Esta atividade de Língua Portuguesa, que tem como base os descritores do Programa Minha Escola é Nota 10 (MEN10) – Goiânia e o DC/GO – Ampliado, está destinada a estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental.
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Quem são os interlocutores de um texto?
Em um texto, os interlocutores são aqueles que dialogam de alguma forma. Eles são caracterizados de diversas formas, em diferentes momentos e espaços. Essas marcas podem estar associadas ao vocabulário e assunto, por exemplo.
Usamos a mesma língua, mas a usamos de forma diferente, quer pelas nossas próprias características, quer pelo nosso nível de escolaridade, regionalismo, informalidade ou formalidade do quê e como queremos dizer etc. O contexto da interação e as intenções do ato de comunicação também precisam ser considerados no processo comunicativo.
Observe o uso da expressão “a gente”, que é empregada comumente equivalente à primeira pessoa do plural: nós. No entanto, essa é uma expressão considerada informal muito recorrente no registro oral, na fala. O aconselhado pela norma padrão da língua é que flexionemos o verbo fazendo a concordância com a pessoa. Por exemplo:
“Nós vamos ao cinema” no lugar de “A gente vai ao cinema”.
Desse modo, é preciso que você reflita sobre os usos formais e informais da língua quanto ao contexto em que irá utilizar cada um deles. Nem todo lugar ou texto é pertinente utilizar expressões orais e/ou informais para estabelecer comunicação.
Assista à videoaula do professor Marlon Santos com essa temática.
Responda às questões a seguir.
Leia o seguinte trecho para responder às questões.
– Pois você não sabe? A gente não vê o Pé de Garrafa assim tão fácil. Vemos só as pisadas. Olha aí, ele está ou esteve por aqui.
– Credo em cruz, para de brincar com isso.
– Mas é verdade, Lon! Se o Pé de Garrafa aparece pra gente, temos que pegar uma pedrinha e jogar pra trás, sem olhar. Se acertar nele, ele morre. Se não acertar, ele mata a gente. Essas pegadas parecem demais de Pé de Garrafa.
Não pensamos duas vezes e voltamos correndo para sua casa. Ao chegar, pegamos uma garrafa comum e fomos tirar a prova. Era mesmo a pisada do danado. Ele estava por ali. Custei a dormir aquela noite com medo de o Pé de Garrafa aparecer, e eu não conseguir me livrar dele.
SANTOS, Marlon. Um chá para esquentar. In: SANTOS, Marlon. Das flores ao esquecimento. 2ª ed. Ed. Kelps: Goiânia, 2023, p. 50
QUESTÃO 1
No trecho “Se acertar nele, ele morre. Se não acertar, ele mata a gente”, a expressão em destaque apresenta, no contexto, uma marca de
(A) registro oral formal.
(B) registro oral informal.
(C) falar caipira.
(D) falar técnico.
QUESTÃO 2
A frase que evidencia o caráter informal da fala da personagem no texto é:
(A) Vemos só as pisadas.
(B) Credo em cruz, para de brincar com isso.
(C) Não pensamos duas vezes e voltamos correndo para sua casa.
(D) Ao chegar, pegamos uma garrafa comum e fomos tirar a prova.
QUESTÃO 3
Muito se discute a respeito das variedades linguísticas e do preconceito linguístico por trás delas. O excerto acima apresenta uma linguagem próxima da prática oral, e nem por isso perde prestígio social, pelo contrário, contribui para a inclusão da diversidade que compõe o povo brasileiro em sua cena literária. Sabendo disso, reflita e escreva: de que forma e em quais contextos o registro informal da língua e as marcas de oralidade contribuem e prejudicam os processos de comunicação humana?
QUESTÃO 4
É hora de produzir! Escreva um bilhete para a coordenadora ou o coordenador de sua escola, deixando-lhe um agradecimento pelos serviços prestados à comunidade escolar. Primeiramente, escreva sua mensagem fazendo escolhas lexicais que remetem à oralidade. Depois, reescreva seu texto utilizando uma linguagem mais formal.
(A) Bilhete 1
(B) Bilhete 2
QUESTÃO 5
Depois das produções que você realizou na questão anterior, reflita: considerando o contexto comunicativo em que seus bilhetes estão, qual deles é o mais apropriado para enviar para sua coordenadora ou seu coordenador? Por quê?
Autoria: | Marlon Santos |
Formação: | Letras – Português |
Componente curricular: | Língua Portuguesa |
Habilidade estruturante: | (EF69LP47-A) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, as escolhas lexicais típicas de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo. |
Referências: | Documento Curricular para Goiás (DC-GO). Goiânia/GO: CONSED/ UNDIME Goiás, 2018. Disponível em: <https://cee.go.gov.br> Acesso em: 01, set. 2023 |