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Educação Física – Violência entre torcidas organizadas do futebol brasileiro

ESTA PROPOSTA DE ATIVIDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA É DESTINADA AOS ESTUDANTES DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS.

Fonte: Canva

Violência entre torcidas organizadas do futebol brasileiro

O futebol é uma das maiores paixões do povo brasileiro. Milhares de pessoas acompanham os jogos pela televisão, frequentam os estádios e participam de torcidas organizadas. Esses grupos de torcedores se unem para demonstrar apoio aos seus times com cantos, faixas, instrumentos musicais e muita animação, tornando o ambiente das partidas mais envolvente e emocionante.

Apesar desse papel positivo, as torcidas organizadas também estão associadas a episódios de violência. Confrontos entre grupos rivais têm se tornado cada vez mais frequentes, refletindo a realidade de um país onde a violência está presente em diferentes aspectos da vida social — inclusive no esporte. O que deveria ser uma forma de lazer e união, muitas vezes se transforma em palco para agressões e conflitos.

No Brasil, o futebol é mais do que um esporte: ele faz parte da cultura e da identidade do povo. Ele mexe com as emoções das pessoas. As torcidas organizadas fazem os torcedores se sentirem parte de um grupo, mas, ao mesmo tempo, podem incentivar atitudes violentas, servindo como um lugar onde alguns expressam sentimentos que, normalmente, guardam para si.

Casos de violência envolvendo torcedores não são novos. Desde o século passado, há registros de brigas em jogos. Com o passar dos anos, essas ações se intensificaram e se espalharam para outros locais além dos estádios, como ruas, estações de metrô e terminais de ônibus, colocando em risco a segurança da população. Também há relatos de atitudes racistas, homofóbicas, uso de drogas e até envolvimento com o crime organizado.

Pesquisas apontam diversas causas para esses comportamentos violentos, como o fanatismo, o consumo de álcool, a ausência de segurança adequada, a precariedade da estrutura dos estádios e decisões controversas da arbitragem. Além disso, fatores sociais, políticos e econômicos contribuem para alimentar a agressividade nos espaços esportivos.

As torcidas organizadas surgiram no Brasil por volta dos anos 1930. Inicialmente, tinham como objetivo apenas apoiar os clubes com entusiasmo e de forma pacífica. Eram compostas por sócios dos times e pessoas das classes mais altas, sem histórico de violência.

A partir da década de 1970, esse perfil mudou. As torcidas passaram a reunir principalmente pessoas das camadas populares, e a rivalidade entre os grupos aumentou. Em busca de respeito e poder, alguns torcedores começaram a adotar atitudes violentas. Os nomes de certas torcidas — como “Fúria”, “Máfia” ou “Inferno” — refletem essa postura agressiva, reforçando o clima de enfrentamento.

Devido ao aumento da violência em eventos esportivos, especialmente de futebol, foi criado o Estatuto do Torcedor, sancionada em 2003. No entanto, essa lei foi totalmente substituída pela Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597, de 14 de junho de 2023). Essa nova legislação trouxe mudanças importantes e passou a incluir novos tipos de crimes, como aqueles que afetam a ordem econômica no esporte e também os que colocam em risco a segurança e a paz nos eventos esportivos.

Mesmo sendo importante, a lei que trata da violência das torcidas organizadas ainda tem dificuldade para funcionar bem. Muitas vezes, quem participa das brigas não é punido, e a violência continua. A falta de punição individualizada faz com que atitudes agressivas se repitam.

Para mudar essa realidade, especialistas propõem a criação de um cadastro nacional de torcedores e o uso de tecnologias como o reconhecimento facial para identificar e punir os responsáveis por confusões. Além disso, uma atuação mais preventiva e eficaz da polícia pode ajudar a evitar confrontos antes mesmo que comecem.

No entanto, a solução não está apenas na repressão. É fundamental investir em educação, promover campanhas de conscientização e incentivar a parceria entre clubes, torcidas, autoridades e toda a sociedade. Os torcedores precisam compreender que o estádio deve ser um espaço de respeito, alegria e convivência pacífica.

A transformação desse cenário depende do compromisso de todos. Com diálogo, responsabilidade e união, é possível tornar o futebol brasileiro mais seguro e acolhedor, permitindo que a paixão pelo esporte seja vivida de maneira positiva.

ASSISTA AO VÍDEO SOBRE A RELAÇÃO DA LEI GERAL DO ESPORTE COM AS TORCIDAS ORGANIZADAS

Fonte: Estúdio Conexão Escola

RESPONDA ÀS QUESTÕES.

QUESTÃO 1

“Força Jovem Goiás”, “Torcida Esquadrão Vilanovense”, “Gaviões da Fiel” e “Mancha Verde” são exemplos de torcidas organizadas no Brasil. O principal objetivo desses grupos é

(A) promover atividades esportivas entre os clubes participantes.

(B) administrar o funcionamento interno dos times profissionais.

(C) demonstrar apoio ao clube, incentivando-o durante as partidas.

(D) provocar e agredir fisicamente os torcedores rivais da competição.

QUESTÃO 2

Leia o texto:

A violência no futebol brasileiro vai além das brigas entre torcedores. Em muitos casos, o que acontece nos estádios e ao redor deles é um reflexo de problemas maiores da nossa sociedade, como a desigualdade social, a falta de segurança e a má gestão pública. A desorganização de eventos, o descaso com a estrutura dos estádios e a ausência de punições para os responsáveis pelas agressões mostram que o problema não está só no esporte, mas também na forma como o país lida com a violência no dia a dia. Especialistas afirmam que não é possível separar a violência do futebol da realidade social, econômica e política do Brasil.

De acordo com o texto, a violência no futebol brasileiro é apresentada como

(A) um problema recorrente e exclusivo das torcidas organizadas.

(B) uma consequência da paixão exagerada dos torcedores.

(C) um reflexo de questões sociais, econômicas e políticas do país.

(D) uma falha e incompetência da equipe de arbitragem.

QUESTÃO 3

Leia os textos a seguir:

Depois de realizar a leitura dos textos acima, responda:

Você acredita que todas as torcidas organizadas devem ser consideradas criminosas?

QUESTÃO 4

Atualmente, a Lei Geral do Esporte prevê que quem causa confusão, prática ou incentiva violência perto dos estádios, ou participa de brigas entre torcidas pode ser preso e pagar multa. Além disso, os líderes das torcidas organizadas são responsabilizados pelos danos que seus membros causam dentro, perto ou no caminho para os jogos. Alguns representantes das torcidas pedem que apenas quem comete a violência seja punido, e não toda a torcida. Qual é a sua opinião sobre isso? Você acha que os líderes das torcidas devem ser responsabilizados pelos atos de seus membros? Por quê?


AutorJordana Ferreira
FormaçãoEducação Física
Componente Curricular Educação Física
Objeto de Conhecimento/ConteúdoFenômeno esportivo: violência e torcidas organizadas
Habilidades(EF89EF05) Identificar as transformações históricas do fenômeno esportivo e discutir alguns de seus problemas (doping, corrupção, violência etc.) e a forma como as mídias os apresentam.
ReferênciasCAVALCANTI, Everton Albuquerque; SOUZA, Juliano de; CAPRARO, André Mandes. O fenômeno das torcidas organizadas de futebol no Brasil–elementos teóricos e bibliográficos. ALESDE, Curitiba, v. 3, n. 1, p. 39-51, 2013.
SENADO FEDERAL, Especial Cidadania. Brasil dá resposta insuficiente à violência de torcidas. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/brasil-daresposta-insuficiente-a-violencia-de-torcidas. Acessado em: 16/06/2025.