Esta proposta de atividade de GEOGRAFIA é destinada aos estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental anos iniciais.
Fonte: Atlas Geográfico Escolar do IBGE. Disponível em: <https://atlasescolar.ibge.gov.br/brasil/3058-espaco-economico/agropecuaria.html>. Acesso em 03 de dez. de 2024.
O uso de agrotóxicos no Brasil
O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo, fato que reflete tanto a força do agronegócio em sua economia quanto os desafios ambientais e sociais associados ao uso dessas substâncias. Os agrotóxicos são amplamente utilizados para aumentar a produtividade agrícola, mas seu uso excessivo gera uma série de impactos negativos para a saúde humana, o meio ambiente e a segurança alimentar.
Uso de agrotóxicos no Brasil em 2017
Fonte: Atlas Geográfico Escolar do IBGE. Disponível em: <https://atlasescolar.ibge.gov.br/brasil/3058-espaco-economico/agropecuaria.html>. Acesso em 03 de dez. de 2024.
A expansão do uso de agrotóxicos no Brasil
O uso de agrotóxicos no Brasil começou a se intensificar a partir da década de 1960, com a chamada Revolução Verde, que introduziu novos métodos de produção agrícola baseados na mecanização e no uso intensivo de insumos químicos. Conforme o relatório da Fundação Heinrich Böll, atualmente o Brasil está entre os líderes globais no consumo dessas substâncias, principalmente em função da expansão das culturas de soja, milho, algodão e cana-de-açúcar, que juntas consomem cerca de 84% dos agrotóxicos utilizados no território nacional.
Venda de agrotóxicos no Brasil de 2000 a 2020
Fonte: IBGE/CDDI on 18 Dec 2022. Disponível em: <https://public.flourish.studio/visualisation/10204171/>. acesso em 03 de dez. de 2024.
A alta demanda por agrotóxicos está associada à produção de commodities destinadas à exportação, reforçando a dependência econômica do Brasil em relação a esses produtos. Além disso, políticas fiscais que oferecem isenção de impostos para a compra de agrotóxicos contribuem para o aumento do consumo, mas também resultam em perdas bilionárias para os cofres públicos e reduzem a área destinada ao cultivo de alimentos essenciais para a população.
Venda de agrotóxico no Brasil em 2020
Fonte: Atlas Geográfico Escolar do IBGE. Disponível em: <https://atlasescolar.ibge.gov.br/brasil/3058-espaco-economico/agropecuaria.html>. Acesso em 03 de dez. de 2024.
O mercado brasileiro de defensivos agrícolas movimenta bilhões de reais anualmente, sendo dominado por grandes empresas multinacionais que controlam a produção e a comercialização desses produtos. O agronegócio brasileiro, altamente dependente dos agrotóxicos, é responsável por uma parcela significativa das exportações do país, gerando um conflito entre interesses econômicos e as preocupações socioambientais.
Impactos ambientais e as consequências para a saúde humana
O uso intensivo de agrotóxicos tem gerado sérios impactos ambientais, que afetam principalmente o solo, a água e a biodiversidade. Substâncias químicas aplicadas nas plantações frequentemente alcançam corpos d’água por meio do escoamento superficial, contaminando rios, lagos e aquíferos. Essa contaminação prejudica tanto os ecossistemas aquáticos quanto a qualidade da água para consumo humano.
Os agrotóxicos na agricultura
Fonte: Fundação Heinrich Böll. Atlas dos Agrotóxicos. Disponível em: <https://br.boell.org/sites/default/files/2023-12/atlas-do-agrotoxico-2023.pdf>. Acesso em 02 de dez. de 2024.
Além disso, os agrotóxicos afetam a biodiversidade, especialmente os polinizadores, como abelhas, essenciais para a manutenção dos ecossistemas e para a produção agrícola. A redução na população desses insetos tem consequências graves para a segurança alimentar e a estabilidade dos sistemas naturais.
Os agrotóxicos na agricultura
Fonte: Fundação Heinrich Böll. Atlas dos Agrotóxicos. Disponível em: <https://br.boell.org/sites/default/files/2023-12/atlas-do-agrotoxico-2023.pdf>. Acesso em 02 de dez. de 2024.
Conforme o relatório da Fundação Heinrich Böll, o uso de agrotóxicos no Brasil também representa um risco significativo para a saúde pública. De 2010 a 2019, foram registrados mais de 56 mil casos de intoxicação por agrotóxicos no país, e especialistas alertam que esse número pode ser ainda maior devido à subnotificação. Os efeitos da exposição prolongada a essas substâncias incluem problemas respiratórios, doenças neurológicas, câncer e complicações na gestação, como abortos espontâneos e malformações fetais.
