Esta proposta de atividade de Ciências da Natureza é destinada aos estudantes do 7º ano dos anos finais do Ensino Fundamental
RISCOS ÀS POPULAÇÕES
Indivíduos de uma mesma espécie, ou de espécies diferentes, interagem entre si e com o ambiente onde vivem, estabelecendo um “equilíbrio” nas taxas de mortalidade e natalidade. Entretanto, perturbações ambientais e catástrofes naturais podem comprometer essa dinâmica, causando impactos significativos nos ecossistemas e na vida humana. Fenômenos como terremotos, tsunamis, furacões e erupções vulcânicas, embora sejam processos naturais do planeta, frequentemente resultam em graves consequências socioambientais.
As catástrofes naturais ocorrem por fatores diversos, desde movimentos tectônicos e variações climáticas extremas até comprometimentos ecológicos causados pela ação humana, como o desmatamento. Os impactos são amplos, abrangendo a destruição de habitats, a redução de populações de espécies e até sua extinção. Por exemplo, furacões intensos não apenas destroem cidades, mas também alteram ecossistemas costeiros, causando o desaparecimento de manguezais e prejudicando espécies que dependem desses ambientes, como peixes e aves migratórias.
Os terremotos, por sua vez, além de colapsarem construções humanas, podem modificar a geografia local, causando mudanças no curso de rios ou mesmo formando lagos temporários. No Chile, o terremoto de Valdivia, em 1960, considerado o mais intenso já registrado, gerou uma tsunami que devastou comunidades costeiras e impactou significativamente o ecossistema marinho. Além disso, erupções vulcânicas, como a do Monte Tambora em 1815, podem alterar o clima global, reduzindo a temperatura e causando impactos na produção agrícola, o que afeta diretamente as populações humanas e outras espécies.
Os desastres naturais também influenciam os hábitos e padrões migratórios. Comunidades humanas muitas vezes precisam abandonar áreas afetadas, gerando fluxos migratórios que pressionam recursos de outras regiões. Isso também ocorre com animais. Secas severas em regiões como o semiárido brasileiro, por exemplo, forçam a fauna local a migrar em busca de água e alimento, muitas vezes entrando em conflito com atividades humanas, como a agropecuária.
As consequências sociais também são profundas. A destruição de infraestrutura e habitações gera impactos econômicos significativos, enquanto a interrupção de serviços básicos, como fornecimento de água potável, saneamento e saúde, pode levar a crises humanitárias e surtos de doenças. Além disso, os desastres naturais acentuam as desigualdades, pois populações mais vulneráveis têm menos recursos para se recuperar e adaptar às mudanças no ambiente.
A análise dos impactos das catástrofes naturais revela como elas interferem não apenas nos ecossistemas, mas também nas relações sociais e econômicas das comunidades humanas. Apesar de serem eventos inevitáveis, é possível minimizar os impactos das catástrofes naturais por meio de planejamento e estratégias de mitigação, que são ações planejadas para reduzir ou minimizar os impactos de eventos adversos.
QUESTÃO 1
Estude atentamente a imagem a seguir:
A) Por que os desastres naturais acentuam desigualdades sociais?
B) Que políticas públicas poderiam ser implementadas para reduzir as desigualdades no acesso a recursos em situações de catástrofes?
C) Uma cidade construída em área de risco sofre com deslizamentos de terra após chuvas intensas. Como o planejamento urbano poderia mitigar os danos e proteger a população?
QUESTÃO 2
Terremotos, como o de Valdivia, no Chile, podem apresentar como principal impacto o/a
(A) destruição de reservas florestais na América do Sul.
(B) surgimento de novas cadeias montanhosas e vales.
(c) formação de tsunamis, impactando o ecossistema marinho.
(d) redução da população de aves migratórias no Pacífico.
QUESTÃO 3
Após a perturbação de um manguezal pela ocorrência de um furacão, a consequência mais provável para essa seria a/o
(A) melhoria na biodiversidade marinha.
(B) aumento na produção de peixes migratórios.
(C) expansão do turismo ecológico local.
(D) a perda de indivíduos dependentes dele.
QUESTÃO 4
A construção de grandes empreendimentos pode provocar impactos ambientais significativos. Como forma de evitar tais questões, são realizados estudos antes, durante e depois para que sejam verificados os potenciais desafios, assim como formas de reduzir os danos: as medidas mitigadoras. Veja abaixo as medidas que foram tomadas para a conservação de uma espécie:
A rã Physalaemus soaresi é uma espécie endêmica da Floresta Nacional Mário Xavier, em Seropédica (RJ), e está ameaçada de extinção. Com apenas dois centímetros de tamanho, ela depende de banhados para sua reprodução, especialmente durante os períodos chuvosos entre outubro e fevereiro. A construção do Arco Metropolitano, uma rodovia que passa próximo ao hábitat da rã, inicialmente previa o aterramento do banhado, o que colocaria a espécie em risco.
Diante desse cenário, foram implementadas medidas de engenharia ambiental para proteção da espécie. Um viaduto foi construído sobre o banhado, com um vão extenso para garantir ventilação e iluminação natural. Outras ações incluíram a criação de cinco zoopassagens, a alteração do traçado das alças de acesso para evitar interferências no habitat, a suspensão de obras durante o período reprodutivo, o isolamento da área com tapumes e o monitoramento diário da ocorrência da rã.
