Olá, educando (a)! Esta videoaula de História foi veiculada na TV no dia 02 de Junho de 2021 (Quarta-Feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.
Nesta aula vocês analisarão as influências e os movimentos por liberdade e independência nas Américas. Com destaque para as Conjurações Mineira e Baiana. Compreenderão os processos e as contradições nos e dos movimentos emancipatórios.
Assista a videoaula abaixo, com a temática – História – Independências nas Américas.
A influência dos ideais iluministas
As propostas iluministas agradaram principalmente à burguesia europeia, que desejava reformas sociais e políticas, como o fim das obrigações feudais, o fim dos privilégios da nobreza e do alto clero, a participação nas decisões do governo e maior independência comercial em relação ao Estado.
As ideias iluministas exerceram grande influência sobre dois importantes movimentos revolucionários ocorridos no final do século XVIII: a Revolução Americana e a Revolução Francesa, que causaram profundas transformações políticas e sociais nos Estados Unidos e na França.
Foi com a Guerra de Independência dos Estados Unidos (também chamada de Revolução Americana) que as treze colônias da Grã-Bretanha na América do Norte conquistaram sua independência, tornando-se um novo país, os Estados Unidos da América. A guerra começou em 1775 e terminou em 1783.
Antecedentes
Antes da década de 1760, as colônias gozavam de muita liberdade, apesar de estar sob o domínio da Grã-Bretanha. A sede do governo britânico ficava do outro lado do oceano Atlântico, a mais de 5.000 quilômetros de distância. As colônias tinham seus próprios líderes e aprenderam a resolver seus problemas sozinhos. E, pelo fato de frequentemente estar em guerras na Europa, a Grã-Bretanha nem sempre dava muita atenção às colônias.
Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Treze_Col%C3%B4nias#/media/Ficheiro:Map_Thirteen_Colonies_1775-es.svg>. Acesso em: 20 abril 2021.
Na década de 1760, porém, o governo britânico tentou intensificar seu controle sobre as colônias. Uma das principais razões dessa mudança de atitude foi a guerra contra os franceses na América do Norte. A Grã-Bretanha derrotou a França em 1763, mas o conflito teve um custo muito alto. Depois disso, a Grã-Bretanha decidiu que suas colônias americanas deveriam ajudar a pagar as dívidas dela.
- Lei do Açúcar (1764);
- Lei do Selo (1765);
- Atos Townshend (1767) – taxação sobre vidro, papel, chá…
- Massacre de Boston (1770);
- Lei do Chá (1773);
- Boston Tea Party – intervenção inglesa no porto de Boston.
Festa do Chá de Boston
Em 16 de dezembro de 1773, colonos americanos subiram em navios britânicos ancorados no porto de Boston e atiraram suas cargas de chá no mar. O episódio ficou conhecido como Festa do Chá de Boston.
Festa do Chá de Boston. 1 fot., color. In Britannica Escola. Web, 2021. Disponível em: <https://escola.britannica.com.br/artigo/Guerra-de-Independência-dos-Estados-Unidos/480590/recursos/189483>. Acesso em: 23 de abril de 2021.
Até 1776, a maioria dos colonos não queria libertar-se da Grã-Bretanha — apenas desejava que ela se mostrasse receptiva às suas queixas. À medida que os combates se ampliaram, porém, mais colonos passaram a convencer-se da necessidade de separação da Grã-Bretanha. Em 4 de julho de 1776, o Congresso Continental aprovou a Declaração de Independência. Nos termos desse documento, as treze colônias se tornaram os Estados Unidos da América.
Vitória dos EUA em 1783 (Tratado de Paris)
A I Constituição Americana (1787): República federativa, divisão de poderes, direito à liberdade, igualdade jurídica, propriedade e prosperidade, voto censitário. Índios, negros e mulheres sem direitos constitucionais.
Importância do movimento:
Influenciou os demais movimentos de libertação na América, ocorridos no início do século XIX.
Primeiro movimento que se inspirou no iluminismo e triunfou.
A Conjuração Mineira de 1789
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bandeira_da_Inconfid%C3%AAncia_Mineira.svg#/media/File:Bandeira_da_Inconfid%C3%AAncia_Mineira.svg>. Acesso em: 25 abril 2021.
A insatisfação dos mineiros com a exploração da metrópole fez brotar o sentimento de liberdade e independência. O movimento foi realizado por elementos da elite intelectual e econômica de Vila Rica, movidos pelas ideias de liberdade e autonomia.
