Esta atividade de Língua Portuguesa tem como base o DC/GO – Ampliado e está destinada a estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental.

Conjunção III
Você já sabe que, no estudo normativo da sintaxe, há uma classificação sintática das conjunções em dois grupos principais:
Conjunções coordenativas — ligam orações com sentido equivalente ou independente.
Conjunções subordinativas — ligam uma oração que depende semanticamente da outra.
Este texto aborda as conjunções subordinativas, que são categorizadas em dez tipos: integrantes, causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, temporais, finais e proporcionais.
1. Conjunções Integrantes: introduzem orações subordinadas substantivas. Essas orações recebem o nome da função sintática que desempenham, e não o da conjunção. As conjunções integrantes são “que” (exprime certeza) e “se” (exprime dúvida).
Sei que voltarei às 17h
Não sei se voltarei às 17h.
2. Conjunções Causais: indicam a causa ou o motivo de algo: porque, pois, visto que, já que, como (no início da oração).
Não fui à escola porque estava doente.
A oração subordinada traz a causa (“estava doente”) da ação de não ter ido à escola.
3. Conjunções Comparativas: introduzem comparação entre termos ou ações: como, assim como, tal qual, mais… do que, menos… do que, tanto… quanto.
Ele corre como um atleta profissional.
A conjunção “como” estabelece comparação entre a forma como “ele corre” e a de “um atleta profissional”.
4. Conjunções Concessivas: expressam contraste entre duas ideias, mas sem anular a principal: embora, ainda que, mesmo que, conquanto, se bem que.
Embora estivesse cansado, continuou trabalhando.
O fato de estar cansado contrasta com a ação de continuar a trabalhar, sem impedi-la.
5. Conjunções Condicionais: indicam condição para a realização de um fato: se, caso, contanto que, desde que.
Caso chova, não iremos ao parque.
A ida ao parque depende da condição climática; a conjunção marca a hipótese.
6. Conjunções Conformativas: indicam conformidade ou acordo com o que foi dito: conforme, segundo, como, consoante.
Conforme o professor explicou, a prova será amanhã.
A oração subordinada expressa conformidade em relação à explicação do professor.
7. Conjunções Consecutivas: indicam consequência do que foi dito antes: de modo que, de forma que, de sorte que, tão… que, tanto… que, tamanho… que.
Estava tão cansado que adormeceu na sala.
A intensidade do cansaço leva à consequência de adormecer.
8. Conjunções Temporais: indicam tempo, simultaneidade ou sucessão dos fatos: quando, enquanto, logo que, assim que, sempre que, antes que, depois que.
Quando cheguei, a aula já havia começado.
A conjunção “quando” estabelece a relação temporal entre a chegada e o início da aula.
9. Conjunções Finais: indicam finalidade ou propósito: para que, a fim de que.
Estudei bastante para que conseguisse passar no concurso.
A oração subordinada apresenta a finalidade do ato de estudar.
10. Conjunções Proporcionais: indicam proporção, simultaneidade ou correlação progressiva: à medida que, à proporção que, quanto mais… (mais), quanto menos… (menos).
À medida que o tempo passava, a ansiedade aumentava.
A conjunção estabelece uma progressão simultânea: quanto mais o tempo avança, mais cresce a ansiedade.
As conjunções subordinativas exercem papel fundamental na construção da coesão e da lógica textual, pois são responsáveis por estabelecer diferentes relações de sentido entre orações, como causa, consequência, condição, comparação, tempo, finalidade, entre outras. Ao dominar esses recursos, o leitor e o escritor conseguem interpretar com profundidade os enunciados e também produzir textos mais claros, organizados e expressivos.
Assista à videoaula do professor Marlon Santos com essa temática.
Responda às questões a seguir.
Leia o seguinte texto para responder às questões.
Trabalho infantil cai mais entre beneficiários do Bolsa Família
País tinha 717 mil crianças nessa situação em 2024
Bruno de Freitas Moura – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 19/09/2025 – 10:02
Bruno de Freitas Moura – Agência Brasil – Rio de Janeiro
O percentual de crianças e adolescentes submetidos ao trabalho infantil cai mais acentuadamente entre os moradores de domicílios beneficiários do Bolsa Família, programa de assistência social do governo federal.
Nos lares que contam com a assistência, o percentual de pessoas de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil era de 5,2%, o que representa 717 mil pessoas. No país como um todo, ou seja, sem separar quem recebe o Bolsa Família, a proporção é de 4,3%, o que engloba 1,65 milhão de pessoas.
Ao observar a evolução histórica desse dado, percebe-se que tem diminuído a diferença entre os dois grupos.
Em 2016, a distância era de 2,1 pontos percentuais. Entre os beneficiários do Bolsa Família, a proporção era de 7,3% das pessoas de 5 a 17 anos. No Brasil como um todo, de 5,2%. O menor ponto dessa distância é justamente em 2024: 0,9 ponto percentual.
