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O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP, causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Inicialmente, a mineradora havia afirmado que duas barragens haviam se rompido, de Fundão e Santarém. No dia 16 de novembro, a Samarco confirmou que apenas a barragem de Fundão se rompeu. Local: Distrito de Bento Rodrigues, Município de Mariana, Minas Gerais. Foto: Rogério Alves/TV Senado

Ciências da Natureza – Riscos às populações

Esta proposta de atividade de Ciências da Natureza é destinada aos estudantes do 7º ano dos anos finais do Ensino Fundamental


Imagem 1. SENADO Federal. Bento Rodrigues, Mariana, Minas Gerais. Wikimedia Commons. Disponível em <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bento_Rodrigues,_Mariana,_Minas_Gerais_%2822526418164%29.jpg>. Acesso em 02/12/2024.

RISCOS ÀS POPULAÇÕES

Indivíduos de uma mesma espécie, ou de espécies diferentes, interagem entre si e com o ambiente onde vivem, estabelecendo um “equilíbrio” nas taxas de mortalidade e natalidade. Entretanto, perturbações ambientais e catástrofes naturais podem comprometer essa dinâmica, causando impactos significativos nos ecossistemas e na vida humana. Fenômenos como terremotos, tsunamis, furacões e erupções vulcânicas, embora sejam processos naturais do planeta, frequentemente resultam em graves consequências socioambientais.

As catástrofes naturais ocorrem por fatores diversos, desde movimentos tectônicos e variações climáticas extremas até comprometimentos ecológicos causados pela ação humana, como o desmatamento. Os impactos são amplos, abrangendo a destruição de habitats, a redução de populações de espécies e até sua extinção. Por exemplo, furacões intensos não apenas destroem cidades, mas também alteram ecossistemas costeiros, causando o desaparecimento de manguezais e prejudicando espécies que dependem desses ambientes, como peixes e aves migratórias.

Os terremotos, por sua vez, além de colapsarem construções humanas, podem modificar a geografia local, causando mudanças no curso de rios ou mesmo formando lagos temporários. No Chile, o terremoto de Valdivia, em 1960, considerado o mais intenso já registrado, gerou uma tsunami que devastou comunidades costeiras e impactou significativamente o ecossistema marinho. Além disso, erupções vulcânicas, como a do Monte Tambora em 1815, podem alterar o clima global, reduzindo a temperatura e causando impactos na produção agrícola, o que afeta diretamente as populações humanas e outras espécies.

Os desastres naturais também influenciam os hábitos e padrões migratórios. Comunidades humanas muitas vezes precisam abandonar áreas afetadas, gerando fluxos migratórios que pressionam recursos de outras regiões. Isso também ocorre com animais. Secas severas em regiões como o semiárido brasileiro, por exemplo, forçam a fauna local a migrar em busca de água e alimento, muitas vezes entrando em conflito com atividades humanas, como a agropecuária.

As consequências sociais também são profundas. A destruição de infraestrutura e habitações gera impactos econômicos significativos, enquanto a interrupção de serviços básicos, como fornecimento de água potável, saneamento e saúde, pode levar a crises humanitárias e surtos de doenças. Além disso, os desastres naturais acentuam as desigualdades, pois populações mais vulneráveis têm menos recursos para se recuperar e adaptar às mudanças no ambiente.

A análise dos impactos das catástrofes naturais revela como elas interferem não apenas nos ecossistemas, mas também nas relações sociais e econômicas das comunidades humanas. Apesar de serem eventos inevitáveis, é possível minimizar os impactos das catástrofes naturais por meio de planejamento e estratégias de mitigação, que são ações planejadas para reduzir ou minimizar os impactos de eventos adversos.

QUESTÃO 1

Estude atentamente a imagem a seguir:

Imagem 2. ARAGUAIA, Mariana. Catástrofe. Canva. Criado em 02/12/2024.

A) Por que os desastres naturais acentuam desigualdades sociais?

B) Que políticas públicas poderiam ser implementadas para reduzir as desigualdades no acesso a recursos em situações de catástrofes?

C) Uma cidade construída em área de risco sofre com deslizamentos de terra após chuvas intensas. Como o planejamento urbano poderia mitigar os danos e proteger a população?

QUESTÃO 2

Terremotos, como o de Valdivia, no Chile, podem apresentar como principal impacto o/a

(A) destruição de reservas florestais na América do Sul.
(B) surgimento de novas cadeias montanhosas e vales.
(c) formação de tsunamis, impactando o ecossistema marinho.
(d) redução da população de aves migratórias no Pacífico.

QUESTÃO 3

Após a perturbação de um manguezal pela ocorrência de um furacão, a consequência mais provável para essa seria a/o

(A) melhoria na biodiversidade marinha.
(B) aumento na produção de peixes migratórios.
(C) expansão do turismo ecológico local.
(D) a perda de indivíduos dependentes dele.

