Esta proposta de atividade de HISTÓRIA é destinada aos estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental anos iniciais.
A EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA
No final do século XV, a Europa enfrentava grandes mudanças, pressões econômicas e políticas intensas, além de uma crescente curiosidade sobre o que existia além de seus limites conhecidos. O impulso para expandir fronteiras marítimas surgiu como uma solução para diversos problemas e ambições. Os reis europeus, especialmente de Portugal e Espanha, enxergaram nas navegações uma oportunidade de enriquecer seus reinos, enquanto a Igreja Católica viu nessas expedições um meio de expandir a fé cristã, aproximando o poder secular do poder religioso.
O comércio com o Oriente, essencial para a Europa por fornecer especiarias e outros produtos valiosos, estava bloqueado pelo Império Otomano, que controlava as rotas tradicionais. A solução encontrada foi explorar rotas alternativas por mar, contornando a África e acessando diretamente as riquezas das Índias. Assim, os navegadores europeus lançaram-se ao desconhecido em busca de ouro, prata e outros recursos preciosos, que eram escassos na Europa, além de novas terras a serem exploradas. Esse movimento foi incentivado não só pelo desejo de riqueza, mas também pelo fascínio que o “novo mundo” exercia sobre o imaginário europeu, povoado de mitos e lendas sobre terras exóticas e criaturas fantásticas.
A busca por essas novas rotas e terras foi possível graças aos avanços científicos da época. Instrumentos como a bússola, o astrolábio e os mapas cartográficos precisos permitiram que os navegadores explorassem com mais segurança. Portugal liderou o movimento, desenvolvendo uma importante tradição marítima com a Escola de Sagres e explorando as costas africanas. Assim, os portugueses alcançaram o Cabo das Tormentas, rebatizado de Cabo da Boa Esperança, simbolizando o caminho rumo ao Oriente. Em 1500, a expedição de Pedro Álvares Cabral chegou ao território que hoje conhecemos como Brasil, um marco importante para o Império Português, embora atualmente se compreenda que esse território já era habitado por diversos povos indígenas.
As navegações espanholas também desempenharam um papel fundamental nesse processo de expansão. Com Cristóvão Colombo em 1492, a Espanha se lançou no Atlântico e chegou ao continente americano, acreditando inicialmente ter encontrado uma rota alternativa para as Índias. Isso gerou disputas entre Portugal e Espanha, que em 1494 assinaram o Tratado de Tordesilhas, dividindo as novas terras entre si e definindo áreas de influência. Esse tratado simbolizou o começo das rivalidades territoriais e da expansão colonial europeia nas Américas.
A expansão marítima europeia gerou consequências profundas e duradouras. Economicamente, inaugurou um comércio intercontinental que conectou Europa, África, América e Ásia. Culturalmente, causou um impacto intenso nas civilizações indígenas, que enfrentaram a evangelização e a imposição de novos costumes. Por outro lado, as navegações abriram caminho para um intercâmbio cultural, ainda que desigual, que transformou sociedades e valores ao redor do mundo.
Ao refletir sobre como a história da expansão marítima foi contada, percebemos que essa “descoberta” do novo mundo ignorava a presença e a cultura dos povos originários. Entender que esses povos já possuíam suas próprias histórias e estruturas permite uma visão mais ampla do expansionismo, reconhecendo o impacto duradouro que ele ainda exerce sobre as relações culturais e econômicas atuais.
QUESTÃO 1
Explique os principais motivos que levaram Portugal e Espanha a liderarem a expansão marítima europeia nos séculos XV e XVI. Em sua resposta, considere os fatores econômicos, políticos e religiosos que impulsionaram esse movimento.
QUESTÃO 2
A chegada dos europeus à América é frequentemente referida como “descoberta”. Contudo, o território já era habitado por povos indígenas com culturas e sociedades próprias. Discuta o impacto dessa visão eurocêntrica sobre a história e como a compreensão do ponto de vista dos povos originários altera nossa percepção sobre esse momento histórico.
QUESTÃO 3
No final do século XV, o comércio com o Oriente era vital para as economias europeias. Especiarias, tecidos e outros produtos eram altamente valorizados, mas o controle otomano sobre as rotas tradicionais pelo Mediterrâneo impedia o acesso direto a essas mercadorias. Esse contexto levou países como Portugal e Espanha a explorarem novas rotas marítimas. É correto dizer que uma motivação econômica para a expansão marítima europeia era
(A) expandir o comércio europeu com as colônias africanas para obter mão de obra barata.
(B) contornar o bloqueio otomano para garantir acesso direto às riquezas orientais.
(C) estabelecer rotas alternativas para o comércio com os povos indígenas da América.
(D) dividir o oceano Atlântico com a Inglaterra, visando aumentar a influência cristã.
QUESTÃO 4
Portugal e Espanha foram as potências pioneiras da expansão marítima, o que gerou rivalidades sobre o controle de terras “descobertas”. Em 1494, ambos os países firmaram o Tratado de Tordesilhas, que definiu uma linha imaginária, dividindo as áreas de exploração no Novo Mundo. Nesse sentido, o principal objetivo do Tratado de Tordesilhas foi
(A) assegurar o controle católico sobre os territórios a serem explorados pelas duas potências ibéricas.
(B) evitar conflitos entre Portugal e Espanha ao definir esferas de exploração e colonização.
(C) dividir parte do Novo Mundo entre as potências europeias, incluindo França e Inglaterra.
(D) criar um sistema de navegação compartilhado entre os países da Península Ibérica.
Autoria: | Prof. Me. Júlio Cesar da Silva |
Formação: | Licenciatura em História |
Componente Curricular: | História |
Habilidades: | (EF07HI13) Caracterizar a ação dos europeus e suas lógicas mercantis visando ao domínio no mundo atlântico.(GO-EF07HI14-B) Identificar e compreender a expansão ultramarina, a extração e o comércio do pau-brasil, bem como suas diferenças para europeus e povos indígenas originários. |
Referências: | HISTÓRIA, Coleção Ensino Fundamental. 7º Ano: V. 1. Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2024. p. 08-29. |