Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base o DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental.

Figuras de sintaxe: anacoluto
As figuras de linguagem são recursos expressivos da língua empregados na comunicação para deixá-la mais expressiva e apreciável. Essas manifestações linguísticas são fruto da criatividade humana e podem ser usadas em diversos contextos, seja na oralidade, seja na escrita. Sua compreensão, além de ampliar o conhecimento sobre a língua, auxilia nos processos de comunicação.
As figuras de linguagem são organizadas em quatro grupos: figuras de palavras, de pensamento, de sintaxe e de som.
Estude neste material sobre a figura de sintaxe anacoluto.
As figuras de sintaxe (figuras de construção) são recursos estilísticos que alteram a organização das palavras na frase, período ou oração, criando efeitos expressivos sem comprometer a compreensão do que está sendo comunicado.
Anacoluto
O anacoluto é uma figura de sintaxe que ocorre quando há uma quebra da estrutura lógica e gramatical, isolando um termo no início de uma oração, que fica sem ligação sintática com os demais termos do enunciado, ou seja, o termo não exerce nenhuma função sintática dentro da frase. Em outras palavras, o sujeito ou termo inicial fica “solto” na estrutura, funcionando apenas como recurso de destaque ou ênfase.
Esse recurso cria um efeito de oralidade e proximidade, como se o falante quisesse chamar a atenção para um tema antes de desenvolver a ideia principal. Por exemplo:
A vida, não é fácil para ninguém.
Note que o termo “a vida” aparece solto no início da frase. Ele não exerce função sintática, porque a oração se organiza apenas em torno de “não é fácil para ninguém”.
É importante diferenciar o anacoluto de outras construções que podem parecer semelhantes, como o aposto.
O aposto explica ou esclarece o termo anterior, mas mantém ligação sintática. Por exemplo:
A vida, esse desafio constante, não é fácil para ninguém.
(Aqui há relação: “esse desafio constante” é aposto de “a vida”.)
Veja outros exemplos do uso do anacoluto:
Esse menino, eu não confio nele.
O meu vizinho, ninguém aguenta mais o barulho dele.
Em todos os casos, o termo inicial não se integra à estrutura sintática da frase, mas serve para dar ênfase.
Responda às questões a seguir.
QUESTÃO 1
Leia a frase a seguir:
O João, ninguém entende as atitudes dele.
Explique por que ocorre anacoluto na frase e qual o efeito de sentido criado.
QUESTÃO 2
Compare as frases:
A) A amizade, é um bem precioso.
B) A amizade é um bem precioso.
Explique a diferença de efeito de sentido entre as duas.
QUESTÃO 3
Em “Meu vizinho, ele nunca para de reclamar”, o efeito criado pelo anacoluto é
(A) dar ênfase ao vizinho.
(B) corrigir um erro gramatical.
(C) explica o significado da palavra.
(D) estabelece rima no texto.
QUESTÃO 4
O anacoluto, em geral, aproxima a linguagem
(A) da escrita formal científica.
(B) da oralidade cotidiana.
(C) do discurso jurídico.
(D) dos textos técnicos.
Autoria: | Marlon Santos |
Formação: | Letras – Português |
Componente curricular: | Língua Portuguesa |
Conteúdo(s)/Objeto(s) de conhecimento | Figuras de sintaxe |
Habilidade estruturante: | (EF89LP37) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, dentre outras. |
Referências: | Documento Curricular para Goiás (DC-GO). Goiânia/GO: CONSED/ UNDIME Goiás, 2018. Disponível em: <https://cee.go.gov.br> Acesso em: 03, fev. 2025 |