Olá, educando (a)! Esta videoaula de História foi veiculada na TV no dia 09 de Março de 2021 (Terça-Feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.
Nesta aula você estudará o conceito de modernidade, suas implicações e contradições. Começamos mais um ano de estudos sobre a história, sobre o tempo, sobre você e a história do homem ao passar do tempo. Convido vocês a partilharem comigo este caminho pelas trilhas da história e a construção do conhecimento.
Assista a videoaula abaixo, com a temática – O mundo moderno e a conexão entre sociedades africanas, americanas e europeias: A modernidade e suas implicações.
A modernidade
Observe as duas imagens do início do texto e pense quais relações elas têm com a modernidade? O que vocês entendem por modernidade?
Praticamente é impossível estabelecer um acontecimento e garantir que “ali” se originou a modernidade”. Todavia, existem alguns fatores históricos que marcam essa “virada” que vai transformar as relações sociais no mundo inteiro.
Os principais fatores são:
A Revolução Industrial: com o aperfeiçoamento do motor a vapor, em 1777, por James Watt, que identificou falhas nos motores anteriores, que demoravam muito para aquecer, ao introduzir dois cilindros na máquina. A partir disso, toda a noção de tempo, trabalho e lucro seria transformada profundamente. Tal transformação do tempo e espaço a partir do trabalho permanece até hoje.
A Revolução Francesa: período revolucionário que explodiu no dia 5 de maio de 1789 e que derrubou a monarquia francesa e questionou todos os valores éticos e morais. É a partir desse marco que valores como igualdade, liberdade, fraternidade (esses se tornam o lema da Revolução Francesa) passam a ocupar o vocabulário popular. Esse momento foi importante para criar as bases daquilo que entendemos como Estado, participação, voto, representatividade, enfim, uma série de valores políticos que ainda hoje são discutidos.
A razão: a modernidade no campo das ciências humanas e exatas tem o seu fundamento com René Descartes, a partir de sua frase mais conhecida “Cogito, ergo sum” ou “Penso, – portanto, sou”. Para os tempos atuais e de massificação de frases a partir dos memes, hoje, essa sentença pode parecer banal, porém, na época, Descartes trazia a razão para o centro do raciocínio, frente ao pensamento metafísico imposto pelas religiões. Tal virada epistêmica ficou conhecida como Racionalismo. Podemos observar as mudanças impressas no campo científico por meio da imagem abaixo:
Essa alteração na forma de pensar, empreendida por Descartes, ocorreu na primeira metade do século XVII, ou seja, antecedeu e influenciou as revoluções francesa e industrial e todo pensamento posterior. Nesse sentido, esses três momentos marcam uma nova etapa na maneira de pensar e de olhar sobre o mundo, logo, são eles que fundam a modernidade e, de uma maneira ou de outra, ainda hoje continuam a influenciar os debates. Por exemplo, as sociedades ainda são organizadas pelo tempo e calendário do trabalho, fator que surge com a modernidade a partir do século XVIII e permanece até hoje.
O outro lado da modernidade
Se por um lado a Modernidade é esse tempo histórico que se inicia com profundas transformações nas mentalidades, na maneira de pensar o mundo, o tempo – que passa a ser controlado pelo trabalho -, é também neste momento que temos o aprofundamento da hierarquização das raças e a construção daquilo que conhecemos como Europa enquanto o centro do mundo e valor moral, fazendo do resto do mundo apenas espaços de reprodução do conhecimento produzido na Europa (eurocentrismo), ou seja, é na modernidade que o racismo e o tempo arcaico são inventados.
Uma das marcas da modernidade é a dominação do homem sobre o homem e isso se deu de variadas maneiras: colonização, escravização e guerras. Esta última teve dois auges: a I e a II Guerra Mundial, que também trouxe a outra grande marca da modernidade: a barbárie. Tanto a primeira quanto a segunda guerra mundial marcaram profundamente e fizeram com que artistas e políticos passassem a dedicar uma vida contra as guerras ou refletir sobre as mazelas construídas pela ganância humana.
A hierarquia das raças e a colonização de países fez também com que outra questão surgisse: povos modernos (no sentido estético e histórico) e os povos arcaicos, também no sentido estético e histórico. Esse tipo de divisão do planeta e da história tem sido questionado nos últimos 40 anos por duas correntes de pensadoras e pensadores das Ciências Humanas: os Estudos da Subalternidade e os Estudos Decoloniais, que têm questionado e abandonando essa divisão binária da história entre modernos e arcaicos.
Atividade
Questão 1 – Após analisar os conceitos que foram debatidos nesta aula. Reflita o que é ser moderno? Leiam as frases a seguir e dê sua opinião sobre cada uma delas. Registre suas opiniões nos cadernos de vocês e compartilhem o que estudaram com seus amigos, parentes e em suas redes sociais.
1º Precisamos ajudar os povos indígenas a alcançar o progresso.
2º Os indígenas que moram nas cidades são mais civilizados que os que moram nas aldeias.
3º Os Estados Unidos são mais civilizados que o Brasil?
4º O indígena que faz uso de celular, tem antena parabólica, continua sendo indígena?
5º Se o Brasil fosse colonizado pelos ingleses hoje seríamos um país melhor.
6º Se o homem branco não tivesse chegado ao Brasil os indígenas estariam até hoje vivendo da mesma maneira que viviam há 500 anos.
7º Se visitarmos alguma aldeia indígena atualmente, não encontraremos muitas semelhanças com as do passado.
8º Não temos nada em nossa sociedade que nos remete à cultura indígena ou ao que herdamos dela.
Habilidade estruturante: | (EF07HI01) Explicar o significado de “Modernidade” e suas lógicas de inclusão e exclusão, com base em uma concepção europeia. (GO-EF07HI01-B) Problematizar a ideia de Modernidade como padrão de desenvolvimento civilizatório europeu em relação à cultura dos povos africanos, ameríndios e asiáticos. |
Referências: | BOULOS JÚNIOR, Alfredo. Sociedade e Cidadania. São Paulo: FTD, 2015. DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 6° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. MORAIS. Luís Antônio. O outro pode ser moderno. Nova Escola. Disponível em: https://novaescola.org.br/plano-de-aula/5392/o-outro-pode-ser-moderno/sobre. Acesso em: 08 de Fevereiro de 2021. |