Olá, educando (a)! Esta videoaula de História foi veiculada na TV no dia 31 de Maio de 2021 (Segunda-Feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.
Nesta aula será apresentado o conceito de “Clássico” e como esse conceito pode ser ressignificado ao longo do tempo. Debateremos o alcance da cultura greco-romana em nossos dias e identificaremos alguns elementos dessa cultura em nossa sociedade nos dias de hoje.
Assista a videoaula abaixo, com a temática – História – A invenção do mundo clássico e o contraponto com outras sociedades: Analisar o conceito de clássico com base no contexto da Antiguidade e da sua utilização na contemporaneidade.
Analisar o conceito de clássico com base no contexto da Antiguidade e da sua utilização na contemporaneidade.
Trechos de textos para análise do clássico
TEXTO 1 –
Clássico, palavra derivada do latim classicus, significando “de classe mais alta” [-] a palavra “clássico” passou a ser sinônimo de grego e latim antigos”. Em sentido mais estrito considera-se que a época clássica da literatura grega tenha terminado por volta de 325 a.C.] pode-se dizer igualmente que a época clássica da literatura latina terminou com o fim do reinado de Augusto [14d.C.).
HARVEY, Paul, Dicionário Oxford de literatura clássica grega e latina Rio de Janeiro Jorge Zahar,1987, p 123.
TEXTO 2 –
Mas a palavra, com o passar do tempo, foi reinventada. Hoje, é comum utilizar a expressão (“clássico”) para se referir tanto a um sanduíche como o X-Montanha [] a canções da Legião Urbana além de tratar de questões complexas, uma obra é, e se torna, clássica pelo fato de captar e traduzir o espírito de seu tempo. O que hoje é um clássico, amanhã pode ser esquecido.
Trecho do artigo: “Uma morfologia da História”
A ideia de uma História Antiga foi desenvolvida por pensadores europeus do Renascimento. Para eles, era a História Antiga do seu mundo. Mas é ainda a História Antiga do nosso mundo? […]De fato, a própria ideia de História antiga representa uma visão europeia da História, um certo modo de ver a História mundial de uma perspectiva europeia. Em escolas e universidades brasileiras, a História é ensinada como uma sucessão evolutiva que chega ao presente, seguindo certos períodos: Pré-História [.] depois História Antiga; Medieval; Moderna e Contemporânea. Só existe História na Europa. Até mesmo o Brasil e as Américas só são incluídos […] depois de sua “descoberta” pelos europeus, isto é, só quando se tornam uma parte da História da Europa [.] O Império Romano, que constituiu a maior unidade política dentro do que chamamos História antiga incluiu áreas que ninguém hoje definiria como europeias: o norte da África, partes do Oriente Médio, talvez a Turquia. Por outro lado, não alcançou outras áreas que hoje reivindicam ser parte da Europa, como a Rússia, todos os países europeus orientais e a Península Escandinava. De um modo curioso a História Antiga é eurocêntrica, mas não é em absoluto, a História da Europa.
GUARINELLO, Norberto Luiz. Uma morfologia da História: as formas da História Antiga, p. 51. Disponível em:http://periodicos.uesb.br/index.php/politeia/article/viewFile/167/181 acesso em: 14 abril 2021
Assista o vídeo abaixo para que seu conhecimento sobre a cultura greco-romana se expanda e consiga identificar no presente alguns exemplos em nossa sociedade. Vídeo: “CULTURA GRECO-ROMANA │ Artes e Literatura ” no canal: reVisão , no site YouTube.
Para além da Europa, as influências greco-romanas nas sociedades ocidentais.
Compreender como a influência greco-romana está presente no modo que vivemos em nossa sociedade e civilização é assunto para muitas e muitas aulas. Essa influência por exemplo, está presente na Tecnologia (hodômetro, a roda d’água), na Política (república, democracia, senado, eleições periódicas, voto), no Direito (leis, procedimentos judiciais, terminologia jurídica), na Arte (conceitos de teoria musical, escultura, pintura), na Arquitetura e na Engenharia (arcos, colunas, anfiteatros, estádios), perpassa pela Literatura (poesia, narrativas, teatro) até aos costumes (feriados, esportes e competições, jogos olímpicos, procissões religiosas, festas públicas, carnaval), brindando-nos com a Ciência e à Filosofia (por herança direta), entre outros.
