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História – As mulheres na Antiguidade Oriental

Esta proposta de atividade de História é destinada aos estudantes do 4º Período da Educação de Jovens e Adultos-EJA


Mercado de casamento babilônio. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Babylonian_marriage_market.jpg> acesso em 16, jun. 2023.

As mulheres na Antiguidade Oriental

Veja esta situação:

O lar é como um corpo. O homem é a cabeça e a mulher é braços e pernas. O homem é quem decide e a mulher é quem faz. Uma casa assim organizada tem ordem e progride.

A afirmação acima estabelece uma hierarquia muito clara que entende a mulher como submissa ao homem. Essa concepção ainda é bastante forte em nossa cultura e costuma ser justificada afirmando-se que sempre foi assim.

Mas, a história tem mostrado o contrário. A mulher sempre teve espaços de atuação social e nem sempre esteve submissa ao homem. Voltando no tempo alguns milênios antes de Cristo, encontramos duas grandes civilizações que comprovam isso. Quais os papeis sociais das mulheres na Mesopotâmia e no Egito?

Mesopotâmia

O historiador português António Ramos dos Santos analisa a situação da mulher na Mesopotâmia em dois grupos.

A mulher da elite social assumiu o poder em alguns casos, quando no papel de esposa do rei ou de rainha. Muitas delas influenciaram as decisões de governo por estarem próximas a homens no poder.

Houve casos em que uma mulher possuiu e administrou seus próprios bens imóveis chegando a ter o próprio selo. Entre as famílias mais abastadas, algumas se distinguiram na administração de seus negócios, usufruindo de certo grau de independência jurídica.

A vida religiosa era outra esfera em que mulheres tinham lugar de destaque, sobretudo nos templos das divindades femininas.

A situação da mulher comum estava mais ligada à concepção de matrimônio. O casamento visava principalmente a manutenção da casa, do marido e o aumento da mão de obra.

O matrimônio fundamentava-se no princípio da monogamia e do patriarcado. Em certas situações o homem podia manter uma concubina ou uma escrava, mas ambas não desfrutavam da mesma posição que a mulher legítima.

As mulheres sumérias eram mais livres que as assírias, jurídica e socialmente. As babilônicas podiam fechar contratos, apresentar-se aos tribunais e ocupar certos cargos da administração.

A mulher estava legalmente protegida contra a violência ou a difamação, mas havia certas desigualdades. O marido podia entregar a sua mulher a um credor como fiança ou para pagar uma dívida com seu trabalho, enquanto que ela não podia fazer o mesmo com o ele. O divórcio era mais difícil para a esposa.

Egito

Sobretudo no Reino Novo a posição social da mulher era algo digno de nota. A historiadora Thamis Malena lembra que no Reino Médio o título das mulheres era de senhora da casa (CARIA, 2013). Elas tinham um considerável controle sobre as decisões familiares e domésticas. No Reino Novo, a permissão para selar compromisso deveria ser pedida à mãe da noiva e não ao pai. Os egípcios adotavam o nome da mãe para serem identificados e não o do pai.

Comparando com outras sociedades, a condição sociocultural feminina destacava-se pela liberdade (CARIA, 2013). Mulheres podiam possuir e administrar bens, queixar-se de maus tratos do marido e solicitar o divórcio sem a permissão do esposo e do pai. Andavam pelas ruas sem véus, não ficavam confinadas às casas apesar de haver setores nas casas reservados a elas (CARIA, 2013).

RESPONDA AS QUESTÕES

QUESTÃO 1

Sobre a posição social das mulheres no Egito Antigo, a historiadora Thamis Malena diz que:

A importância da posição social das mulheres pode ser interpretada no título dado a elas no período do reino Médio: Senhora da casa (nebt-per), o que podemos inferir como aquela que possui o poder de controlar todas as decisões familiares e domésticas.

CARIA, 2013, p. 94.

Marque a alternativa correta quanto à interpretação deste trecho:

(A) A mulher tinha um papel importante desde que concedido pelo homem.

(B) A mulher era submissa ao homem.

(C) A mulher desfrutava de uma posição relevante.

(D) A mulher subordinava-se à autoridade do pai e do marido.

QUESTÃO 2

O historiador António Ramos dos Santos afirma sobre as mulheres na Mesopotâmia:

Igualmente no âmbito das famílias mais abastadas, algumas mulheres se distinguiram pela acção desenvolvida em termos de negócios

SANTOS, 2001, p. 46.

Esta afirmação permite concluir que:

(A) As mulheres dedicavam-se exclusivamente às tarefas domésticas.

(B) Nos grupos mais ricos, as mulheres atuaram nos negócios.

(C) As mulheres atuaram unicamente nas atividades religiosas.

(D) As mulheres dependiam da permissão dos homens para fazer negócios.

QUESTÃO 3

Após a leitura do texto você acha que é possível afirmar que as mulheres eram submissas ao homem na Mesopotâmia e no Egito antigo?

QUESTÃO 4

A história nos ensina que a toda afirmação que se apresenta como “a verdade” devemos perguntar: “a quem interessa isso?”. Então, a quem interessa dizer que a mulher é submissa ao homem?


Autoria:Anísio José Pereira Filho
Formação:História
Componente Curricular:História
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento:(EJAHI0419) Identificar os papéis sociais desempenhados pelas mulheres na antiguidade oriental e ameríndia.
Referencial teórico:CARIA, Thamis Malena Marciano. Aspectos da condição feminina no antigo Egito. In: Revista Mundo Antigo, Ano II, V. 02, N° 01, Junho, 2013. pp. 93-106.
SANTOS, António Ramos dos. A mulher na Mesopotâmia. In: SANTOS, Maria Clara Curado (Org.). A Mulher na História Actas dos Colóquios sobre a temática da Mulher. Câmara Municipal da Moita, Departamento de Acção Sócio-cultural, 2001. pp. 45-52. Disponível em:  <https://www.academia.edu/924842/A_Mulher_na_Hist%C3%B3ria_Actas_do_Col%C3%B3quio_sobre_a_tem%C3%A1tica_da_Mulher> acesso em 13, jun. 2023.