QUESTÃO 4

A construção de grandes empreendimentos pode provocar impactos ambientais significativos. Como forma de evitar tais questões, são realizados estudos antes, durante e depois para que sejam verificados os potenciais desafios, assim como formas de reduzir os danos: as medidas mitigadoras. Veja abaixo as medidas que foram tomadas para a conservação de uma espécie:

A rã Physalaemus soaresi é uma espécie endêmica da Floresta Nacional Mário Xavier, em Seropédica (RJ), e está ameaçada de extinção. Com apenas dois centímetros de tamanho, ela depende de banhados para sua reprodução, especialmente durante os períodos chuvosos entre outubro e fevereiro. A construção do Arco Metropolitano, uma rodovia que passa próximo ao hábitat da rã, inicialmente previa o aterramento do banhado, o que colocaria a espécie em risco.

Diante desse cenário, foram implementadas medidas de engenharia ambiental para proteção da espécie. Um viaduto foi construído sobre o banhado, com um vão extenso para garantir ventilação e iluminação natural. Outras ações incluíram a criação de cinco zoopassagens, a alteração do traçado das alças de acesso para evitar interferências no habitat, a suspensão de obras durante o período reprodutivo, o isolamento da área com tapumes e o monitoramento diário da ocorrência da rã.

Essas medidas se mostraram eficazes, garantindo a manutenção do habitat e promovendo o sucesso reprodutivo. A conservação da Physalaemus soaresi mostra como é possível conciliar desenvolvimento econômico com a biodiversidade.

Fonte: BRITO, Julia. Rãs em extinção procriam em trecho do Arco Metropolitano, em Seropédica. Notibras. Disponível em <https://www.notibras.com/site/ras-em-extincao-procriam-em-trecho-do-arco-metropolitano-em-seropedica/>. Acesso em 02/12/2024.

A) Na sua opinião, a decisão em relação ao empreendimento foi acertada? Justifique sua resposta.

B) Explique a importância dos estudos ambientais e o porquê da importância de se empreender esforços para a conservação de uma espécie.

QUESTÃO 5

Após a perturbação de um manguezal pela ocorrência de um furacão, a consequência mais provável para essa seria a/o

(A) melhoria na biodiversidade marinha.
(B) aumento na produção de peixes migratórios.
(C) expansão do turismo ecológico local.
(D) a perda de indivíduos dependentes dele.

QUESTÃO 6

Se uma seca severa atingir o semiárido brasileiro, o impacto mais provável na fauna local seria a/o

(A) diminuição de conflitos entre a fauna e a agropecuária.
(B) migração dos animais em busca de água e alimento.
(C) aumento da biodiversidade na região e localidades próximas.
(d) expansão de áreas florestais pela escassez de água.

QUESTÃO 7

O fator humano que contribui para aumentar a frequência e os impactos de catástrofes naturais é o

(A) desmatamento e ocupação de áreas de risco.
(B) reflorestamento em áreas costeiras da região.
(C) aumento da biodiversidade em regiões urbanas.
(D) construção de infraestrutura mais adequada.

QUESTÃO 8

As principais ameaças ao Cerrado incluem

(A) a expansão agrícola, desmatamento, queimadas provocadas e uso excessivo de agrotóxicos.
(B) incêndios naturais, aumento da biodiversidade e reflorestamento de áreas degradadas.
(C) o aumento da temperatura global e de espécies nativas e construção de áreas de conservação.
(D) redução de recursos hídricos naturais, aumento de chuvas e diminuição de áreas de pastagem.


SAIBA MAIS

Como se deu a extinção dos dinossauros: foi de forma gradual, catastrófica, ou cabem ambas as explicações? Confira no vídeo a seguir, da professora Mariana Araguaia!

Canal Mariana Araguaia. “A extinção dos dinossauros”. Disponível em https://youtu.be/tyK4-Qp8trc. Acesso em set. 2022.

AutoriaProf.ª M.ª Mariana Araguaia
FormaçãoCiências Biológicas
Componente CurricularCiências da Natureza
Habilidade(EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam de suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração.
Referências123 Ecos Redação. Prevenção e mitigação de desastres naturais. Disponível em <https://www.scielo.br/j/asoc/a/b8D9BKhQXYsKhR3X7Lnsxfm>. Acesso em 02/12/2024.

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CARNEVALLE, M. R. Araribá mais Ciências: 7º ano: ensino fundamental: anos finais. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2018. 272 p.

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HIRANAKA. R. A. B.; HORTENCIO, T. M. A. Inspire Ciências: 7º ano: ensino fundamental: anos finais. 1. ed. São Paulo: FTD, 2018. 256 p.

INSTITUTO Nacional de Meteorologia. Danos sociais e econômicos decorrentes dedesastres naturais em consequência defenômenos meteorológicos no Brasil: 2010 – 2019. Disponível em <https://portal.inmet.gov.br/uploads/publicacoesDigitais/impactos-clima-2010-2019.pdf>. Acesso em 02/12/2024.

MATA-LIMA, Herlander; ALVINO-BORBA, Andreilcy; PINHEIRO, Adilson; MATA-LIMA, Abel. Impactos dos desastres naturais nos sistemas ambiental e socioeconômico: o que faz a diferença? Ambiente & Sociedade.  Disponível em <https://www.scielo.br/j/asoc/a/b8D9BKhQXYsKhR3X7Lnsxfm>. Acesso em 02/12/2024.