Como o próprio subtítulo já diz, a influência da cultura greco-romana se estende para além de seu tempo e espaço. A grande maioria das civilizações ocidentais foram influenciados por essas duas culturas. Vejamos alguns pontos onde nos dias atuais, podemos encontrar essa influência seja no mundo e no Brasil.
Muitas palavras da língua portuguesa são formadas a partir de radicais (raízes) gregos. Observe, na tabela, alguns radicais gregos presentes na língua portuguesa.
DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 6° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. p. 151. Disponível PNLD 2020.
As línguas neolatinas
O latim se tornou a língua oficial do império por volta do século II, mas os registros escritos encontrados nas diferentes regiões do Império Romano não foram feitos só nessa língua. O grego também era muito utilizado, principalmente pelas pessoas mais instruídas. Outras línguas, como o púnico e o aramaico, também eram faladas. Apesar dessa variedade linguística, o latim foi a língua mais difundida no século V, mesmo após a desagregação do império. No entanto, por causa da diversidade de culturas que havia no império, essa língua se fundiu com outras e deu origem ao que chamamos de línguas neolatinas.
DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 6° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. p. 172. Disponível PNLD 2020.
O Direito Romano
DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 6° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. p. 174. Disponível PNLD 2020.
Relembrando a aula – O objetivo desta aula foi analisar o conceito de clássico com base no contexto da Antiguidade e da sua utilização na contemporaneidade. Ao fazer isso você pode observar que:
- A democracia foi criada em Atenas, porém nem todos eram considerados cidadãos, e apenas uma pequena parcela da população tinha participação política.
- A cultura clássica está presente em nosso cotidiano de diferentes formas. A democracia, por exemplo, foi um conceito criado na Grécia antiga.
- Os patrícios concentravam a maior parte das terras romanas e também tinham muitos privilégios políticos. Com o tempo, os plebeus passaram a reivindicar mais direitos e também a realização da reforma agrária.
- O latim e o Direito Romano são dois legados dessa civilização ao mundo ocidental que estão presentes em nosso dia a dia.
Atividade
Questão 1 – O conceito de clássico da Antiguidade tem o mesmo sentido para as pessoas no nosso tempo? Justifique.
Questão 2 –A versão da História Antiga, criada pelos europeus, representa bem a História do mundo ou a do Brasil? Justifique.
Questão 3 –Em sua opinião, como seria uma versão de Antiguidade Clássica coerente com nossa História e com nossa realidade?
Questão 4 – Leia o texto abaixo:
[…] Talvez você já tenha ouvido falar que o Brasil é uma democracia. Mas sabe o que isso significa? O nosso país é uma democracia porque, aqui, considera-se que a opinião dos cidadãos deve ser a base de tudo. Tanto é que, em nosso país, cabe aos próprios brasileiros escolher quem deve governá- los — quem será o prefeito, o governador, o presidente da República — e também quem deve representá-los — os deputados federais e estaduais, os vereadores… E essa escolha é feita nas urnas!
Há, porém, vários tipos de democracia. O Brasil, por exemplo, é uma democracia presidencialista. Como vimos, os eleitores, em nosso país, não apenas elegem seus representantes, mas, também, o presidente da República, a maior autoridade política da nação e quem governa de fato. Em alguns países que são democracias parlamentaristas, porém, isso não ocorre. Quando acontecem eleições nacionais ali, a população elege apenas seus representantes — o equivalente aos deputados federais brasileiros —, formando o que chamamos de parlamento. O parlamento, por sua vez, vota para escolher o primeiro-ministro, a pessoa que irá governar de fato. Em geral, torna-se primeiro-ministro o líder do partido que conseguiu eleger um maior número de representantes.
