Esta proposta de atividade de GEOGRAFIA é destinada aos estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental anos iniciais.

Fonte: OLIVEIRA, E. M. de; MELLO, M. de. p.143. Disponível em: <https://revistas.ufg.br/atelie/article/view/53633>. Acesso em: 12 fev. 2025.
O fluxo migratório e o desenvolvimento da Região Noroeste de Goiânia
A Região Noroeste de Goiânia apresenta uma história marcada por intensos fluxos migratórios e um desenvolvimento urbano que reflete as desigualdades socioeconômicas da cidade.
A Região Noroeste de Goiânia

Fonte: OLIVEIRA, E. M. de; MELLO, M. de. p.143. Disponível em: <https://revistas.ufg.br/atelie/article/view/53633>. Acesso em: 12 fev. 2025.
O crescimento populacional na região foi impulsionado principalmente pela chegada de migrantes em busca de moradia acessível e melhores condições de vida. No entanto, esse processo foi acompanhado por um planejamento urbano desigual, que contribuiu para a segregação residencial e a concentração de serviços públicos em áreas específicas. Compreender como o fluxo migratório impactou o desenvolvimento dessa região é essencial para analisar as dinâmicas sociais e espaciais que moldaram sua organização urbana.
As causas do fluxo migratório para a Região Noroeste
O fluxo migratório para a Região Noroeste de Goiânia começou a se intensificar em 1979, impulsionado por ex-trabalhadores rurais que migraram para a cidade em busca de melhores oportunidades econômicas e sociais.
O fluxo migratório

Fonte: SANTOS, Daniela Braga. p.84. Disponível em: <http://icts.unb.br/jspui/handle/10482/39898>. Acesso em 12 de fev. de 2025.
Esses migrantes, geralmente de baixa renda, se encontravam sem condições de adquirir moradia em regiões mais valorizadas da capital goiana, o que os levou a ocupar terras na periferia urbana.
O êxodo rural e a desigualdade socioespacial

Fonte: SANTOS, Daniela Braga. p.86. Disponível em: <http://icts.unb.br/jspui/handle/10482/39898>. Acesso em 12 de fev. de 2025.
Essa ocupação foi motivada pela falta de políticas habitacionais adequadas e pela especulação imobiliária em Goiânia, que encareceu o preço dos imóveis em áreas centrais. Como resultado, a população migrante encontrou na Região Noroeste uma alternativa acessível para construir suas moradias, mesmo que em locais desprovidos de infraestrutura básica, como saneamento, escolas e transporte público.
O Estado de Goiás teve um papel significativo na consolidação desse fluxo migratório ao direcionar a ocupação para áreas periféricas. Ao adquirir terras como na Fazenda Caveiras e promover loteamentos voltados à população de baixa renda, o governo contribuiu para o crescimento acelerado da região.
A construção da Vila Mutirão

Fonte: SANTOS, Daniela Braga. p.165. Disponível em: <http://icts.unb.br/jspui/handle/10482/39898>. Acesso em 12 de fev. de 2025.
A criação de bairros como Vila Mutirão e Jardim Curitiba, nos anos 1980, consolidou a Região Noroeste como destino de migrantes, atraídos pela promessa de moradia própria.
A relação entre fluxo migratório e segregação residencial
O crescimento populacional na Região Noroeste de Goiânia não foi acompanhado por um planejamento urbano adequado, resultando em um desenvolvimento desigual e na segregação residencial. A chegada massiva de migrantes em busca de moradia acessível contribuiu para a formação de bairros periféricos, distantes do centro urbano e com infraestrutura precária.
Localização da Vila Mutirão