Esse acontecimento foi uma reação de membros da elite colonial que habitavam Vila Rica (criadores de gado, proprietários de terras, exploradores das minas, arrecadadores de impostos, religiosos, intelectuais e até militares e magistrados) contra os abusos econômicos da Coroa portuguesa.
A crise entre os colonos e a Coroa portuguesa se agravou em um contexto de grave recessão econômica iniciada na capitania de Minas Gerais na década de 1760. Essa crise se deu, principalmente, pela diminuição na quantidade de ouro extraída das minas.
Desse modo, com a menor retirada de ouro, a capitania de Minas Gerais não conseguiu pagar a totalidade dos impostos, acumulando uma enorme dívida com a Coroa portuguesa.
Impostos 5° e DERRAMAO movimento foi reprimido violentamente, sendo os principais líderes presos e degredados enquanto foi Tiradentes enforcado para servir de exemplo. Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, um dos principais propagandistas da rebelião, foi preso no Rio de Janeiro, quando tentava fazer contatos com outros conspiradores e conseguir armas. Bem relacionado com membros da elite de Vila Rica, Tiradentes era, no entanto, homem de poucas posses e de origem social simples.
A Conjuração Baiana de 1798
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Flag_Revolt_of_the_Tailors.svg#/media/File:Flag_Revolt_of_the_Tailors.svg> Acesso em: 25 abril 2021.
Bandeira da Conjuração Baiana. As cores da bandeira do movimento (Azul, branca e vermelha) são até hoje as cores da Bahia.
No final do século XVIII, a cidade de Salvador foi cenário de um movimento que, inspirado pelos ideais da Revolução Francesa, buscava ter autonomia da colônia em relação a Metrópole. Seus partícipes a maioria de origem humilde, idealizavam com uma sociedade livre da escravidão e sem racismo.
A crise econômica, a grande desarmonia social e o sonho de uma sociedade mais justa, fraterna e livre, foram motivos que levaram a população simples e pobre a se rebelar contra o governo.
Na manhã de 12 de agosto de 1798, os habitantes de Salvador depararam-se com seguinte frase escrita nas paredes dos muros:
“Animai-vos Povo baiense que está para chegar o tempo feliz da nossa Liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos: o tempo em que todos seremos iguais.”
Os líderes do movimento publicaram boletins revolucionários e enviaram cartas ao governador pedindo sua adesão . Este não aderiu e reprimiu violentamente o movimento, mandando executar todos seus líderes.
As independências na América espanhola
A SOCIEDADE COLONIAL ESPANHOLA:
No decorrer do século XVIII, a autoridade do governo espanhol sobre suas colônias na América foi se tornando cada vez menor. Nessa época, a Espanha não possuía navios suficientes para fazer a fiscalização de todo o litoral de suas colônias. Assim, os colonos conseguiam comercializar com outros Estados europeus, contrariando o exclusivo comercial, característico do colonialismo mercantilista.
Nessa conjuntura o comércio entre as colônias espanholas foi liberado paulatinamente. O aumento da circulação de mercadorias entre as colônias proporcionou mais lucros para os comerciantes, que em sua maioria eram criollos.
Com a prosperidade das elites criollas, porém, não veio acompanhado de maior participação política. Os cargos mais importantes, como os de vice-rei, capitão-geral e arcebispo, continuaram sendo ocupados apenas pelos chapetones, isto é, pessoas nascidas na Espanha e que residiam nas colônias. A contrariedade dos criollos com essa situação cresceu no fim do século XVIII, quando a Espanha, envolvida em guerras na Europa, fortaleceu a cobrança de impostos.
DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 8° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. PNLD 2020.p.126.
DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 8° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. PNLD 2020.p.126.
Os processos de independência na América espanhola ganharam força somente quando as elites coloniais passaram a se interessar pela separação política da Espanha.
A partir do início do século XIX, com a invasão napoleônica na Espanha, as elites criollas se fortaleceram e passaram a controlar as juntas governativas. Havia, no entanto, divergências entre os membros da elite.
À medida que o Estado espanhol se mostrava mais fraco e decadente, as elites coloniais passaram a apoiar a independência de suas colônias como forma de proteger seus interesses políticos e econômicos contra o avanço do Império Napoleônico.
A partir de 1810, começaram as primeiras insurreições pela independência nas capitanias da Venezuela e do Chile, e no Vice-reino do Rio da Prata, que atualmente corresponde aos atuais territórios do Paraguai, Uruguai, Argentina e parte da Bolívia.
