Olá, educando (a)! Esta videoaula de LÍNGUA PORTUGUESA foi veiculada na TV no dia 27/05/2021 Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.
Olá criança, tudo bem com você?
Como é bom ouvir um conto, não é? Nessa nossa aventura iremos compreender como os contos populares estão presentes em nossa história e em nossa cultura, enriquecendo as tradições e memórias.
Verificaremos que a linguagem utilizada nas narrativas pode estimular o suspense, valorizar a imaginação e trazer muita aventura quando um conto popular é transmitido. Inclusive, já percebeu que de acordo com a região que vivem, as pessoas podem usar expressões e falas muito diferentes umas das outras? Em Goiás, alguns termos falados, são somente nossos! Mas em um texto formal, será adequado a utilização dessas palavras? Podemos escrever exatamente como falamos?
Vamos descobrir juntos! Já pegou seu material? Entre nessa aventura e não fique de fora dessa videoaula!
ATIVIDADE 1
Os contos podem ter diversificadas versões. Leia a história “O jabuti e a fruta” a partir do olhar da escritora Ana Maria Machado. Não deixe de compartilhar com sua família.
O jabuti e a fruta
Uma vez apareceu na floresta uma árvore nova que dava uma fruta que todos os bichos ficaram com vontade de comer, mas só podia comer quem primeiro soubesse o nome da fruta. E, para ficar sabendo, era preciso perguntar a uma mulher que tomava conta da árvore e morava meio longe. Depois, embaixo da árvore, tinha que dizer o nome da fruta bem certinho. Então a fruta amadurecia e caía.
Um por um, cada bicho ia lá na casa da mulher e perguntava. Ela respondia. Ela não podia enganar ninguém. Tinha que responder direito, o nome certo, como o deus da mata havia mandado.
Mas era um nome enorme e complicadíssimo. Quando chegava na metade do caminho, o bicho já havia esquecido e não podia voltar lá pra perguntar de novo. Precisava guardar bem direitinho na cabeça para não esquecer.
Para complicar ainda mais, a mulher fazia uma coisa ruim, só para atrapalhar. Misturava as ideias na cabeça do bicho que perguntava. Quer dizer, depois de falar bem certinho o nome da fruta, quando o bicho já estava indo embora, tentando guardar o nome da fruta, ela chamava:
– Ei, espera um pouquinho, compadre, que eu acho que me enganei!
E então começava a dizer várias outras palavras para confundir.
… Até que chegou a vez do Jabuti.
Sabendo do que tinha acontecido com os outros, ele teve uma ideia. Levou sua violinha quando foi se apresentar à mulher:
– Por favor, a senhora pode me dizer qual é o nome da fruta?
Ela respondeu:
– Mussá, Mussá, Mussagambira, Mussauê.
Rapidamente ele inventou uma musiquinha e começou a dedilhar as cordas da viola enquanto cantava:
– Mussá, Mussá, Mussagambira, Mussauê.
E num instantinho a mulher chamou:
– Ei, seu Jabuti, não é que eu lhe dei uma informação errada? O nome da fruta não é esse não. É Puçá, Puçá, Puçacambira, Puçuarinha.
E o Jabuti não parou de cantar.
– Mussá, Mussá, Mussagambira, Mussauê.
E a mulher vinha atrás dele, falando sem parar.
– Ou será que eu me enganei? Acho que é Içá, Içá, pega na imbira, solta a farinha ….
E o Jabuti firme, dedilhando sua viola:
– Mussá, Mussá, Mussagambira, Mussauê.
A mulher não desistia:
– Ou será que é Assá, Assá, viu curupira, viu você?
E o Jabuti não parava um segundo:
– Mussá, Mussá, Mussagambira, Mussauê.
A mulher ficou furiosa, passou a mão num pedaço de pau e deu uma pancada no Jabuti que rachou seu casco todinho, mas o teimoso não parou:
– Mussá, Mussá, Mussagambira, Mussauê.
Continuou até que chegou perto da árvore e a mulher teve que voltar para casa. O Jabuti cantou:
– Mussá, Mussá, Mussagambira, Mussauê.
