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Geografia – Mundo do trabalho: China x EUA.

Olá, educando (a). Esta videoaula de Geografia foi veiculada na TV no dia 11 de Agosto de 2021 (Quarta-Feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.

Na aula de hoje vamos compreender a expansão do capital chinês e estadunidense pelo mundo.

Temática – Geografia – Mundo do trabalho: China x EUA. Disponível em: <https://live.staticflickr.com/822/27364976438_49f35023bf_c.jpg>. Acesso em: 15 de Junho de 2021.

Assista a videoaula abaixo, com a temática – Geografia – Mundo do trabalho: China x EUA.

AGRUPAMENTO H| 8º ANO | CICLO DA ADOLESCÊNCIA |GEOGRAFIA | PROF.: AILTON

CHINA x EUA

Se você acredita que por estar aqui no Brasil, tranquilo, longe dos EUA e da China, você está fora da disputa tecnológica entre essas duas grandes potências é um equívoco. Somos considerados grande mercado consumidor e também fornecedores de matéria- prima para os dois países. 

Já respondeu alguma enquete no Instagram perguntando qual aparelho celular é melhor Apple (Iphone) x Xiaomi (Mi), o primeiro smartphone pertence a uma indústria estadunidense e o segundo aos chineses. Mas, caso você esteja de saco cheio do Insta e foi procurar diversão nas dancinhas do Tik Tok, mais uma vez chegamos a disputa entre as duas grandes potências, considerando que o Tik Tok é uma rede social chinesa e o Instagram dos Estados Unidos. 

Na segunda metade do século XX os EUA já era considerado uma grande potência mundial, produtor de altíssima tecnologia e grande influenciador da cultura e dos padrões de consumo do mundo inteiro, por suas produções musicais, cinematográficas, pelas revistas, dentre outros. O mesmo não podemos falar dos chineses, muito provavelmente seria uma piada dizer que em 2021 redes sociais, automóveis e empresas produtoras de tecnologias pertenceriam a China, se liga no próximo capítulo que vou te explicar essa história melhor. 

China: O dragão que cospe fogo 

O dragão é um importante símbolo da mitologia chinesa simboliza sabedoria, bondade e a energia do fogo que destrói mas permite o nascimento de algo novo, a representação do dragão chinês é diferente da imagem que temos dos ocidentais e são muito utilizados para representar a China e seu rápido crescimento econômico. 

Até meados de 1949 os chineses estavam submetidos aos interesses do capitalismo mundial, sendo fornecedores de matéria- prima e consumidor de produtos industrializados, a revolução socialista nesse período nasce com objetivo de pôr fim a essa lógica. 

No entanto, apenas por volta de 1976 com abertura econômica para os investimentos estrangeiros e algumas reformas importantes como: investimentos em educação, pesquisas científicas, produção tecnológica, força militar, infraestrutura, desenvolvimento industrial, modernização da agricultura, dentre outros, fizeram com que a China, nos anos 90, apresentasse crescimento expressivo do Produto Interno Bruto (PIB) com médias que chegaram, de acordo com o Banco Mundial, a 10% por ano sustentados até meados dos anos 2000.  

Outros fatores como grande quantitativo populacional, expressiva extensão territorial, baixos salários, pouco rigor ambiental, facilidades fiscais e tributárias para exportação auxiliaram no crescimento chinês. O socialismo de mercado, nome dado ao modelo econômico e político da China,  consiste em forte presença das empresas estatais, associadas ao capital estrangeiro ou não, além do forte controle social marcado pela ausência de democracia imposto pelo Partido Comunista Chinês (PCC). Veja:

Figura I: China Dinamismo Econômico. Fonte:  ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 8° ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018. p. 92. Acesso em: 10 de Junho de 2021.

O mapa presente na figura I, retrata a concentração das indústrias e centros de desenvolvimento tecnológicos da China, na faixa litorânea onde encontramos as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) que são compreendidas por áreas onde o governo chinês autorizou e incentivou o investimento de indústrias estrangeiras com parcerias ou não das estatais. Ao oeste do território, representado na cor rosa com tons mais claros, são os espaços destinados ao fornecimento de matéria- prima e produção de energia para as áreas industriais. 

