Esta proposta de atividade de Arte/Artes Visuais é destinada aos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental.

Desenho em Movimento
A linha, o corpo e o espaço como formas de expressão
O desenho não precisa acontecer apenas sentado à mesa, com lápis e papel em mãos. Ele pode nascer de um gesto largo do braço, de um movimento com o corpo inteiro, de um deslocamento no espaço. Desenhar é também um modo de pensar, sentir e transformar o que nos cerca.

Recorte do vídeo disponível no Youtube https://www.youtube.com/watch?v=TfZx4v0TTfw Acesso em 06, jun. 2025.
Quando o corpo entra em cena, o desenho ganha vida. A linha se torna movimento. O espaço se transforma em superfície de criação. Nessa perspectiva, o desenho em movimento nos convida a enxergar a arte como uma forma de estar no mundo: sensível, ativa e conectada aos outros.

Recorte do vídeo disponível no Youtube https://www.youtube.com/watch?v=xlJ0S0_pPcM Acesso em 06, jun. 2025.
Dois artistas nos ajudam a ampliar esse olhar: Keith Haring, com seus traços energéticos e figuras em ação, e o coletivo Segni Mossi, que transforma movimento corporal em linhas que atravessam o espaço.
Keith Haring: o traço que se movimenta
Ao observar os desenhos de Keith Haring, é possível perceber como suas linhas parecem não parar. Elas contornam pessoas dançando, pulando, girando, como se o movimento estivesse acontecendo ali, diante dos nossos olhos.

Disponível em https://l1nq.com/ftOYQ Acesso em 06, jun. 2025.
Haring desenhava direto nos muros, nas estações de metrô, nos espaços públicos da cidade.
Ele não buscava representar pessoas com detalhes realistas, mas sim captar o gesto, o ritmo, a ação. Seus traços eram simples, repetidos e contínuos, quase como uma coreografia desenhada.

Disponível em https://www.flickr.com/photos/wallyg/3069924664 Acesso em 06, jun. 2025.
O que o corpo está fazendo em cada uma das figuras de Haring?
O que muda quando ele desenha em grandes paredes e não em folhas pequenas?
Como seria caminhar ao lado de um desenho dele?
Como o lugar onde ele desenhava fazia parte da obra?
Segni Mossi: o corpo que desenha
Segni Mossi é um grupo que une desenho, dança e educação. Em suas criações, o corpo não é apenas o que segura o lápis: ele é o próprio instrumento de desenho. Os artistas se movem pelo chão, levantam os braços, giram, e deixam rastros com pincéis, cordas, giz ou tinta.
O importante aqui não é o “resultado bonito”, mas o que se descobre enquanto o corpo se move e cria.

Recorte do vídeo disponível no Youtube https://www.youtube.com/watch?v=-3JValwlibI Acesso em 06, jun. 2025.
Nas obras do Segni Mossi, vemos linhas que se cruzam, se expandem, se sobrepõem. Elas mostram que desenhar também é ouvir o próprio corpo, perceber o tempo, o espaço e quem está por perto. É uma construção coletiva que não depende apenas das mãos, mas de todo o ser.

Recorte do vídeo disponível no Youtube https://www.youtube.com/watch?v=nJxyyPUrnSY Acesso em 06, jun. 2025.
Como o corpo pode produzir linhas diferentes?
O que sentimos quando desenhamos com todo o corpo?
Qual a diferença entre desenhar sozinho e junto com outras pessoas?
Como o movimento vira imagem?
Tanto Keith Haring quanto o Segni Mossi nos ajudam a repensar o que é o desenho. Eles nos mostram que desenhar não é apenas fazer formas no papel, mas registrar ações, pensamentos, sentimentos e relações.
E você, como você desenharia com o corpo? Que espaços da sua escola ou do seu bairro poderiam virar lugar de criação?
Assista ao vídeo sobre Desenho em Movimento
RESPONDA AS QUESTÕES
QUESTÃO 1
Quando usamos o corpo para desenhar, o desenho parece ganhar vida porque
(A) a gente precisa copiar tudo bem certinho e do tamanho do papel.
(B) o desenho fica mais bonito se for feito sentado, usando lápis e tinta.
(C) o corpo ajuda a segurar o lápis e os movimentos não interessam.
(D) o movimento do corpo vira linha e transforma o espaço em arte.
QUESTÃO 2
Nos trabalhos do grupo Segni Mossi, o corpo não segura só o lápis, ele também
(A) serve de modelo para o desenho.
(B) faz os desenhos com movimentos e brincadeiras no espaço.
(C) fica parado enquanto o desenho acontece.
(D) apenas ajuda a carregar os materiais.
QUESTÃO 3
Você é o desenho!
Agora é hora de colocar o corpo em ação. Você vai criar um desenho diferente: usando o seu corpo como ferramenta. Leia com atenção as etapas a seguir.
- Encontre um espaço livre na sua casa, sala ou quintal.
- Pegue um giz, uma fita colorida, um barbante ou uma folha grande.
- Coloque uma música gostosa para tocar (pode ser só na sua cabeça também).
- Agora movimente-se!
Você pode: caminhar em círculos, girar com os braços abertos, deixar rastros no chão com um giz ou fita, fingir que seus pés estão desenhando no ar.
Dica: Você não precisa fazer um desenho “bonito”. Faça um desenho com sentimento e movimento!
QUESTÃO 4
Depois da sua experiência, pense sobre essas perguntas e compartilhe com os colegas, contando suas respostas:
- Como foi desenhar com o corpo?
- O que você sentiu?
- Você achou divertido, diferente, difícil?
- Se pudesse, em que lugar da escola ou da cidade você faria um desenho com o corpo?
Pode registrar em fotos os desenhos ou as experiências e montar um painel coletivo.
Autoria | Veruska Bettiol |
Formação | Artes Visuais |
Componente Curricular | Arte/Artes Visuais |
Objetos de conhecimento/Conteúdos | Processos de Criação: Criação e ressignificação em artes visuais |
Habilidade | (GO-EF03AR05) Experimentar o processo de criação e ressignificação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da instituição escolar e da comunidade. |
Referências | ALBANO, Ana Angélica. Histórias de Iniciação na Arte. In: ORMEZZANO, Graciela (org.) Educação Estética: abordagens e perspectivas. In: Em Aberto/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Brasília: v. 21, n. 77. 2007. CAMARGO, Daiana. O brincar corporal na educação infantil: reflexões sobre o educador, sua ação e formação. Curitiba: Intersaberes, 2014. DERDYK, E. Linha do horizonte: por uma poética do ato criador. São Paulo: Escuta, 2001. |