Esta é uma proposta de atividade de História com base no DC/GO – Ampliado e é destinada aos estudantes do 7º Ano do Ensino Fundamental Anos Finais.
Resistência, racismo e a luta do movimento negro no Brasil: um diálogo necessário
No tecido social brasileiro, a trama da resistência, racismo e a luta do movimento negro entrelaçam-se de maneira complexa e intrincada. Essa intricada relação é fruto de séculos de história marcada por injustiças, desigualdades e violências estruturais. Neste contexto, examinar como esses elementos se entrelaçam é fundamental para compreender a dinâmica social do Brasil contemporâneo.
A resistência negra no Brasil tem suas raízes fincadas no solo fértil da diáspora africana. Desde os tempos da escravidão, os negros resistiram às condições desumanas, seja através de formas mais sutis, como a preservação de suas tradições culturais, ou de maneiras mais explícitas, como rebeliões e fugas. Essa resistência, entretanto, não impediu que o racismo estrutural se enraizasse na sociedade. O racismo no Brasil não é um fenômeno isolado, mas sim uma teia que permeia todos os setores da sociedade. Desde a abolição da escravatura, em 1888, até os dias atuais, a população negra enfrenta discriminação sistemática em áreas como educação, saúde, emprego e justiça. Essa estrutura racista perpetua desigualdades e dificulta o pleno exercício da cidadania por parte dos negros. Diante desse cenário, o movimento negro surge como uma resposta articulada e combativa. Organizações e ativistas têm se dedicado a denunciar o racismo, promover a igualdade racial e construir narrativas alternativas que resgatam a história e a contribuição dos negros para a sociedade brasileira. A luta do movimento negro transcende o âmbito político e permeia a cultura, a arte e a educação. Apesar dos avanços conquistados, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos no que diz respeito à superação do racismo. A violência policial contra a população negra, a sub-representação nos espaços de poder e a persistência de estereótipos racistas são apenas alguns dos obstáculos que demandam atenção e ação imediata.
A relação entre resistência, racismo e a luta do movimento negro no Brasil é um tema ligado à identidade nacional. Compreender essa dinâmica é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A superação dos desafios atuais requer o comprometimento de todos os setores da sociedade, promovendo a conscientização, a desconstrução de preconceitos e a promoção de políticas públicas inclusivas. Somente assim poderemos vislumbrar um futuro em que a resistência do passado inspire um presente e um futuro de verdadeira igualdade racial.
Responda às Questões
Para responder às questões 1 e 2 leia os versos da letra Zumbi de Jorge Ben Jor:
Questão 1
Faça uma pesquisa para determinar quem foi Zumbi e anote-a em seu caderno.
Questão 2
Para essa questão, precisamos compreender o conceito de metáfora. Metáfora: é uma figura de linguagem; mais particularmente, uma figura de palavra, pois apresenta uma palavra (ou expressão) com sentido figurado. Assim, podemos definir metáfora como sendo uma espécie de comparação, porém uma comparação implícita.
Analise o conceito de metáfora e leia o trecho abaixo:
Sabemos que a morte de Zumbi dos Palmares ocorreu em 20 de novembro de 1695. Zumbi foi o líder do Quilombo dos Palmares, uma comunidade livre formada por fugitivos escravizados, indígenas e pessoas livres que resistiram à opressão colonial no Brasil.
Tendo em vista a morte de Zumbi ocorrida no século XVII, o trecho acima pode ser entendido como uma metáfora? Descreva como Zumbi pode chegar e tem chegado para o povo negro.
Questão 3
A música, como expressão artística, desempenha um papel significativo na construção de narrativas históricas. O uso de músicas engajadas em aulas de história pode ser uma estratégia poderosa para envolver os alunos e promover uma compreensão mais profunda dos eventos passados.
Como a utilização de músicas engajadas pode dinamizar as aulas de história?
(A) Desestimulando a reflexão crítica
(B) Fornecendo perspectivas diversas
(C) Criando conexões emocionais e frias
(D) Comprometendo a objetividade histórica
Questão 4
A abordagem de temas contemporâneos nas aulas de história pode enriquecer a compreensão dos alunos sobre eventos atuais e passados.
Como a análise histórica de eventos pode contribuir para o entendimento dos estudantes sobre a sociedade contemporânea?
(A) Restringindo a compreensão histórica ao presente
(B) Dificultando a conexão entre passado e presente
(C) Minimizando a relevância dos eventos passados
(D) Fornecendo contextos para desafios atuais
Autoria: | Prof. Esp.: Uilson Silva Duarte |
Formação: | Licenciado em História e Pedagogia |
Componente Curricular: | História |
Habilidades: | (EF07HI03) Identificar aspectos e processos específicos das sociedades africanas e americanas antes da chegada dos europeus, com destaque para as formas de organização social e o desenvolvimento de saberes e técnicas. (EF06HI07) Identificar aspectos e formas de registro das sociedades antigas na África, no Oriente Médio e nas Américas, distinguindo alguns significados presentes na cultura material e na tradição oral dessas sociedades. (EF07HI15) Discutir o conceito de escravidão moderna e suas distinções em relação ao escravismo antigo e à servidão medieval. |
Referências bibliográficas: | ABREU, Martha e MATTOS, Hebe Maria. Em torno das “Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de História e cultura afro-brasileira e africana”: uma conversa com historiadores. In: Estudos Históricos. nº. 41, 2008, p. 5-20. AGIER, Michael. Distúrbios identitários em tempos de globalização. In: Mana, nº. 7/2, 2001, p. 7-33. ALENCASTRO, Luiz Felipe. O trato dos viventes. Formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. ANDRÉ, Marli Eliza D. Afonso de. Formação de Professores no Brasil (19901998). Brasília: MEC/Inep/Comped, 2002. ARROYO, Miguel G. Educação em tempos de exclusão. In: FRIGOTTO, Gaudêncio e GENTILI, Pablo. (Orgs.). A cidadania negada. Políticas de exclusão na educação e no trabalho. São Paulo: Cortez, 2002, p. 270-279. Zumbi de Jorge Ben Jor. Esta faixa é uma regravação da canção Zumbi, do disco A Tábua de Esmeraldas (Philips, 1974). |