Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base as sequências didáticas propostas pelo Programa Aprender Sempre, da SME-Goiânia, com base no DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental.
Para nos expressarmos, utilizamos diversas modalidades textuais, sejam elas orais ou escritas.
O diário, a autobiografia e a narrativa de memórias são gêneros voltados para a expressão pessoal de quem os produz. De maneiras mais específicas, cada um deles é composto por relatos pessoais que colocam em evidência o sujeito que vive os fatos narrados.
Ao estudar a estrutura e o funcionamento da língua, lidamos com várias possibilidades de elaborações textuais para efetivarmos a comunicação, que podem ser mais objetivas ou mais subjetivas, mais informativas, explicativas ou literárias, por exemplo. Pensando no desenvolvimento das habilidades de fala e escrita nos mais diversos usos da língua, a gramática normativa sistematiza regras para nos auxiliarem nesses processos. Ao pensar na constituição dos sujeitos, até mesmo em textos literários, como o diário e a autobiografia, não podemos desconsiderar as orientações da Gramática.
Nesta atividade, você estudará alguns aspectos da língua portuguesa, como sujeito e predicado e transitividade verbal, por meio de textos pessoais.
O sujeito é o termo da oração sobre o qual se declara algo. Ele pode ser um substantivo, pronome, numeral ou uma oração subordinada substantiva. O predicado, por sua vez, é o que se diz sobre o sujeito. Ele é formado pelo verbo e pelos complementos verbais, que podem ser objetos diretos ou indiretos, predicativos do sujeito, adjuntos adnominais, entre outros.
Vamos ver um exemplo:
O João comeu uma maçã.
Nesse exemplo, o sujeito é “o João”, pois algo está sendo declarado a seu respeito, enquanto o predicado é “comeu uma maçã”, isto é, aquilo que é dito sobre o sujeito João. “Comeu” é o verbo e “uma maçã” é o objeto direto, que recebe a ação do verbo.
Alguns verbos, quando empregados em determinadas orações, em determinados contextos, pedem complemento para fazerem sentido. Outros verbos não têm essa necessidade. Isso está relacionado à transitividade verbal.
A transitividade verbal diz respeito à relação entre o verbo e o objeto. Quando o verbo expressa sentido completo, não precisa de complemento. Neste caso, ele é intransitivo.
Por exemplo:
A Laura sorriu. (verbo intransitivo)
Quando o verbo precisa de complemento para completar o sentido da oração, ele é transitivo. Alguns verbos podem ser transitivos diretos, ou seja, precisam de um objeto direto para completar seu significado (o complemento é ligado ao verbo sem preposição), e outros podem ser transitivos indiretos, que precisam de um objeto indireto (o complemento é ligado ao verbo por meio de preposição).
Por exemplo:
A Maria comprou um livro. (verbo transitivo direto)
O João necessita de um caderno novo para a matéria de Matemática. (verbo transitivo indireto)
É importante lembrar que alguns verbos podem ser tanto transitivos quanto intransitivos, dependendo do contexto da frase.
Espero que tenha ficado mais claro para você o que é sujeito, predicado e transitividade verbal. Pratique criando suas próprias frases e identificando seus elementos. Dessa forma, você ficará cada vez mais familiarizado com a gramática da língua portuguesa!
Assista à videoaula do professor Marlon Santos com essa temática.
VAMOS RESPONDER ALGUMAS QUESTÕES?
Leia, a seguir, um trecho de um romance memorialístico chamado Menino de Engenho, de José Lins do Rego.
O Santa Fé
Coitado do Santa Fé! Já o conheci de fogo morto. E nada é mais triste do que engenho de fogo morto. Uma desolação de fim de vida, de ruína, que dá à paisagem rural uma melancolia de cemitério abandonado. Na bagaceira, crescendo, o mata-pasto de cobrir gente, o melão entrando pelas fornalhas, os moradores fugindo para outros engenhos, tudo deixado para um canto, e até os bois de carro vendidos para dar de comer aos seus donos. Ao lado da prosperidade e da riqueza do meu avô, eu vira ruir, até no prestígio de sua autoridade, aquele simpático velhinho que era o Coronel Lula de Holanda, com o seu Santa Fé caindo aos pedaços. Todo barbado, como aqueles velhos dos álbuns de retratos antigos, sempre que saía de casa era de cabriolé e de casimira preta. A sua vida parecia um mistério. Não plantava um pé de cana e não pedia um tostão emprestado a ninguém.
(REGO, J. L. do. Menino de Engenho. 33. ed. , Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984, p.121-3)
Agora que você concluiu a leitura do texto, responda às questões.
QUESTÃO 1
No trecho Já o conheci de fogo morto o termo o está se referindo a quê ou a quem?
QUESTÃO 2
De acordo com o texto, Santa Fé é
(A) um homem
(B) uma cidade
(C) um engenho
(D) um cemitério abandonado
QUESTÃO 3
O trecho “E nada é mais triste do que engenho de fogo morto. Uma desolação de fim de vida, de ruína, que dá à paisagem rural uma melancolia de cemitério abandonado” revela uma impressão pessoal do narrador frente à crise dos engenhos no Brasil na primeira metade do século xx. Faça uma pesquisa sobre esse momento histórico de nosso país e, em seguida, elabore um parágrafo expondo sua opinião sobre como essa crise afetou a vida dos senhores de engenho e de todos os trabalhadores que dependiam desse campo de trabalho para sua sobrevivência.
QUESTÃO 4
Observe o trecho retirado do texto acima:
A sua vida parecia um mistério.
A) Destaque da oração acima o sujeito e o predicado.
B) A transitividade verbal está relacionada ao verbo e seus complementos. Quando o verbo, por si só, tem sentido completo, dizemos que ele é intransitivo. Quando ele não tem, dizemos que é transitivo. Para que seu sentido seja completo, o verbo precisa de um complemento que pode ou não ser preposicionado. Se esse complemento precisar de uma preposição, dizemos que o verbo é transitivo indireto. Caso o complemento não seja iniciado por uma preposição, o verbo é transitivo direto. Na oração acima, indique qual é a transitividade verbal.
C) Na oração, o pronome possessivo sua está retomando qual sujeito da história?
QUESTÃO 5
Qual é a transitividade verbal do verbo “pedia” na seguinte frase: “Não plantava um pé de cana e não pedia um tostão emprestado a ninguém”?
(A) Intransitivo
(B) Transitivo direto
(C) Transitivo indireto
(D) Transitivo direto e indireto
Autoria: | Marlon Santos |
Formação: | Letras – Português |
Componente curricular: | Língua Portuguesa |
Habilidades estruturantes: | (EF08LP06) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, os termos constitutivos da oração (sujeito e seus modificadores, verbo e seus complementos e modificadores). (EF08LP07) Diferenciar, em textos lidos ou de produção própria, complementos diretos e indiretos de verbos transitivos, apropriando-se da regência de verbos de uso frequente. (EF69LP44-A) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários. (EF69LP44-B) Reconhecer, em textos literários, formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas, considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção. |
Referências: | GOIÂNIA. Secretaria Municipal de Educação. Aprender Sempre. 6° ao 9º ano – Ensino Fundamental; Língua Portuguesa; 1° Bimestre; Goiânia, 2022. |