As populações mais vulneráveis, como trabalhadores rurais, crianças e gestantes, são as mais afetadas. Em algumas regiões, o uso inadequado ou a pulverização aérea de agrotóxicos resulta em contaminação intencional de comunidades rurais, configurando graves violações de direitos humanos.
Desafios e alternativas
Apesar dos impactos negativos, o uso de agrotóxicos no Brasil continua a crescer, impulsionado pela demanda internacional por commodities agrícolas. No entanto, há um movimento crescente em defesa da agroecologia, que propõe práticas agrícolas mais sustentáveis e menos dependentes de insumos químicos. Entre as alternativas destacam-se:
Manejo Integrado de Pragas (MIP): Técnica que combina métodos biológicos, culturais e químicos para controlar pragas, minimizando o uso de agrotóxicos.
Produção agroecológica: Sistemas agrícolas que respeitam os ciclos naturais, promovem a biodiversidade e utilizam insumos orgânicos.
Políticas Públicas de Redução: Iniciativas como o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PRONARA), que visa fomentar práticas agrícolas sustentáveis e monitorar o uso de agrotóxicos.
Caminhos para uma agricultura sustentável e saudável
O uso de agrotóxicos no Brasil representa um desafio complexo, que envolve questões econômicas, ambientais e de saúde pública. Embora esses insumos sejam fundamentais para a alta produtividade do agronegócio, seus impactos negativos exigem a implementação urgente de políticas públicas que equilibrem a produção agrícola com a preservação ambiental e a saúde da população. A transição para práticas agrícolas mais sustentáveis é um passo essencial para garantir a segurança alimentar, a qualidade de vida e a preservação dos recursos naturais no país.
RESPONDA ÀS QUESTÕES
QUESTÃO 01
De que forma o uso de agrotóxicos nas plantações, para aumentar a produção de alimentos destinados à exportação e consumo, podem afetar a saúde das pessoas que vivem perto dessas áreas e a qualidade dos alimentos consumidos no Brasil?
QUESTÃO 02
Embora os agrotóxicos aumentem a produtividade agrícola, eles também prejudicam a saúde de trabalhadores rurais e moradores próximos às áreas de aplicação. De que forma o Brasil pode equilibrar a necessidade de produção agrícola com a preservação da saúde pública?
QUESTÃO 03
O uso de agrotóxicos no Brasil também representa um risco significativo para a saúde pública. De 2010 a 2019, foram registrados mais de 56 mil casos de intoxicação por agrotóxicos no país, e especialistas alertam que esse número pode ser ainda maior devido à subnotificação. As pessoas mais vulneráveis aos efeitos dos agrotóxicos, são
(A) os turistas que visitam regiões agrícolas e acabam contaminados.
(B) os moradores das grandes cidades, distantes das áreas rurais.
(C) os trabalhadores rurais, crianças e gestantes que vivem próximas às plantações.
(D) as populações que consomem exclusivamente alimentos importados e orgânicos.
QUESTÃO 04
O uso de agrotóxicos no Brasil representa um desafio complexo, que envolve questões econômicas, ambientais e de saúde pública. Embora esses insumos sejam fundamentais para a alta produtividade do agronegócio, seus impactos negativos exigem a implementação urgente de políticas públicas que equilibrem a produção agrícola com a preservação ambiental e a saúde da população. O papel das políticas públicas na redução do uso de agrotóxicos, ocorre a partir
(A) da implementação de programas que incentivem práticas agrícolas sustentáveis e sem agrotóxicos.
(B) do estímulo na utilização de produtos químicos sem restrições e verificações sobre os seus riscos.
(C) do aumento dos incentivos fiscais para a compra e utilização constante de agrotóxicos.
(D) da proibição total do desenvolvimento das áreas agrícolas em todo território brasileiro.
Autoria: | Prof. Me.: Gabriel Ramos Paiva |
Formação: | Licenciatura em Geografia; Bacharelado em Geografia; Licenciatura em Pedagogia; Mestre em Geografia pelo IESA-UFG. |
Componente Curricular: | Geografia |
DCGO – AMPLIADO (1º corte) Habilidades: | (EF06GE08-A) Compreender a importância da leitura de diferentes tipos de mapas, para a sua melhor localização espacial. (EF06GE09-B) Analisar e elaborar gráficos e tabelas com diferentes temáticas. |
Matriz de habilidades essenciais: | Ler e interpretar diferentes tipos de mapas temáticos e identificar a localização de dados e informações no espaço geográfico. Analisar gráficos e tabelas com diferentes temáticas geográficas. |
Referências: | Fundação Heinrich Böll. Atlas dos Agrotóxicos – Fatos e dados do uso dessas substâncias na agricultura. Fundação Heinrich Böll no Brasil, Rio de Janeiro, 2023. Disponível em: <https://br.boell.org/sites/default/files/2023-12/atlas-do-agrotoxico-2023.p,df>. Acesso em 02 de dez. de 2024. |