Esta proposta de atividade de ARTE/ARTES VISUAIS é destinada aos estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental.

Imagem do Canva
Para que serve um Museu?
Quando pensamos em museu, muitas vezes imaginamos um prédio silencioso, cheio de quadros pendurados. Mas o museu é, na verdade, um lugar vivo. Nele, as pessoas vão para aprender, observar, refletir e se emocionar com histórias contadas por imagens, objetos e sons. É também um espaço de encontro com a nossa própria cultura, com o passado e com ideias para o futuro.
Os museus de arte guardam obras que foram criadas por diferentes artistas, em diferentes tempos e lugares. Pinturas, esculturas, instalações, fotografias e até vídeos fazem parte desses acervos.
Disponível em https://www.flickr.com/photos/lucasdelaqua/39993917072/ Acesso em 13, maio de 2025.
Ao visitar um museu, aprendemos a olhar para as imagens com mais atenção. Isso nos ajuda a desenvolver um repertório visual mais amplo, além de estimular o pensamento crítico e sensível, afinal, cada obra tem algo a dizer e cada pessoa pode ver algo diferente nela.
MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
O MASP é um dos museus de arte mais importantes da América Latina. Ele fica na Avenida Paulista, em São Paulo, e chama atenção pelo prédio com colunas vermelhas e um grande vão livre embaixo, uma arquitetura moderna assinada por Lina Bo Bardi.
Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:MASP_2017_001.jpg Acesso em 132, maio de 2025.
Mas não é só o prédio que impressiona. O MASP tem um acervo com mais de 10 mil obras de arte. Lá, é possível ver pinturas de artistas famosos como Van Gogh, Portinari, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e muitos outros.
Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:MASP_SP_Obras.jpg Acesso em 13, maio de 2025.
Entre tantas obras, uma chama a atenção por sua força e silêncio, “Retirantes”, pintada por Cândido Portinari em 1944.
O que podemos observar na obra “Retirantes”?
Fonte: AMORIM, ANDREIA DOS SANTOS MARQUES. DE RETIRANTES, DE PORTINARI, À VIDAS SECAS, DE.
Ao observar essa pintura, encontramos nove pessoas: homens, mulheres e crianças com rostos sérios, corpos magros, roupas rasgadas e pés descalços. Estão parados em um chão seco, junto a alguns urubus. O cenário é árido, sem árvores, sem água, sem vida.
Essas pessoas são retirantes, um nome dado àqueles que deixam sua terra por causa da seca, da fome e da pobreza. Geralmente, são famílias que vivem no sertão do Nordeste e caminham por longas distâncias em busca de sobrevivência em outros lugares.
Portinari, que nasceu em uma fazenda de café no interior do Brasil, conhecia essa realidade de perto. Por isso, escolheu retratar o povo brasileiro em sua arte: trabalhadores rurais, crianças brincando em ruas de terra, festas populares, guerras, fomes, esperanças.
Disponível em https://www.flickr.com/photos/armazemmemoria/18203973229/ Acesso em 13, maio de 2025.
“Retirantes” não é uma imagem para decorar. É uma imagem que denuncia, que comove, que faz pensar. Ela nos obriga a olhar para o sofrimento que muitas vezes é ignorado ou esquecido. Ao visitar essa obra no MASP, o público é convidado não apenas a ver, mas a sentir e refletir.
O que a arte pode nos ensinar sobre a vida?
Obras como “Retirantes” ampliam nosso repertório estético e nos ajudam a perceber que a arte está diretamente ligada à vida real. Ela pode mostrar dores, alegrias, tradições, lutas e conquistas. Além de Portinari, muitos outros artistas também usaram sua arte para falar sobre o povo brasileiro e suas condições de vida.
Curiosidades
No MASP, as obras não ficam presas à parede. Elas são expostas em cavaletes de vidro, o que permite que os visitantes caminhem ao redor das pinturas, vendo todos os detalhes de perto, como se estivessem conversando com elas.
Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Acervo_MASP_(22).jpg Acervo em 123, maio de 2025.
Além disso, o museu tem ações educativas, visitas guiadas, oficinas para estudantes e exposições temporárias que tratam de temas atuais e urgentes, como racismo, desigualdade social e a valorização das culturas indígenas e afro-brasileiras.
Por que visitar museus e centros culturais?
Frequentar espaços como museus, centros culturais, galerias, fundações e até ateliês de artistas é uma forma de se aproximar da arte e entender como ela dialoga com a nossa vida. Esses lugares não são feitos apenas para especialistas, mas para todas as pessoas, independentemente da idade ou classe social.
Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Exposi%C3%A7%C3%A3o_%22Brasil_Aflora_a_arte_da_ilustra%C3%A7%C3%A3o_bot%C3%A2nica%22_(54440788107).jpg Acesso em 13, maio de 2025.
Nos museus, aprendemos a olhar com atenção e curiosidade, a fazer perguntas, a refletir sobre a arte e a cultura, a conectar o que vemos com o que sentimos. É uma oportunidade de pertencimento cultural, entendendo que aquela história retratada ali também fala sobre nós, sobre o Brasil, sobre o mundo.
Quer conhecer mais sobre o MASP?
Acesse o link https://l1nk.dev/8MFG1
ASSISTA AO VÍDEO SOBRE “PARA QUE SERVE UM MUSEU?“
RESPONDA AS QUESTÕES
QUESTÃO 1
O museu é um lugar vivo. A visita a museus é importante porque
(A) permite apenas a contemplação estética de objetos e pinturas decorativas.
(B) oferece um espaço silencioso e exclusivo para artistas amadores que querem ficar famosos.
(C) nos conecta com a história, amplia nosso olhar crítico e nos ajuda a refletir sobre a realidade.
(D) mostra apenas o passado da arte, sem relação com os problemas do presente e do futuro.
QUESTÃO 2
A obra “Retirantes”, de Cândido Portinari, está exposta no MASP e pode ser compreendida como
(A) um retrato decorativo de uma paisagem brasileira sem maior profundidade.
(B) uma denúncia social que nos convida a refletir sobre a pobreza e o sofrimento do povo.
(C) uma representação genérica de pessoas do campo sem contexto específico.
(D) uma imagem alegre que celebra a cultura popular nordestina em tempos de festa.
QUESTÃO 3
O que a obra “Retirantes”, de Cândido Portinari, desperta em você ao observar os rostos, os corpos e o cenário representado?
QUESTÃO 4
Por que visitar museus como o MASP pode ajudar a desenvolver um olhar mais crítico e sensível sobre a realidade em que vivemos?
Autoria | Veruska Bettiol |
Formação | Artes Visuais |
Componente Curricular | Arte/Artes Visuais |
Objetos de conhecimento/Conteúdos | Sistemas (Espaços e Atuações) da Linguagem: Sistema das artes visuais |
Habilidade | (GO-EF06AR07-A) Reconhecer, explorar e habituar-se a frequentar espaços do sistema das artes visuais, tais como: museus, espaços culturais, centros culturais, fundações, ateliês de artistas e artesãos. Desenvolver o sentido de pertencimento a uma cultura, aprender de forma significativa as relações entre o sujeito e as experiências em artes visuais, assim como ampliar o repertório imagético, estético, o pensamento investigativo, crítico e sensível. |
Referências | BARBOSA, Andréa Claudia M. Marques. MASP: um museu e seu público. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1994. BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação em um museu de arte. Revista da USP, v. 2, p. 125-132, jun./jul.ago. 1989. MILANESI, Luis Augusto. Centro de cultura: forma e função. São Paulo: Hucitec, 1990. |