Fonte: SANTOS, Daniela Braga. p.161. Disponível em: <http://icts.unb.br/jspui/handle/10482/39898>. Acesso em 12 de fev. de 2025.
A segregação residencial é um processo em que grupos sociais são espacialmente separados de acordo com sua condição socioeconômica. Na Região Noroeste, esse fenômeno foi intensificado pela atuação de agentes políticos e econômicos que promoveram loteamentos sem infraestrutura mínima e direcionaram a expansão urbana para áreas desvalorizadas. Essa estratégia isolou os migrantes em locais afastados das oportunidades de emprego e dos serviços públicos de qualidade, perpetuando as desigualdades sociais.
Além disso, a concentração de pessoas de baixa renda na Região Noroeste resultou na estigmatização social da área, reforçando a segregação socioespacial. A falta de investimentos públicos em educação, saúde e transporte dificultou a mobilidade social dos moradores, que se viram presos em um ciclo de pobreza e exclusão urbana.
Impactos socioeconômicos e desigualdades urbanas
O fluxo migratório e o desenvolvimento urbano desigual na Região Noroeste de Goiânia tiveram impactos profundos na vida dos moradores, ampliando as desigualdades socioeconômicas e urbanas. A concentração de serviços públicos e privados em poucas avenidas criou centralidades forjadas, que valorizaram seletivamente algumas áreas e marginalizaram outras.
O desenvolvimento socioeconômico na Av. Mangalô

Fonte: SANTOS, Daniela Braga. p.241. Disponível em: <http://icts.unb.br/jspui/handle/10482/39898>. Acesso em 12 de fev. de 2025.
Essa valorização diferenciada do solo urbano aumentou o custo de vida para os antigos moradores, forçando-os a vender suas casas ou migrar para áreas menos valorizadas. O aumento do valor dos imóveis também atraiu moradores de maior poder aquisitivo, resultando na substituição da população original por novos perfis socioeconômicos.
Além disso, o crescimento populacional acelerado sobrecarregou o transporte público, a educação e a saúde locais, revelando a falta de planejamento urbano e a perpetuação da segregação socioespacial. As disparidades no acesso a serviços públicos de qualidade reforçaram as desigualdades sociais, perpetuando um ciclo de exclusão e vulnerabilidade.
O fluxo migratório para a Região Noroeste de Goiânia
O fluxo migratório para a Região Noroeste foi um processo complexo, impulsionado pela busca de moradia acessível e melhores condições de vida. No entanto, a falta de planejamento urbano adequado e a atuação estratégica de agentes políticos e econômicos consolidaram um desenvolvimento urbano desigual, marcado pela segregação residencial.
Compreender como o fluxo migratório impactou o desenvolvimento da Região Noroeste de Goiânia é essencial para repensar o planejamento urbano na cidade e promover políticas públicas inclusivas, que garantam o direito à cidade para todos os cidadãos.
Assista ao vídeo sobre – O fluxo migratório e o desenvolvimento da Região Noroeste de Goiânia.
Fonte: @EstúdioConexãoEscola
RESPONDA ÀS QUESTÕES
QUESTÃO 01
Observe a imagem e responda às questões 01 e 02.
O êxodo rural e a desigualdade socioespacial

