Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base o DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental.

Narrativa de aventura
A narrativa de aventura é um gênero literário em que acontecimentos dinâmicos, explorações e desafios são enfrentados por personagens fictícios. Por isso, ela apresenta ações extraordinárias que envolvem os personagens em grandes perigos. Essas ações nem sempre são possíveis em nossa realidade, mas dialogam com o desejo dos leitores de superar limites frente aos seus desafios, que são reais. Desse modo, esse tipo de narrativa busca envolver o leitor em situações de perigo, emoção e superação, promovendo uma experiência imersiva e cheia de reviravoltas.
Geralmente, as narrativas de aventura se passam em diferentes lugares, até mesmo desconhecidos e exóticos, e os eventos ocorrem de forma acelerada, o que pode manter o leitor ainda mais atento. É comum encontrarmos nas narrativas de aventura temas como a busca por tesouros, locais misteriosos, conhecimentos secretos e a necessidade pessoal do(a) protagonista de viver aventura. O/A protagonista costuma ser corajoso e resiliente e enfrenta obstáculos que podem ser físicos, psicológicos ou morais, sempre com muita determinação.
Como há muitos acontecimentos e desdobramentos neste gênero, geralmente há vários personagens desempenhando papéis de grandezas diferentes. Eles podem ser classificados como principais e secundários.
Personagens principais
Protagonista: personagem principal da narrativa, que conduz a história e enfrenta desafios. Geralmente, é destemido, curioso e determinado, tem seus valores e objetivos bem visíveis. É caracterizado como herói/heroína da história.
Antagonista: representa a força contrária ao protagonista, que ameaça a concretização de seu objetivo. Pode ser uma pessoa, um grupo, uma criatura, ou até mesmo um elemento natural (como um furacão ou um deserto inóspito). É caracterizado como vilão/vilã.
Personagens secundários
Coadjuvante: tem participação menor na história. Presta auxílio ao protagonista ou ao antagonista na busca de seu objetivo.
Figurante: tem participação breve na história, e sua presença não costuma alterar o curso da narrativa.
Os personagens interagem com o ambiente e umas com os outros através de ações e decisões que vão alterando o desenrolar da história. Eles podem demonstrar coragem, medo, estratégia, traição, generosidade, entre outras características.
A narrativa de aventura muitas vezes conta com mudanças temporais, avançando rapidamente entre diferentes momentos ou alternando entre passado e presente. Além disso, à medida que a história progride, o protagonista descobre novos desafios, aliados, inimigos ou mistérios que enriquecem a trama. O enfrentamento desses perigos e as novas descobertas vão gradativamente transformando os personagens. Além disso, a narrativa acaba por abordar, de algum modo, visões da sociedade da época em que os fatos ocorrem.
Para tornar a narrativa mais envolvente, os escritores utilizam diversos recursos linguísticos, tais como: descrições detalhadas dos espaços, diálogos marcantes entre os personagens, com frases exclamativas e palavras e expressões que contribuem para a emoção dos acontecimentos e o uso de verbos de ação, que expressam movimento e dinamismo (correr, saltar, lutar, fugir).
Assista à videoaula do professor Marlon Santos com essa temática.
Responda às questões a seguir.
Leia o texto a seguir, um fragmento do romance de aventura “As viagens de Gulliver”, de Jonathan Swift, para responder às questões 1 a 5.
As viagens de Gulliver
Capítulo 1
[…]
Tendo sido pouco feliz numa das minhas últimas viagens, aborreci-me do mar e deliberei meter-me em casa com minha mulher e meus filhos. Mudei de residência e fui de Old-Jewry para a rua de Fetter-Lane e, daí, para Wapping na esperança de praticar com os marinheiros mas tal não aconteceu.
Depois de, baldadamente, ter esperado três anos que os meus negócios melhorassem, aceitei vantajoso partido, que me foi oferecido pelo capitão Guilherme Prichard, que ia partir no Antílope, em viagem para o mar do Sul. A 4 de maio de 1699, embarcamos em Bristol e a nossa viagem foi, a princípio, muito feliz.
Ocioso se torna maçar o leitor com a pormenorização das nossas aventuras por esses mares; basta apenas dizer-lhe que, ao passarmos pelas Índias orientais, fomos acometidos por um temporal de tamanha violência que nos lançou para o noroeste da terra de Van Diemen. Por uma observação que fiz, notei que estávamos a 30,2 de latitude meridional. Da tripulação haviam morrido doze homens em virtude do exaustivo trabalho e da má alimentação. A 5 de novembro, que era o princípio do estio naqueles países, o tempo estava um pouco escuro, e os marinheiros avistaram uma rocha que se achava afastada do navio apenas o comprimento de um cabo; mas o vento era tão forte, que fomos impelidos diretamente contra o escolho, onde chocamos num momento. Eu e mais cinco companheiros saltamos para uma lancha e, à força de remar conseguimos livrar-nos do navio e do escolho. Navegamos, assim, perto de três léguas, mas por fim o cansaço não nos deixou mais remar; completamente extenuados, deixamo-nos levar ao sabor das vagas e em breve uma nortada rija virou-nos a lancha.