Era o nome certo. A fruta caiu. Ele continuou cantando e foi uma chuva de frutas amadurecendo e caindo. Dava para todos os bichos provarem.
E, como as frutas tinham um visgo grudento que nem jaca, os outros bichos aproveitaram e usaram o visgo para colar os cacos do casco rachado do Jabuti.
E ele ficou assim, remendadinho, até hoje !!!
MACHADO, Ana Maria. Histórias à brasileira: O pavão misterioso e outros. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2008
Em seu caderno, faça um paralelo entre a história acima e a que foi recontada na videoaula.
QUEM SÃO OS PERSONAGENS? | |
“O jabuti e a fruta” – Ana Maria Machado | “O jabuti e a fruta” – Contadora de história Renata Damasceno |
EM QUE LOCAL O CONTO SE PASSA? | |
“O jabuti e a fruta” – Ana Maria Machado | “O jabuti e a fruta” – Contadora de história Renata DamaBomsceno |
QUAL É A FRUTA DESEJADA PELO JABUTI? | |
“O jabuti e a fruta” – Ana Maria Machado | “O jabuti e a fruta” – Contadora de história Renata Damasceno |
ATIVIDADE 2
Assista o conto “A Festa no céu” apresentado no vídeo a seguir:
Agora o desafio é com você: reúna sua família ou os seus amigos e reconte a história para eles. Não se esqueça de mostrar a situação inicial, valorizar o momento do clímax e apresentar um desfecho. Você pode fazer desenhos para mostrar as cenas e usar objetos que tem em casa para representar os animais. Use sua imaginação!!!
ATIVIDADE 3
Observe a imagem:
A- A partir da imagem, qual título você criaria para contar o conto? Quem seriam os personagens?
B – Qual seria a situação inicial e como se desenvolveria o conflito e o clímax?
C – Qual o final você escreveria para o conto? Use sua imaginação e surpreenda!
REVISÃO
- 1 – OS CONTOS POPULARES SÃO PASSADOS DE GERAÇÃO PARA GERAÇÃO E ENRIQUECEM A CULTURA;
- 2 – OS CONTOS POPULARES APRESENTAM PERSONAGENS, ESPAÇO, TEMPO NARRADOR, AÇÃO OU ENREDO;
- 3 – A DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO INICIAL, COMPLICAÇÃO, CLÍMAX E DESFECHO FAZEM PARTE DA ESTRUTURA DO ENREDO DE UM CONTO;
- 4 – A IMAGINAÇÃO É FUNDAMENTAL PARA CRIAÇÃO DE UM CONTO;
- 5 – O CONTO POPULAR PODE TRAZER EXPRESSÕES DA LINGUAGEM INFORMAL E EXPRESSÕES REGIONAIS;
- 6 – OS CONTOS PODEM TER VERSÕES DIFERENTES DE ACORDO COM O MODO COMO SÃO TRANSMITIDOS;
- 7 – BERNARDO ÉLIS FOI UM FAMOSO ESCRITOR DE CONTOS E LEVOU O NOME DE GOIÁS PARA O MUNDO.
Habilidades | (EF04GE03-A) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler(pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas. (GO-EF35LP32) Ler contos populares, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: formulação de hipóteses (antecipação e inferência); verificação de hipóteses (seleção e checagem). (GO-EF35LP33) Ler, comparar e associar os textos em estudo, observando forma, conteúdo, estilo e função social. (GO-EF35LP38) Produzir narrativas ficcionais que apresentem cenários e personagens, observando os elementos da estrutura narrativa: enredo, tempo, espaço, personagens, narrador, e a construção do discurso direto e indireto. (EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e apresentam uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade. (GO-EF15LP22) Reconhecer que o uso da linguagem formal ou informal depende da situação de uso: uma conversa entre amigos, aula, entrevista, entre outras. |
Referências: | https://www.youtubel.com/watch?v=CON78zvOqOM MACHADO, Ana Maria. Histórias à brasileira: O pavão misterioso e outros. São Paulo: Companhias das Letrinhas, 2008. https://pixabay.com/pt/illustrations/conto-de-fadas-vintage-antigo-1653150 |