O criollo San Martín, nascido na atual Argentina em 1778, liderou os movimentos pela independência desse país e colaborou para a libertação do Chile e do Peru. San Martín planejava criar Estados independentes na América, cada qual governado conforme os interesses da população.
Ao norte do continente, Simón Bolívar liderou a independência da Grã-Colômbia. Bolívar era um militar centralista, que acreditava em um poder forte e único composto por Estados independentes, porém solidários entre si, e que formassem uma confederação.
Embora os processos de independência na América tenham ocorrido de maneiras diferentes em cada região, de modo geral, eles foram liderados pelas elites criollas.
Apesar de lutar pela liberdade política e econômica das colônias, os membros dessas elites procuraram manter a mesma estrutura social do período colonial, e não promoveram melhorias importantes nas condições de vida das populações mestiça, indígena e escravizada.
DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 8° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. PNLD 2020.p.128.
Após a criação da República da Grã-Colômbia, Simón Bolívar organizou o Congresso do Panamá. Com esse Congresso, Bolívar desejava unificar todas as regiões recém-emancipadas na América espanhola. No entanto, o antigo Império espanhol se fragmentou em vários países.
O fracasso desse projeto de união ocorreu em razão de vários fatores. Um deles é que as elites criollas das diversas regiões do antigo Império espanhol na América acreditavam que seria mais fácil orientar a política e a economia de suas regiões de origem sem ter de negociar com caudilhos de outros locais, que, geralmente, possuíam interesses divergentes.
Havia, também, dos pontos de vista geográfico e econômico, grande diferença e isolamento entre as ex-colônias espanholas na América, o que dificultava sua união em um projeto comum de Estado.
Revisão
• Os Estados Unidos foram a primeira colônia da América a conquistar sua independência e a formar um país com governo autônomo.
• Os Estados Unidos formaram a primeira nação da América a proclamar uma República e a aprovar uma Constituição democrática.
• Durante a colonização inglesa na América, milhões de indígenas foram massacrados e perderam seus territórios.
• Milhões de africanos foram levados para os Estados Unidos para trabalhar como escravizados.
•Os movimentos revolucionários do Brasil no século XVIII foram influenciados pelas ideias iluministas e também pelas revoluções Americana e Francesa.
•Os processos de independência na América Latina foram marcados pela diversidade política, cultural e de conformações territoriais.
• A Revolução de São Domingo, que levou à independência do Haiti, foi um movimento revoltoso protagonizado por escravizados e ex-escravizados, e foi um desdobramento da Revolução Francesa.
• Os líderes dos diferentes movimentos de independência na América Latina tinham ideias divergentes, principalmente sobre a forma de governo nas nações recém-independentes.
• O pan-americanismo, ou bolivarianismo, foi uma tentativa de unificação das nações da América Latina após as independências.
Atividades
Questão 1 – Quais ideais da Revolução Francesa influenciaram na Conjuração Baiana?
Questão 2 – Observe o gráfico, analise-o e responda o que se pede:
DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 8° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. PNLD 2020.p.128.
a) Qual capitania brasileira produziu maior quantidade de ouro no século XVIII?
b) Estabeleça relações entre a Conjuração Mineira e o declínio da produção de ouro em Minas Gerais.
Questão 3 – Quais eram as principais características das colônias inglesas do Norte? E das colônias do Sul?
Questão 4 – Explique como funcionava o comércio triangular.
Questão 5 – O que eram as Leis Intoleráveis? Como os colonos reagiram a essas leis?
Questão 6 – Defina o bolivarismo.
Questão 7 – Por que os Estados Unidos intervieram em Cuba em 1898?
Questão 8 – O que é a Emenda Platt?
Habilidades estruturantes: | (EF08HI05) Explicar os movimentos e as rebeliões da América portuguesa, articulando as temáticas locais e suas interfaces com processos ocorridos na Europa e nas Américas. (EF08HI07) Identificar e contextualizar as especificidades dos diversos processos de independência nas Américas, seus aspectospopulacionais e suas conformações territoriais. |
Referências: | BOULOS JÚNIOR, Alfredo. Sociedade e Cidadania. São Paulo: FTD, 2015. DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 6° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. VICENTINO, Cláudio Teláris história, 6° ano: Ensino Fundamental,anos finais /Cláudio vicentino, José Bruno Vicentino. 1. Ed. São Paulo: Ática, 2018. |