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História – A crise do Império e o fortalecimento de ideias republicanas no Brasil e em Goiás: A República no Brasil e a participação do povo.

Olá, educando (a)! Esta videoaula de História foi veiculada na TV no dia 11 de Março de 2021 (Quinta-Feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.

A aula de hoje apresenta a Proclamação da República no Brasil, em 1889, focando suas motivações e implicações imediatas. Apresenta também uma definição de República ressaltando o aspecto da participação popular.

Temática – A crise do Império e o fortalecimento de ideias republicanas no Brasil e em Goiás: A República no Brasil e a participação do povo. Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cb/Monumento_Campo_de_Santana.jpg>.

Assista a videoaula abaixo, com a temática – A crise do Império e o fortalecimento de ideias republicanas no Brasil e em Goiás: A República no Brasil e a participação do povo.

8ª SÉRIE | Eaja |HISTÓRIA | PROF.: ANÍSIO FILHO

A República no Brasil e a participação do povo

Deodoro da Fonseca liderou o movimento militar que acabou com a monarquia no Brasil e instaurou a República, no dia 15 de novembro de 1889. O que o levou a esse ato, ele que era um defensor do imperador D. Pedro II? Como foi a participação do povo nesse movimento, já que a república pressupõe o protagonismo popular? Ficou curioso? Então vem comigo!

A Proclamação da República

A instauração da República no Brasil foi a culminância de um processo de desgaste da monarquia, ao longo do século XIX. Já na década de 1870, três focos de oposição ao imperador estavam consolidados no cenário político: O exército, os abolicionistas e os republicanos.

O exército tinha desenvolvido uma consciência sobre o seu papel político a partir da guerra do Paraguai, entre 1865 e 1870. Quando a guerra terminou, os oficiais sentiam-se desprestigiados pelo imperador e estavam especialmente insatisfeitos com um decreto que os proibia de se pronunciarem publicamente sobre política. Além disso, as ideias positivistas, que defendiam um amplo programa de modernização da sociedade, caíram nas graças dos militares.

Os abolicionistas foram responsáveis por uma crescente mobilização da sociedade em torno da causa da Abolição da escravidão. Esse movimento atingia diretamente os interesses dos fazendeiros, que formavam o principal grupo de apoio ao imperador. Eles não viam com bons olhos o avanço da causa abolicionista que defendia o fim da escravidão. Pouco a pouco, aumentava sua insatisfação com o modo como o imperador conduzia a questão. Muitos fazendeiros do oeste paulista aderiram ao Partido Republicano, em 1873.

Os republicanos eram os defensores da República. Em 1870 foi publicado o Jornal da República com um manifesto republicano. Em 1873, aconteceu em Itu, no estado de São Paulo, um encontro que ficou conhecido como Convenção de Itu, fato que marcou a criação do Partido Republicano. A causa republicana ganhou fôlego em São Paulo, a província que mais se desenvolvia economicamente mas não tinha prestígio político. No final da década de 1880, o Partido Republicano buscou o apoio do exército e foi justamente oficiais do exército, liderados por Deodoro da Fonseca, que destituíram o imperador Pedro II e instauraram a República.

A participação popular na Proclamação da República

A república é uma forma de governo que se opõe à monarquia. Enquanto nesta o chefe do Estado é escolhido pelo direito hereditário, ou seja, passa de pai para filho, na república ele é eleito pelo povo através de eleição direta ou indireta. Mas, no Brasil, o ato da Proclamação da República foi organizado por um grupo de políticos, intelectuais e militares, sem a participação da população em geral. Sobre isso, o historiador José Murilo de Carvalho escreveu em seu livro Os bestializados:

“Em frase que se tornou famosa, Aristides Lobo, o propagandista da República, manifestou seu desapontamento com a maneira pela qual foi proclamado o novo regime. Segundo ele, o povo, que pelo ideário republicano deveria ter sido protagonista dos acontecimentos, assistira a tudo bestializado, sem compreender o que se passava, julgando ver talvez uma parada militar. (…)” (CARVALHO, 1987, p. 9).

A participação popular nas decisões dos governos republicanos no Brasil sempre esteve longe de ser o que preconiza a teoria. O que aconteceu no ato da Proclamação se repetiu por muito tempo ainda. Uma elite política é que na verdade esteve à frente das decisões no país. Só com a Constituição de 1988 é que se avançou significativamente na criação de condições institucionais para o povo participar de fato, mesmo assim, esse avanço no papel não se concretiza inteiramente na prática. As elites vão encontrando formas de fazer prevalecer seus interesses.


Atividade

Questão 1 – Conforme o que você leu, quais os grupos insatisfeitos com D. Pedro II? E qual a insatisfação de cada um?

Questão 2 – Escreva um parágrafo falando da participação do povo na Proclamação da República. Houve participação? Por que Aristides Lobo ficou desapontado?


Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento(EAJAHI0801) Descrever e contextualizar os principais aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos que levaram à crise do Império e à emergência da República no Brasil e em Goiás.(EAJAHI0802) Problematizar a efetiva participação da sociedade brasileira no processo de mudança do regime político da Monarquia para a República.
Referências:CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a república que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
SCHWARCZ, Lilia. STARLING, Heloísa. Brasil: uma biografia. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.