Inicialmente as primeiras indústrias a se instalarem no território chines não levavam a etapa de produção de tecnologia, apenas o parque industrial de montagem ou fabricação de componentes, as fábricas próprias da China tinham sua produção voltada para bugigangas ou cópias dos eletrônicos com qualidade inferior. 

Provavelmente você conhece alguém, ou já foi, em algum camelódromo comprar um produto Xing Ling, nome que damos às mercadorias de baixa qualidade ou falsificadas como aquelas caixinhas de som cópia da JBL, relógios, peças de informática, video- games e diversos produtos. Ainda que os produtos Xing Ling façam parte da rotina chinesa, atualmente a China produz altíssima tecnologia com marcas conceituadas no mercado mundial como: Xiaomi, Huawei, Chery, JAC, Lifan, TCL (Adquiriu a Semp Toshiba) e Lenovo (Adquiriu Motorola e IBM, empresas estadunidense). 

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a China em 2005 apresentava o quinto maior PIB do mundo e desde 2010 detém a segunda maior economia global, atrás apenas dos EUA, a fábrica do mundo, como a China é chamada por alguns especialistas por deter a produção de diversos produtos, deixou de ser apenas fábrica para ser também um dos pólos de desenvolvimento tecnológico o que ameaçou os interesses geopolíticos estadunidense.

Em 2018 a tensão comercial e geopolítica entre China e EUA vai ser intensificada devido ao desequilíbrio da balança econômica entre os dois países. Neste ano, os estadunidenses venderam aproximadamente 120 bilhões de dólares em mercadorias aos chineses e compraram próximo de 539 bilhões de dólares. 

Capital chinês e estadunidense pelo mundo 

Os Estados Unidos detém a maior economia do mundo, além de exercer forte influência política e cultural no globo. Algumas marcas estadunidenses estão inseridas de forma tão intensa em nosso cotidiano, que até acreditamos ser empresas nacionais como a Coca Cola, Ford, Chevrolet, Google, Colgate Palmolive, Mastercard, MC Donalds, Avon, Burguer King, dentre outras.

Com a intensificação da globalização em meados dos anos 90 e pela forte influência estadunidense  em organismo financeiros internacionais a abertura da economia de outros países para as transnacionais estadunidense foi significativa, a criação de fundos e realização de empréstimos para nações menos desenvolvidas com condições atreladas aos seus interesses não eram incomum. Até 2008 os Estados Unidos era o principal parceiro econômico do Brasil, quando perde espaço para a China. Veja:

Figura II: Brasil troca comercial. Fonte:  ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 8° ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018. p. 103. Acesso em: 10 de Junho de 2021.

Desde 2009 a China passou a ser o maior parceiro econômico do Brasil, sendo o principal cliente (exportação) e vendedor (importação) da balança comercial brasileira como podemos observar na figura II. Atualmente vendemos mais produtos do que compramos dos chineses, tendo saldo positivo na balança comercial, o problema é que vendemos commodities, matéria- prima com pouca ou nenhum processo de industrialização, e compramos produtos com alto valor agregado. 

É por esse caminho que podemos entender a expansão do capital chinês pelo mundo, na América Latina e no Brasil os investimentos chineses estão relacionados a geração de infraestrutura para extração e circulação das commodities direcionadas ao mercado chinês. 

De acordo com Felippe Hermes, ao site InfoMoney, entre 2003 e 2019 a China investiu 72 bilhões de dólares no Brasil, representando 37,3% do total investido por estrangeiros, alcançando números maiores do que os investimentos estadunidenses. Foram investidos US$21 bilhões apenas entre 2015 e 2017 quando a China propôs um fundo para o investimento em infraestrutura pelo Banco Industrial e Comercial da China (ICBC). Dentre os investimentos chineses em solo brasileiro tem destaque campos para exploração de petróleo, indústrias processadoras de soja, fazendas produtoras de soja, participação em companhias exploradoras de minérios e companhias de distribuição de energia elétrica. 

