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Língua Portuguesa – Produção de Texto em Rede: gênero conto

Canal Portal Conexão Escola – Produção de Texto – Gênero textual Conto – 6º Ano – Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=VxFVJpnKW_s&ab_channel=PortalConex%C3%A3oEscola> Acesso em: 17, set. 2024

Leia o conto para responder às questões.

O primeiro dia de aula

Lucas estava parado diante do portão da nova escola, sentindo o coração bater acelerado no peito. O enorme prédio parecia imponente, com suas janelas altas e corredores que, do lado de fora, pareciam infinitos. Ele respirou fundo e olhou ao redor, vendo grupos de alunos conversando animadamente. Todos já pareciam se conhecer, menos ele. O primeiro dia em uma escola nova sempre tinha sido o seu maior medo, e agora, aqui estava ele, prestes a enfrentar exatamente isso.

Alice e Clara estavam ao seu lado. Elas também estavam um pouco nervosas, mas Alice, como sempre, tentava esconder isso com seu habitual otimismo.

– Relaxa, Lucas – disse Alice, dando-lhe um leve empurrão no ombro. – Vai ser divertido. Um monte de gente nova pra conhecer! A escola parece enorme. Vai ser como uma aventura!

Lucas deu um sorriso fraco, mas suas mãos ainda suavam. Ele não conseguia compartilhar o entusiasmo de Alice. Para ele, “aventura” era uma palavra assustadora, cheia de incertezas. E o desconhecido o deixava desconfortável.

– E se ninguém quiser falar com a gente? – perguntou ele, quase sem perceber que estava falando em voz alta.

Clara, mais tranquila e observadora, o encarou com um olhar suave, mas firme. – A gente vai se virar. Sempre nos viramos, não é?

Lucas sabia que Clara tinha razão. Eles eram amigos há anos e sempre tinham enfrentado os desafios juntos. Ainda assim, a ideia de passar pelos portões, encarar professores novos, colegas novos e se adaptar a tudo isso era como uma grande muralha diante dele.

O sinal tocou, e os três se entreolharam. Era o momento. Alice deu um largo sorriso e puxou Lucas pelo braço.

– Vamos nessa, gente! Melhor entrar antes que a gente fique preso do lado de fora.

Assim que atravessaram o portão, Lucas se viu cercado por rostos desconhecidos. Pessoas riam, se abraçavam, se cumprimentavam como velhos amigos. Ninguém parecia notar a presença dos três recém-chegados, o que, de certa forma, aliviava um pouco Lucas. Mas, ao mesmo tempo, ele se sentia invisível, como se estivesse fora de lugar.

Quando entraram na sala de aula, o nervosismo voltou. As carteiras já estavam quase todas ocupadas, e todos os olhares se voltaram para eles. Lucas sentiu o rosto esquentar, as mãos suadas apertando a alça da mochila.

Alice, sempre à frente, apontou para três carteiras vazias no fundo da sala e caminhou até lá sem hesitar. Clara a seguiu, e Lucas foi o último, com passos inseguros. Sentou-se na última cadeira, desejando que ninguém o notasse mais.

Conforme o professor começou a chamada, Lucas mal conseguia prestar atenção. Seu estômago estava embrulhado, e ele se perguntava se algum dia se sentiria confortável ali. Será que algum dos outros alunos viria falar com ele? Ou será que ficariam o ano inteiro invisíveis, como intrusos?

Alice, ao contrário, já estava conversando com a garota sentada ao seu lado, rindo de algo que a menina disse. Lucas olhou para ela com admiração. Como Alice conseguia ser tão confiante, tão à vontade em qualquer lugar? Ele desejava ter um pouco dessa coragem.

Clara, por outro lado, estava mais quieta, mas parecia tranquila. Ela fazia pequenas anotações no caderno, como se estivesse se concentrando apenas nas instruções do professor. Clara nunca parecia se deixar afetar pelas emoções ao seu redor. Lucas se perguntou como ela conseguia isso.

Enquanto o professor falava sobre as regras da escola e o cronograma do ano, Lucas se perdeu em seus próprios pensamentos. E se ele não conseguisse fazer amigos? E se ficasse sozinho durante os intervalos? Essas perguntas martelavam em sua mente, enchendo-o de insegurança.

De repente, uma folha de papel dobrada caiu em sua mesa. Lucas olhou ao redor, confuso, até que percebeu que tinha vindo de Clara. Ele a olhou, e ela apenas acenou com a cabeça para que ele abrisse o papel.

“Vai ficar tudo bem. Estamos juntos.”

Aquelas poucas palavras eram tudo o que ele precisava. Lucas sorriu para Clara, que lhe devolveu um pequeno sorriso tranquilizador. Alice, que percebeu o que estava acontecendo, virou-se e piscou para ele, como se dissesse: “Eu te disse!”

Ao final do primeiro dia, as coisas não pareciam tão assustadoras quanto no início. Lucas sabia que ainda teria desafios pela frente, mas com Clara e Alice ao seu lado, sentiu que talvez, só talvez, ele poderia encarar essa nova escola com menos medo e mais confiança.

E assim, enquanto eles caminhavam juntos para fora da escola, Lucas respirou fundo, sentindo o ar fresco da tarde e um alívio suave em seu peito. O primeiro dia tinha sido difícil, mas ele não estava sozinho. E isso, no fundo, fazia toda a diferença.


    Autoria:Marlon Santos
    Formação:Letras – Português
    Componente curricular:Língua Portuguesa
    Habilidade estruturante:(EF69LP47-B) Perceber como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto, indireto e indireto livre), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.
    Referências:Documento Curricular para Goiás (DC-GO). Goiânia/GO: CONSED/ UNDIME Goiás, 2018. Disponível em: <https://cee.go.gov.br> Acesso em: 01, set. 2023
    GOIÂNIA. Secretaria Municipal de Educação. Aprender Sempre. 6° ao 9º ano – Ensino Fundamental; Língua Portuguesa; 3° Bimestre; Goiânia, 2024.