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Língua Portuguesa – Ler e escrever para compartilhar

Esta atividade tem como base as sequências didáticas propostas pelo Programa Aprender Sempre, da SME-Goiânia, com base no DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental. 

Disponível em: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/menino-e-menina-lendo-livro_19709918.htm#query=lendo%20desenho&position=5&from_view=search>. Acesso em: 10 de maio de 2022.

 ASSISTA A VIDEOAULA A SEGUIR:

Aprender Sempre – L. Portuguesa – 4º ano -1ºBi – Videoaula 5 – LER E ESCREVER PARA COMPARTILHAR

Ler e escrever para compartilhar

Olá, estudante!

Com qual frequência você lê livros? Que tipo de livro lhe agrada mais?

Que critérios utiliza para escolher os livros que vai ler?

Você sabia que os livros de contos são geralmente os mais procurados? 

Existem muitos livros de contos que oferecem uma variedade de histórias curtas, cada uma contribuindo para uma experiência única de leitura.

Um tipo de conto são os contos de artimanha, os contos de esperteza.

São contos populares, que se concentram em personagens que usam astúcia, sagacidade ou estratégias inteligentes para atingir seus objetivos ou superar desafios.

Nos contos de artimanha, os protagonistas geralmente superam adversidades, muitas vezes por meio de truques ou estratégias inteligentes.

Os enredos podem envolver jogos de palavras, trapaças, disfarces e outros meios de manipulação para alcançar objetivos específicos.

Esses contos são encontrados em várias culturas e tradições, muitas vezes assumindo a forma de fábulas, mitos, contos populares ou mesmo em narrativas modernas.

A camponesinha sagaz

Houve, uma vez, um campônio que não possuía nem um pedaço de terra, apenas uma casinha e a filha. Esta, um dia, disse ao pai:
– Deveríamos pedir ao rei que nos desse uma quadra de terra.
O rei, ao saber que eram tão pobres, deu-lhes um lote que não passava de um torrão cheio de mato. Pai e filha puseram-se, a capinar e a revolver aquela pobre terra a fim de semear algum trigo e hortaliças. Já haviam cavado quase todo o torrão quando acharam, semi-enterrado, um pequeno pilão de ouro maciço.
– Escuta aqui, – disse o pai, – como o nosso rei nos deu este campo, acho que deveríamos dar-lhe este pilão como prova de reconhecimento.
A filha não era da mesma opinião e falou:
– Meu pai, se lhe levarmos o pilão há de querer também a mão-de-pilão e teremos que procurar; portanto acho melhor ficarmos calados.
O pai, entretanto, não lhe deu atenção; embrulhou o pilãozinho e foi levá-lo ao rei. O rei aceitou o pilão mas perguntou se não haviam achado mais nada.
– Não, Majestade; – respondeu o camponês.
O rei disse-lhe:
– É preciso trazer, também, a mão-de-pilão.
O camponês respondeu que haviam procurado mas não conseguiram encontrá-la. Essa explicação de nada serviu e o rei mandou que o trancassem na prisão até que tivessem encontrado o tal objeto. Diariamente, os guardas levavam ao camponês a ração de pão e água, que é o que dão nas prisões, e sempre o ouviam lamentar-se e exclamar:
– Ah, se eu tivesse dado atenção à minha filha!
Tanto ouviram essa exclamação que contaram ao rei, repetindo o que sempre dizia o prisioneiro. Contaram ainda que ele não queria comer nem beber nada.
O rei, então, mandou buscar o prisioneiro e perguntou-lhe:
– Que foi que tua filha disse?
– Majestade, ela disse-me que não trouxesse o pilãozinho, senão teria que achar também a mão-de-pilão.
– Tens uma filha bem inteligente, manda que venha cá.
Assim a moça teve de comparecer à presença do rei, o qual lhe perguntou se realmente era tão sagaz e inteligente. A fim de prová-lo, ele lhe daria um enigma para resolver; se o conseguisse decifrar ele se casaria com ela.
A moça respondeu prontamente que o decifraria; então o rei disse:
– Tens de te apresentar na minha presença nem vestida, nem nua; nem montada, nem de carro; nem na rua, nem fora dela; se conseguires fazer isso, casarei contigo.
A moça retirou-se. Em seguida, despiu-se completamente, assim não estava vestida; envolveu-se numa rede de pescar e não estava nua; tomou emprestado um burro amarrando-lhe as pontas da rede no rabo para que ele a puxasse, assim não estava montada e nem de carro; fez o burro andar sobre o sulco produzido pelas rodas do carro de maneira a tocar o chão só com o dedo maior, desse modo não estava nem na estrada nem fora dela.
Quando o rei a viu chegar disse-lhe que havia acertado completamente. Mandou soltar o pai dela e, em seguida, casou-se com ela.
Alguns anos depois, deu-se o caso que muitos camponeses estavam em frente ao castelo com os carros depois de terem vendido a lenha; alguns tinham atrelado bois e, outros, cavalos. Entre eles havia um camponês que tinha três cavalos e um potrinho recém-nascido, o qual saiu de perto da mãe e correu a refugiar-se entre dois bois que puxavam um carro.
Os donos puseram-se a discutir e a brigar aos berros; o dono dos bois queria para si o potrinho, dizendo que era filho dos bois; o outro insistia dizendo que o potrinho lhe pertencia e que era filho dos cavalos.
A contenda foi levada ao rei e este sentenciou que o potrinho devia ficar no lugar que escolhera; assim ficou pertencendo ao dono dos bois, embora injustamente. O outro camponês foi-se embora chorando e lastimando-se por ter perdido o potrinho.
Mas ele ouvira dizer que a rainha era muito inteligente e sagaz, de origem camponesa; dirigiu-se a ela pedindo que o ajudasse a recuperar o seu potrinho. Ela respondeu:
– Sim, eu te ajudarei. Se prometes não me trair, eu te ensinarei o que tens a fazer. Amanhã cedo, quando o rei for assistir à parada, coloca-te no meio da rua pela qual deve passar, pega uma rede de pesca e finge estar pescando; continua a pescar e a despejar a rede como se realmente estivesse cheia de peixes.
Ensinou-lhe, também, as respostas que devia dar.
Na manhã seguinte, lá estava o camponês pescando em lugar seco. Passando por aí o rei viu-o e mandou o batedor perguntar o que fazia aquele maluco. O camponês respondeu:
– Estou pescando.
O batedor perguntou-lhe que pretendia pescar em plena rua, onde não havia água. 
– Ora, – respondeu o camponês, – se dois bois podem produzir um potrinho, eu também posso pescar onde não há água.
O batedor foi transmitir essa resposta ao rei, o qual mandou chamar o camponês. Exigiu que o confessasse logo. Mas o camponês não queria faltar ao compromisso com a rainha e repetia: “Deus me livre, Deus me livre! É ideia minha, é ideia minha.”
Então, colocaram-no sobre um feixe de palha e espancaram-no tanto que o coitado acabou confessando que fora a rainha.
À tarde, chegando em casa, o rei foi ter com a rainha, dizendo-lhe:
– Por quê és tão falsa para comigo? Não te quero mais por esposa; volta para a tua casa.
Permitiu que ela levasse consigo a coisa mais cara a preciosa que possuía.
Ela lançou-se ao pescoço do rei dizendo que desejava despedir-se dele. Mandou que servissem uma bebida qualquer para brindar à saúde do rei e, disfarçadamente, colocou no copo uma solução, que o fez cair em profundo sono. A rainha mandou que lhe trouxessem um belo lençol de linho, no qual envolveu o rei; em seguida, ordenou aos criados que o levassem para a carruagem, estacionada em frente à porta, e ela mesma o conduziu depois até à sua casa.
Uma vez lá na sua casinha, ela deitou-o na própria cama onde ele dormiu um dia e uma noite. Quando acordou, olhou espantado em volta, exclamando:
– Meu Deus, onde estou?
Chamou os criados mas não haviam nenhum. Por fim chegou a mulher, que entre um sorriso e outro, disse-lhe:
– Meu caro senhor, destes-me ordem de trazer comigo o que eu mais gostava e me era mais precioso; ora, nada no mundo me é mais caro e precioso do que vós, assim trouxe-vos comigo.
O rei ficou tão comovido que os olhos se lhe encheram de lágrimas.
– Minha querida mulher, tu és minha e eu sou teu, e nada nos separará.
Reconduziu-a, novamente, ao paço real e quis que se tornassem a casar.
Certamente, se não morreram, ainda estão juntos até hoje.
Disponível em: GOIANIA. Secretaria Municipal de Educação. Aprender sempre. 2°. Ano – Ensino Fundamental; Língua Portuguesa e Matemática; 2°. Bimestre; Goiânia, 2023.