Fonte: SANTOS, Daniela Braga. p.86. Disponível em: <http://icts.unb.br/jspui/handle/10482/39898>. Acesso em 12 de fev. de 2025.
Explique a relação entre o êxodo rural e o fluxo migratório para a Região Noroeste de Goiânia, explique as causas que levaram trabalhadores rurais a ocuparem terras na periferia urbana.
QUESTÃO 02
Descreva como o fluxo migratório impactou a configuração socioeconômica da Região Noroeste de Goiânia. Quais foram as consequências desse movimento para o acesso a serviços públicos e infraestrutura urbana?
QUESTÃO 03
O crescimento populacional na Região Noroeste de Goiânia foi impulsionado principalmente pela chegada de migrantes em busca de moradia acessível e melhores condições de vida. No entanto, esse processo foi acompanhado por um planejamento urbano desigual, que contribuiu para a segregação residencial e a concentração de serviços públicos em áreas específicas. Sobre o início do fluxo migratório para a Região Noroeste de Goiânia, podemos afirmar que,
(A) foi motivado pela especulação imobiliária no centro urbano e pela busca de moradia acessível.
(B) resultou exclusivamente de políticas habitacionais organizadas e planejadas pelo governo.
(C) aconteceu apenas após a valorização imobiliária na Avenida Mangalô e na Avenida do Povo.
(D) teve origem na migração de populações de alta renda em busca de infraestrutura sofisticada.
QUESTÃO 04
O crescimento populacional na Região Noroeste de Goiânia não foi acompanhado por um planejamento urbano adequado, resultando em um desenvolvimento desigual e na segregação residencial. A chegada massiva de migrantes em busca de moradia acessível contribuiu para a formação de bairros periféricos, distantes do centro urbano e com infraestrutura precária. Dessa forma, durante a fase de urbanização na Região Noroeste de Goiânia, um dos principais problemas foi,
(A) a falta de infraestrutura urbana adequada nos bairros recém-criados.
(B) a abundância de serviços públicos de alta qualidade em toda a região.
(C) a presença de infraestrutura completa em todas as áreas ocupadas.
(D) a inexistência de qualquer forma de segregação socioespacial.
QUESTÃO 05
A população migrante encontrou na Região Noroeste uma alternativa acessível para construir suas moradias, mesmo que em locais desprovidos de infraestrutura básica, como saneamento, escolas e transporte público. O Estado de Goiás teve um papel significativo na consolidação desse fluxo migratório ao direcionar a ocupação para áreas periféricas. Ao adquirir terras como na Fazenda Caveiras e promover loteamentos voltados à população de baixa renda, o governo contribuiu para o crescimento acelerado da região. A criação de bairros como Vila Finsocial, Vila Mutirão e Jardim Curitiba na Região Noroeste,
(A) resultou na completa eliminação da segregação socioespacial na região, por meio de ações governamentais.
(B) aconteceu exclusivamente para atender à demanda de moradias de luxo e de condomínios verticais.
(C) foi uma tentativa de organizar as ocupações irregulares por meio de programas habitacionais.
(D) foi acompanhada de infraestrutura completa e adequada desde o início, com grande preocupação socioambiental.
QUESTÃO 06
O fluxo migratório e o desenvolvimento urbano desigual na Região Noroeste de Goiânia tiveram impactos profundos na vida dos moradores, ampliando as desigualdades socioeconômicas e urbanas. A concentração de serviços públicos e privados em poucas avenidas criou centralidades forjadas, que valorizaram seletivamente algumas áreas e marginalizaram outras. A transformação urbana da Região Noroeste a partir de 2000 foi marcada
(A) pela desintegração completa da região noroeste do tecido urbano de Goiânia, para construção do aterro sanitário.
(B) pela desvalorização total do solo urbano e abandono de investimentos públicos, devido às invasões.
(C) pelo foco exclusivo na construção de indústrias de grande porte em toda a região.
(D) pela emergência da região como potencial urbano, com valorização imobiliária seletiva.
Autoria: | Prof. Me.: Gabriel Ramos Paiva |
Formação: | Licenciatura em Geografia; Bacharelado em Geografia; Licenciatura em Pedagogia; Mestre em Geografia pelo IESA-UFG. |
Componente Curricular: | Geografia |
Objeto de conhecimento/Conteúdos: | Diversidade e dinâmica da população mundial e local: Diversidade e os fluxos migratórios da população Indicadores socioeconômicos brasileiros Dinâmica demográfica Fluxos de migração na América Latina Políticas migratórias |
DCGO – AMPLIADO – Habilidades: | (EF08GE02-A) Relacionar e compreender os fatos e situações representativas da história das famílias do município em que se localiza a instituição escolar, considerando a diversidade e os fluxos migratórios da população mundial. |
Referências: | OLIVEIRA, E. M. de; MELLO, M. de. A mobilidade presente no processo de segregação residencial: o caso da Região Noroeste de Goiânia/GO. Ateliê Geográfico, Goiânia, v. 12, n. 2, p. 138–163, 2018. DOI: 10.5216/ag.v12i2.53633. Disponível em: <https://revistas.ufg.br/atelie/article/view/53633>. Acesso em: 12 fev. 2025. SANTOS, Daniela Braga. A Região Noroeste de Goiânia: a construção da paisagem (1975-2019). 2020. 266 f., il. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) — Universidade de Brasília, Brasília, 2020. Disponível em: <http://icts.unb.br/jspui/handle/10482/39898>. Acesso em 12 de fev. de 2025. |