You are currently viewing História – Descolonização: A Reconstrução da Identidade
http://www.em-rede.com/site/p2p/por-uma-wiki-decolonial

História – Descolonização: A Reconstrução da Identidade

Esta proposta de atividade de HISTÓRIA é baseada no DOC-GO Ampliado e destinada aos estudantes do 9° Ano do Ensino Fundamental Anos Finais.

Disponível em:<http://www.em-rede.com/site/p2p/por-uma-wiki-decolonial>. Acesso em: 14 jun. 2023.

Neocolonialismo e a Decolonialidade.

O neocolonialismo e a decolonialidade são conceitos fundamentais para compreendermos as relações sociais, políticas e econômicas que surgiram após a era colonial e como elas continuam a afetar o mundo contemporâneo. O neocolonialismo pode ser entendido como uma forma de dominação que persiste mesmo após a independência formal das antigas colônias, perpetuando assim as estruturas de poder e controle estabelecidas durante o período colonial.

Durante os séculos de dominação colonial, as nações europeias impuseram sua autoridade sobre vastas áreas do mundo, explorando recursos naturais, estabelecendo sistemas de exploração econômica e impondo sua cultura, valores e instituições às populações nativas. Essa dinâmica criou profundas desigualdades e desequilíbrios de poder, que se refletem até hoje em muitas partes do mundo.

Com a descolonização e a independência formal das colônias, muitos países ganharam sua autonomia política, mas isso não resultou necessariamente em uma libertação completa das amarras do colonialismo. O neocolonialismo surge como uma continuação do controle exercido pelas potências coloniais sobre os países colonizados, agora por meio de mecanismos econômicos, políticos e culturais mais sutis.

No aspecto econômico, o neocolonialismo se manifesta através da exploração dos recursos naturais dos países em desenvolvimento por empresas multinacionais e países industrializados. Esses recursos são extraídos a preços baixos e exportados para os países do Norte global, enquanto as economias locais são frequentemente dependentes de um único recurso, tornando-as vulneráveis a flutuações no mercado global. Além disso, as antigas potências coloniais muitas vezes impõem acordos comerciais desfavoráveis, perpetuando assim a dependência econômica e o subdesenvolvimento dos países colonizados.

No campo político, o neocolonialismo se reflete na interferência direta ou indireta nas políticas internas dos países em desenvolvimento. Isso pode ocorrer por meio de intervenções militares, apoio a regimes autoritários ou influência sobre organizações internacionais. A busca por interesses geopolíticos e controle sobre regiões estratégicas muitas vezes prevalece sobre o respeito à soberania e autodeterminação dos povos.

No contexto cultural, o neocolonialismo se manifesta na imposição de padrões culturais ocidentais como sendo universais, suprimindo e marginalizando as expressões culturais e conhecimentos locais. A língua, a religião, os sistemas de educação e os valores ocidentais muitas vezes são considerados superiores e dominantes, desvalorizando e oprimindo as culturas locais. Isso resulta na perda de identidade cultural e na perpetuação de uma visão eurocêntrica do mundo.

Em contrapartida ao neocolonialismo, emerge o conceito de decolonialidade, que busca desmantelar as estruturas de poder e descolonizar os sistemas de conhecimento, as relações sociais e as instituições. A decolonialidade propõe uma reavaliação crítica das narrativas históricas, o empoderamento dos povos colonizados e a construção de um futuro baseado na igualdade, diversidade e autodeterminação.

A decolonialidade desafia a ideia de que apenas o conhecimento e as práticas ocidentais são válidos, reconhecendo a importância e a riqueza dos saberes locais e indígenas. Ela busca promover a inclusão e o respeito à diversidade cultural, revalorizando as tradições, línguas e conhecimentos ancestrais das comunidades colonizadas.

Além disso, a decolonialidade propõe a transformação das estruturas políticas e econômicas injustas, promovendo a redistribuição de recursos e o fortalecimento das economias locais. Ela busca a construção de sistemas políticos mais justos e inclusivos, que garantam a participação e o empoderamento das comunidades marginalizadas.

Em suma, o neocolonialismo e a decolonialidade representam duas perspectivas opostas sobre o legado do colonialismo e o caminho para o futuro. O neocolonialismo mantém estruturas de poder desiguais e perpetua a exploração e a opressão das antigas colônias, enquanto a decolonialidade busca a justiça social, a igualdade e a libertação das amarras coloniais. A luta pela decolonialidade é um processo contínuo e complexo, que exige uma análise crítica das estruturas de poder e a criação de novas narrativas e práticas baseadas na diversidade e na emancipação.

Responda às Questões.

Leia o poema a seguir para responder às questões 1 e 2.

Por Uilson Duarte

Questão 1

Partindo da leitura do poema construa um texto de até 8 linhas definindo o neocolonialismo.

Questão 2

No terceiro verso lemos: “Em busca de lucro, poder e domínio absoluto”, pesquise por um país que vivenciou o neocolonialismo e identifique o que as ações explícitas no verso desencadearam para o povo e a cultura desse país.

Questão 3

A decolonialidade é um movimento que busca questionar as estruturas coloniais e promover a descolonização de diversas áreas da sociedade. A seguir, apresento uma questão relacionada a esse tema, com quatro alternativas, juntamente com a resposta correta.

Qual é um dos principais enfoques da decolonialidade?

(A) Perpetuar as relações de poder coloniais. 

(B) Substituir as estruturas coloniais por outras formas de dominação. 

(C) Valorizar as vozes e perspectivas das culturas marginalizadas. 

(D) Restringir a autonomia das comunidades colonizadas.

Questão 4

A decolonialidade é um movimento que visa desconstruir as hierarquias e relações de poder impostas pelo colonialismo. Abaixo, apresento uma questão relacionada a esse tema, com quatro alternativas, juntamente com a resposta correta.

O que a decolonialidade busca combater?

(A) A preservação das estruturas coloniais e sua perpetuação. 

(B) O respeito à diversidade cultural e à autonomia das comunidades.

(C) A promoção da assimilação cultural das comunidades colonizadas. 

(D) A subordinação das culturas marginalizadas aos valores coloniais.

Autoria:Prof. Esp.: Uilson Silva Duarte
Formação:História
Componente Curricular:História
Habilidades:(GO-EF09HI14-B) Relacionar e discutir as dinâmicas do neocolonialismo no continente africano e no asiático e seus desdobramentos em questões da contemporaneidade.
Referências:Ballestrin, L. M. de A.. (2017). Modernidade/Colonialidade sem “Imperialidade”? O Elo Perdido do Giro Decolonial*. Dados, 60(2), 505–540. Disponível em:<https://doi.org/10.1590/001152582017127>. Acesso em: 10 jun. 2023.LORENZZI NETO, Antônio José. BRICS na África: neocolonialismo? Uma análise sobre as relações econômicas entre BRICS e África sob a perspectiva decolonial. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Relações Internacionais) – Faculdade de Relações Internacionais, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2017. Disponível em:<http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/3023>. Acesso em: 9 jun. 2023.Vaz, Raphael Barreto Neocolonialismo : tratamento crítico, decolonialidade e educação linguística crítica tensionados numa autoetnografia. / Raphael Barreto Vaz. – Curitiba, 2022. Disponível em:<https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/77561/R%20-%20D%20-%20RAPHAEL%20BARRETO%20VAZ.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 11 jun. 2023.