Desconheço qual tivesse sido a sorte dos meus companheiros de lancha, nem dos que se salvaram do escolho, ou ainda dos que ficaram no navio, mas desconfio que pereceram todos; quanto a mim, nadei ao acaso e fui levado para terra pelo vento e pela maré. De vez em quando estendia as pernas a ver se encontrava fundo; por fim, estando quase exausto, tomei pé. Por então, o temporal amainara. Como o declive era um tanto insensível, caminhei perto de meia légua pelo mar, antes que pusesse pé em terra firme. Andei quase um quarto de légua sem avistar casa alguma, nem encontrar vestígios de habitantes, embora esse país fosse muito povoado. O cansaço, o calor e o meio quartilho de aguardente que bebera ao deixar o navio, tinham-me dado sono. Deitei-me na relva, que era de uma finura extrema, e pouco depois dormia profundamente.
SWIFT, Jonathan. As viagens de Gulliver. Trad. Cruz Teixeira. eBbooksBrasil, 2004. Domínio público. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/eb000001.pdf> Acesso em: 06, fev. 2025
QUESTÃO 1
Releia o seguinte trecho do texto:
Depois de, baldadamente, ter esperado três anos que os meus negócios melhorassem, aceitei vantajoso partido, que me foi oferecido pelo capitão Guilherme Prichard, que ia partir no Antílope, em viagem para o mar do Sul. A 4 de maio de 1699, embarcamos em Bristol e a nossa viagem foi, a princípio, muito feliz.
No contexto da narrativa, o termo em destaque pode se referir a
(A) alegremente.
(B) inutilmente.
(C) sabiamente.
(D) sutilmente.
QUESTÃO 2
Não é difícil descobrir quem é o protagonista da narrativa. Além disso, no fragmento apresentado, há um antagonista em potencial. Sabendo disso, preencha o quadro a seguir:
Papel no fragmento da narrativa | Quem é? | Características |
Protagonista | ||
Antagonista |
QUESTÃO 3
Conforme o texto, o que motivou a fuga dos tripulantes do navio para uma lancha?
QUESTÃO 4
De acordo com o texto, qual foi o destino dos seis tripulantes que pularam do navio para uma lancha durante o temporal?
QUESTÃO 5
A narrativa de aventura conta com mudanças temporais e espaciais, avança rapidamente entre diferentes momentos da história, guia o protagonista a novos desafios, aliados, inimigos ou mistérios que enriquecem a trama. Sabendo disso, identifique no fragmento de texto lido e escreva um parágrafo contando como acontecem as mudanças temporais, espaciais e na saga do protagonista.
QUESTÃO 6
Leia o texto sobre a narrativa de aventura procurando preencher as lacunas com as palavras mais apropriadas.
A narrativa de aventura é um gênero vibrante que transporta o __________ para mundos desconhecidos, cheios de desafios e emoções. Com _____________ marcantes, ____________ intrigantes e um ___________ dinâmico, essa forma de contar histórias continua a encantar gerações, estimulando a imaginação e o desejo por novas descobertas.
As palavras que completam as lacunas adequadamente são
(A) personagem – leitores – piadas – tempo
(B) leitor – personagens – cenários – enredo
(C) cenário – histórias – ilustrações – aluno
(D) tempo – espaços – capas de livros – autor
QUESTÃO 7
Considere a leitura do fragmento de texto de “As viagens de Gulliver” e a imagem a seguir para criar uma narrativa de aventura que envolva duas pessoas.

A) Para produzir seu texto, faça o planejamento com foco nos personagens e suas ações, considerando o seguinte quadro:
Personagem | Protagonista | Antagonista |
---|---|---|
Nome | ||
Objetivo | ||
Motivo do confronto entre os/as dois/duas | ||
Quem vence | ||
Qual é a conquista da pessoa vencedora |
B) Depois de fazer um planejamento que envolve os personagens e suas ações, escreva seu texto. Lembre-se de dar um título a ele.
Autoria: | Marlon Santos |
Formação: | Letras – Português |
Componente curricular: | Língua Portuguesa |
Conteúdo(s) / Objeto(s) de conhecimento | Narrativa de aventura |
Habilidade estruturante: | (EF67LP28-B) Ler e compreender lendas goianas e indígenas, narrativas de aventura, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, levando em conta suportes e características. (EF67LP30-A) Criar narrativas ficcionais, tais como contos populares, contos de mistério, narrativas de enigma, crônicas, histórias em quadrinhos, entre outros, que utilizem os recursos sonoros, cenários e personagens realistas ou de fantasia. |
Referências: | Documento Curricular para Goiás (DC-GO). Goiânia/GO: CONSED/ UNDIME Goiás, 2018. Disponível em: <https://cee.go.gov.br> Acesso em: 03, fev. 2024 COSTA, C. L.; MARCHETTI, G.; SOARES, J. J. B. Para viver juntos: português, 6º ano: anos finais: ensino fundamental. São Paulo: Edições SM, 2015. |