“Apesar dessa diferença, é interessante observar que ao longo da série histórica, as crianças e adolescentes de domicílios beneficiados pelo Bolsa Família tiveram redução mais acentuada do percentual daquelas em situação de trabalho infantil, quando comparados ao total de pessoas dessa faixa etária”, avalia o pesquisador do IBGE Gustavo Fontes.
A constatação está em edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As informações referentes aos beneficiários do Bolsa Família incluem os dados do período de 2021 ao início de 2023, quando o programa era chamado Auxílio Brasil.
O que é trabalho infantil
Para classificar o trabalho infantil, o IBGE segue orientações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que o conceitua como “aquele que é perigoso e prejudicial à saúde e ao desenvolvimento mental, físico, social ou moral das crianças e que interfere na sua escolarização”. Acrescentam-se à classificação atividades informais e com jornadas excessivas.
Dessa forma, nem todas as atividades laborais de crianças e adolescentes são consideradas trabalho infantil. A legislação brasileira impõe delimitações:
– até os 13 anos, é proibida qualquer forma de trabalho.
– de 14 a 15 anos, trabalho é permitido apenas na forma de aprendiz.
– aos 16 e 17 anos, há restrições ao trabalho sem carteira assinada, noturno, insalubre e perigoso.
O levantamento do IBGE revela que nos lares que recebiam o Bolsa Família em 2024, a renda mensal por pessoa era R$ 604, cerca de um terço do rendimento dos lares que não recebiam Bolsa Família (R$ 1.812).
A pesquisa do IBGE mostra que as crianças e adolescentes de famílias beneficiárias somam 13,8 milhões de pessoas, 36,3% da população dessa faixa etária. Entre os submetidos ao trabalho infantil, são 43,5% das pessoas nessa situação.Bruno de Freitas Moura. Agência Brasil. Publicado em 19/09/2025 – 10:02 Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2025-09/trabalho-infantil-cai-mais-entre-beneficiarios-do-bolsa-familia> Acesso em: 26, set. 2025
QUESTÃO 1
No trecho “Apesar dessa diferença, é interessante observar que ao longo da série histórica, as crianças e adolescentes de domicílios beneficiados pelo Bolsa Família tiveram redução mais acentuada…”, o termo em destaque introduz uma relação de
(A) causa.
(B) concessão.
(C) condição.
(D) consequência.
QUESTÃO 2
No trecho “Dessa forma, nem todas as atividades laborais de crianças e adolescentes são consideradas trabalho infantil, porque a legislação brasileira impõe delimitações”, a conjunção “porque” introduz ideia de
(A) concessão.
(B) causa.
(C) condição.
(D) finalidade.
QUESTÃO 3
Em “O levantamento do IBGE revela que nos lares que recebiam o Bolsa Família em 2024, a renda mensal por pessoa era R$ 604, enquanto nos que não recebiam era R$ 1.812.”, a conjunção “enquanto” expressa:
(A) comparação.
(B) concessão.
(C) proporção.
(D) tempo.
QUESTÃO 4
De acordo com os dados apresentados pelo IBGE, qual a relação entre renda dos lares beneficiários do Bolsa Família e a incidência de trabalho infantil? Explique como essa relação aparece no texto.
QUESTÃO 5
Levante hipóteses: por que o Bolsa Família poderia ter contribuído para uma redução mais acentuada do trabalho infantil entre os beneficiários?
QUESTÃO 6
O texto informa que “nem todas as atividades laborais de crianças e adolescentes são consideradas trabalho infantil”. Com base no texto, explique por que nem toda atividade laboral de crianças é necessariamente classificada como trabalho infantil e quais são as implicações dessa distinção para políticas públicas.
QUESTÃO 7
Proponha três medidas públicas complementares ao Bolsa Família que, na sua opinião, poderiam reduzir ainda mais o trabalho infantil.
| Autoria: | Marlon Santos |
| Formação: | Letras – Português |
| Componente curricular: | Língua Portuguesa |
| Conteúdo(s)/Objeto(s) de conhecimento | Coerência e coesão no processamento do texto |
| Habilidades estruturantes: | (EF08LP13) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial: conjunções e articuladores textuais. (EF08LP10-A) Identificar e compreender adjuntos adverbiais, em textos lidos ou de produção própria. |
| Descritor: | D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc. |
| Referências: | Documento Curricular para Goiás (DC-GO). Goiânia/GO: CONSED/ UNDIME Goiás, 2018. Disponível em: <https://cee.go.gov.br> Acesso em: 03, fev. 2025 NICOLA, José de. Gramática: Ensino Médio. Sistema de ensino SER. São Paulo: Abril Educação, 2014. |