Em 2015 a proposta de construção da Ferrovia Transcontinental cortando o Brasil de leste a oeste começando no Rio de Janeiro e passando por MG, GO, MT, RO, AC e pelo Peru, ligaria o Oceano Atlântico ao Pacífico facilitando a exportação de matéria- prima para os chineses e resolvendo alguns gargalos de logística e custo no transporte de cargas brasileiro, além de aumentar a sua influência na América do Sul. 

O continente africano tem recebido diversos investimentos chineses voltados à área de infraestrutura e aproximação cultural entre os países que compõem a África e a China. Apenas em 2016 os investimentos chegaram aos incríveis 50 bilhões de dólares. Veja:

Figura III: África investimentos chineses nos anos 2000. Fonte:  ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 8° ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018. p. 114. Acesso em: 10 de Junho de 2021.

A Figura III apresenta a forte influência chinesa na África com linhas aéreas que operam voos regulares para China e a presença militar, em Djibuti foi construída a primeira base naval fora do território chinês. Os quadradinhos assinalam o Instituto Confúcio que difunde a cultura chinesa e ensina o mandarim (idioma chinês) aos africanos, os investimentos públicos, representados por sacos com o símbolo do EURO, chamam a atenção e demonstram capital chinês em diversos países africanos. 

Ditadores africanos têm se aproximado da economia chinesa através de empréstimos financeiros, pois diferente dos ocidentais a China não cobra contrapartida como melhorias nas questões relacionadas aos direitos humanos ou a democracia, oferta baixas taxas de juros e libera valores expressivos. Em contrapartida, empresas chinesas devem ser contratadas para execução das obras.

Por fim, compreendemos que o capital estadunidense e mais recentemente o chinês estão presentes em diversos países do mundo aumentando a influência e os interesses geopolíticos e econômicos dessas nações sobre o globo. As duas maiores economias do mundo não estão em guerra e não devem ser consideradas como rivais mas, adversárias na ampliação dos seus produtos no mercado mundial.  

Atividade  

Responda as questões abaixo e registre as respostas em seu caderno. 

Questão 1 – Os investimentos chineses realizados na América Latina, em especial no Brasil, visam o desenvolvimento tecnológico dessas regiões?  

Questão 2 – Observe atentamente a Figura II, no texto, e descreva porquê o Brasil exporta mais produtos do que importa dos chineses? 

Questão 3 – Pesquise a qual país pertence, as fabricantes de alguns produtos que você tem na sua casa como smartphones, eletrônicos, vestuários e eletrodomésticos.


Ciclo da infância – Habilidade estruturante:(EF08GE14-A) Analisar a influência do capital estadunidense e chinês no processo de distribuição das atividades econômicas pelo mundo, com destaque para o Brasil. 
Referências: ADAS, M; ADAS, S. Expedições Geográficas: 8° ano. 3° Edição. São Paulo: Moderna, 2018.
HAESBAERT, R. China: Entre O Oriente e O Ocidente. São Paulo: ÁTICA, 1994.
HAESBAERT, R. China na nova dinâmica global-fragmentadora do espaço geográfico. In: Rogério Haesbaert. (Org.). Globalização e Fragmentação no Mundo Contemporâneo. 2ed. Niterói: Editora da UFF, 2013.
HERMES, F. Isso é o que a China já comprou no Brasil. Disponível em: <https://www.infomoney.com.br/colunistas/felippe-hermes/isso-e-o-que-a-china-ja-comprou-no-brasil/>. Acesso em: 24 de maio de 2021.
IBGE. Países. Disponível em: <https://paises.ibge.gov.br/#/mapa/china>. Acesso em: 24 de maio de 2021.
TRENTIN. D. Política externa da China: entenda os planos dessa potência. Disponível em: <https://www.politize.com.br/politica-externa-da-china-entenda/>. Acesso em: 24 de maio de 2021.