Essas medidas se mostraram eficazes, garantindo a manutenção do habitat e promovendo o sucesso reprodutivo. A conservação da Physalaemus soaresi mostra como é possível conciliar desenvolvimento econômico com a biodiversidade.
Fonte: BRITO, Julia. Rãs em extinção procriam em trecho do Arco Metropolitano, em Seropédica. Notibras. Disponível em <https://www.notibras.com/site/ras-em-extincao-procriam-em-trecho-do-arco-metropolitano-em-seropedica/>. Acesso em 02/12/2024.
A) Na sua opinião, a decisão em relação ao empreendimento foi acertada? Justifique sua resposta.
B) Explique a importância dos estudos ambientais e o porquê da importância de se empreender esforços para a conservação de uma espécie.
QUESTÃO 5
Após a perturbação de um manguezal pela ocorrência de um furacão, a consequência mais provável para essa seria a/o
(A) melhoria na biodiversidade marinha.
(B) aumento na produção de peixes migratórios.
(C) expansão do turismo ecológico local.
(D) a perda de indivíduos dependentes dele.
QUESTÃO 6
Se uma seca severa atingir o semiárido brasileiro, o impacto mais provável na fauna local seria a/o
(A) diminuição de conflitos entre a fauna e a agropecuária.
(B) migração dos animais em busca de água e alimento.
(C) aumento da biodiversidade na região e localidades próximas.
(d) expansão de áreas florestais pela escassez de água.
QUESTÃO 7
O fator humano que contribui para aumentar a frequência e os impactos de catástrofes naturais é o
(A) desmatamento e ocupação de áreas de risco.
(B) reflorestamento em áreas costeiras da região.
(C) aumento da biodiversidade em regiões urbanas.
(D) construção de infraestrutura mais adequada.
QUESTÃO 8
As principais ameaças ao Cerrado incluem
(A) a expansão agrícola, desmatamento, queimadas provocadas e uso excessivo de agrotóxicos.
(B) incêndios naturais, aumento da biodiversidade e reflorestamento de áreas degradadas.
(C) o aumento da temperatura global e de espécies nativas e construção de áreas de conservação.
(D) redução de recursos hídricos naturais, aumento de chuvas e diminuição de áreas de pastagem.
SAIBA MAIS
Como se deu a extinção dos dinossauros: foi de forma gradual, catastrófica, ou cabem ambas as explicações? Confira no vídeo a seguir, da professora Mariana Araguaia!
Autoria | Prof.ª M.ª Mariana Araguaia |
Formação | Ciências Biológicas |
Componente Curricular | Ciências da Natureza |
Habilidade | (EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam de suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração. |
Referências | 123 Ecos Redação. Prevenção e mitigação de desastres naturais. Disponível em <https://www.scielo.br/j/asoc/a/b8D9BKhQXYsKhR3X7Lnsxfm>. Acesso em 02/12/2024. BRASIL. Estratégia de Gestão de Risco de Desastres. Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima. Disponível em <https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/mudanca-do-clima/clima/arquivos/pna_estrategia_de_gestao_de_risco_de_desastres.pdf>. Acesso em 02/12/2024. ______. Estratégias nacionais e locais para redução do risco de desastres são tema de dia internacional. Nações Unidas Brasil. Disponível em <https://brasil.un.org/pt-br/95681-estrat%C3%A9gias-nacionais-e-locais-para-redu%C3%A7%C3%A3o-do-risco-de-desastres-s%C3%A3o-tema-de-dia>. Acesso em 02/12/2024. CARNEVALLE, M. R. Araribá mais Ciências: 7º ano: ensino fundamental: anos finais. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2018. 272 p. GOIÁS. Documento Curricular para Goiás – Ampliado. Volume III Ensino Fundamental Anos Finais. Disponível em <https://sme.goiania.go.gov.br/site/index.php/institucional/documentos-oficiais-2/category/27-documentos-gerais>. Acesso em fev. 2022. ______. Documento Curricular para Goiás – Ampliado – Cortes Temporais. CONSED; UNDIME, 2019. p. 143. Disponível em: <sme.goiania.go.gov.br/site/index.php/institucional/documentos-oficiais-2>. Acesso em 31/08/2023. HIRANAKA. R. A. B.; HORTENCIO, T. M. A. Inspire Ciências: 7º ano: ensino fundamental: anos finais. 1. ed. São Paulo: FTD, 2018. 256 p. INSTITUTO Nacional de Meteorologia. Danos sociais e econômicos decorrentes dedesastres naturais em consequência defenômenos meteorológicos no Brasil: 2010 – 2019. Disponível em <https://portal.inmet.gov.br/uploads/publicacoesDigitais/impactos-clima-2010-2019.pdf>. Acesso em 02/12/2024. MATA-LIMA, Herlander; ALVINO-BORBA, Andreilcy; PINHEIRO, Adilson; MATA-LIMA, Abel. Impactos dos desastres naturais nos sistemas ambiental e socioeconômico: o que faz a diferença? Ambiente & Sociedade. Disponível em <https://www.scielo.br/j/asoc/a/b8D9BKhQXYsKhR3X7Lnsxfm>. Acesso em 02/12/2024. |