOBSBAWM, Eric. A Revolução Francesa. Tradução Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996, (Coleção Leitura).VAINFAS, Ronaldo. et al. História.doc, 8º ano: ensino fundamental, anos finais. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.