Atividades

QUESTÃO 1

O que caracteriza os contos de artimanha ou esperteza?

(A) Protagonistas fortes e corajosos.

(B) Estratégias inteligentes e sagacidade.

(C) Elementos de ficção científica.

(D) Romance e drama emocional.

(E) Textos instrucionais.

QUESTÃO 2

Você sabia que os livros de contos são geralmente os mais procurados? No conto “A camponesinha sagaz”, existe um enigma que a camponesa precisa decifrar. Veja um trecho do conto:

Disponível em: <https://br.freepik.com/vetores-gratis>. Acesso em: 10 de maio de 2022.

a) Qual é o enigma?

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b) Você sabe o que é um enigma? Explique.

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QUESTÃO 3

Coloque V para verdadeiro ou F para falso. O conto de esperteza…..

(  ) É uma história em que as personagens usam a esperteza para conseguir algo.

(  ) É uma história que deixa o leitor com medo.

(   ) É um tipo de texto injuntivo.

(A) V,V,V

(B) F,F,F

(C) V,F,V

(D) V,V,F

(E) F,V,F

QUESTÃO 4

Enigma é como uma charada ou pergunta misteriosa que precisa ser resolvida usando o pensamento criativo. O objetivo do enigma é desafiar a mente do interlocutor, frequentemente levando-o a refletir e encontrar uma solução. Você consegue decifrar enigmas? Tente solucionar.

Disponível em: <https://br.freepik.com/vetores-gratis>. Acesso em: 10 de maio de 2022.

Componente Curricular:LÍNGUA PORTUGUESA
Habilidade:(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros, temas e autores, inclusive aqueles sem ilustrações, por meio digital ou impresso.
(EF35LP25) Criar narrativas ficcionais, com certa autonomia, utilizando detalhes descritivos, sequências de eventos e imagens apropriadas para sustentar o sentido do texto, e marcadores de tempo, espaço e de fala de personagens.
Referências: GOIÂNIA. Secretaria Municipal de Educação. Aprender sempre. 4°. Ano – Ensino Fundamental; Língua Portuguesa e Matemática; 1°. Bimestre; Goiânia, 2022.
Projeto Buriti. Português. (Coleção do 2º ao 5º ano). São Paulo: Moderna, 2017.