
Assim como artistas exploram materiais, incorporam imagens e ressignificam objetos, as crianças, ao se relacionarem com o mundo, também inventam novos sentidos para as coisas.
A literatura, nesse contexto, é entendida em sua potência de múltiplas linguagens: as narrativas, as ilustrações, as imagens e as visualidades dos livros dialogam com os percursos sensíveis e investigativos das crianças.
Sendo assim, não se trata apenas de apresentar livros ou histórias, mas de construir ambientes onde os pequenos possam ampliar seus repertórios estéticos e simbólicos a partir da experiência literária vivida no coletivo.
Nesse sentido, a instalação literária na Educação Infantil é atitude permanente que carrega em si a dimensão do cotidiano — é prática constante de abrir espaços para a imaginação, a autoria e a criação das crianças.
Quando as crianças são convidadas a interagir livremente com os materiais — tocando, compondo, desconstruindo e recriando —, elas expandem seus pensamentos e imaginários, construindo modos próprios de expressão.
Ao desafiar o uso convencional de objetos do cotidiano, como as caixas de papelão, amplia-se a capacidade de invenção e a autonomia criativa das crianças. Assim, as caixas tornaram-se paisagens literárias, abrigando personagens, cenários e enredos imaginados coletivamente, em um processo de escuta ativa e respeito às singularidades.
Aproveitando a dinâmica do espaço expositivo e suas possibilidades, a professora Tatyanny, no Conjunto Vera Cruz II, foi além da simples apreciação literária, criando um ambiente onde o toque, o sentir e o explorar eram partes fundamentais da experiência. Vamos conhecer?
Proponentes/Curadoria | Ester Alves/Izabel Lemos |
Unidade Educacional | CMEI Vera Cruz II |