Como o presidencialismo, o parlamentarismo é democrático também. Afinal, é apoiado no voto dos eleitores em partidos e candidatos de sua livre escolha: quem escolheu os representantes que estão no parlamento foi o eleitor, não é mesmo? De fato, a maior diferença entre o parlamentarismo e o presidencialismo é que, no segundo, quem decide quem vai governar é o eleitor — e não o parlamento. Por isso, teoricamente, em países presidencialistas, como o Brasil, o eleitor tem mais poder, por votar não apenas em seus representantes, mas, também, em quem irá governá-lo de fato: o presidente da República.
(DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 6° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. p. 153. Disponível PNLD 2020.)
a) Quais são os dois tipos de democracia apresentados no texto? Qual deles está em vigor no Brasil?
b) Quais as principais diferenças entre esses dois tipos de democracia?
c) Em qual desses dois tipos de democracia o eleitor participa diretamente da escolha dos governantes? Por quê?
d) Elabore uma redação com o tema “O poder do voto”.
Questão 5 – A concentração de terras nas mãos de poucas pessoas provoca graves problemas sociais, como vimos a respeito da Roma antiga. Em várias partes do mundo, e em épocas variadas, esse problema também foi verificado. Uma das maneiras de resolver parte desses problemas, que também ocorrem no Brasil, é promover a reforma agrária. Leia o texto.
Fazer a reforma agrária significa realizar o assentamento no campo de pessoas e famílias que querem terra para trabalhar. É uma política pública de responsabilidade do governo federal, que pode ser executada por meio de um projeto amplo que deve ter como objetivos principais:
a desconcentração fundiária, para evitar que a terra permaneça nas mãos de poucas pessoas ou empresas;
a democratização do acesso à terra, possibilitando que mais pessoas tenham acesso a ela para trabalhar.
Segundo a Constituição brasileira, a terra tem uma função social a cumprir.
Isso significa que, embora tenha proprietário, deve estar a serviço dos interesses da população, produzindo de acordo com suas necessidades.
As grandes propriedades que não cumprem sua função social podem, de acordo com a Constituição, ser desapropriadas para a implantação de assentamentos rurais. As pequenas e médias propriedades, bem como as empresas rurais, não podem ser desapropriadas.
É importante distinguir reforma agrária de luta pela terra. A reforma agrária é uma política pública realizada pelo Estado. A luta pela terra é realizada pelos movimentos sociais que reivindicam o acesso à terra. A ocupação da terra é uma das principais estratégias de pressão para que o governo realize a reforma agrária.
(DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 6° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. p. 180. Disponível PNLD 2020.)
a) De acordo com os autores do texto, quais são os principais objetivos da reforma agrária?
b) De acordo com a Constituição brasileira, o que significa “função social da terra”?
c) O que, segundo a Constituição brasileira, pode acontecer com as grandes propriedades que não cumprem adequadamente sua função social?
d) Explique a diferença entre reforma agrária e luta pela terra.
e) Você já ouviu falar de algum movimento social que reivindica o acesso à terra? Qual é o nome desse movimento e quais suas principais ações?
Habilidade estruturante: | (EF06HI09) Discutir o conceito de Antiguidade Clássica, seu alcance e limite na tradição ocidental, assim como os impactos sobre outras sociedades e culturas. |
Referências: | BOULOS JÚNIOR, Alfredo. Sociedade e Cidadania. São Paulo: FTD, 2015. DIAS, Adriana Machado Vontade de saber: história: 6° ano: ensino fundamental: anos finais / Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto Editorial, 2018. MENASSA, Maiko. In: O conceito de clássico e suas ressignificações na História. Nova Escola, 2019. Disponível em:https://novaescola.org.br/plano-de-aula/5712/o-conceito-de-classico-e-suas-ressignificacoes-na-historia. Acesso em 19 abril 2021. VICENTINO, Cláudio Teláris história, 6° ano: Ensino Fundamental, anos finais /Cláudio vicentino, José Bruno Vicentino. 1. Ed. São Paulo: Ática, 2018. |