Esta proposta de atividade de ARTE/ARTES VISUAIS é destinada aos estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental.
Disponível em: https://www.flickr.com/photos/naivepaintings/31210327104/in/photostream/
Acesso em 19, set. 2022.
A expressão “Naïf” vem do francês e significa “ingênuo”. Arte Naïf é então conhecida como arte primitiva moderna ou arte ingênua. É um estilo artístico caracterizado por sua simplicidade, cores, espontaneidade, no qual artistas autodidatas ou espontâneos, desenvolvem processos que não seguem as regras tradicionais de representação de imagens, além de também não estarem inseridos em ambientes acadêmicos e oficiais da arte.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
A presença marcante das experiências individuais dos artistas brasileiros da Arte Naïf em suas obras é notável, influenciada pelo convívio com seu ambiente e pela riqueza cultural. Essa interação se reflete no estilo, incorporando elementos da tradição popular e do folclore. Além disso, prevaleceu a inclinação por temas alegres e populares, que retratam celebrações e eventos coletivos, além de abordar a fauna e a flora. Tais escolhas reforçam a ênfase nos componentes culturais que moldam a relação do artista com o mundo ao seu redor.
As criações no estilo Naïf exibem uma notável dose de criatividade, caracterizadas por uma abordagem narrativa e figurativa. Nelas, é possível identificar um detalhamento minucioso de uma variedade de figuras e cenários. Além disso, a bidimensionalidade e a composição plana são evidentes, complementadas por traços desprovidos de perspectivas, enquanto cores contrastantes desempenham um papel proeminente.
No entanto, essa expressão criativa influenciou e também recebeu influências das correntes mais eruditas. Isso possibilitou à arte contemporânea explorar novas modalidades de expressão. Isso ocorreu porque diversos pintores com uma formação acadêmica sólida incorporaram elementos da Arte Naïf em suas criações.
ARTISTAS NAÏF
Henri Rousseau
Nascido em 1844 na França, permanece como um dos artistas Naïf mais proeminentes e de maior influência na história da arte. Suas obras eram frequentemente janelas para mundos exóticos e selvagens, onde selvas exuberantes e criaturas animadas ganhavam vida sob seus pincéis. O que o distinguia era sua característica técnica, onde planos cuidadosamente pincelados se misturavam com cores vibrantes, criando uma harmonia única em cada tela.
Uma particularidade de Rousseau foi a ausência de qualquer formação acadêmica em arte, suas representações eram simultaneamente únicas e ingênuas. A falta de convenções artísticas tradicionais permitiu que suas obras se destacassem como pioneiras na Arte Naïf e contribuíram notavelmente para o movimento moderno.
Helena Vasconcelos
A artista Helena Vasconcelos, natural de Minas Gerais, há mais de quatro décadas enraizou-se em Goiânia e considera-se uma cidadã goiana. Seu amor pelas artes floresceu desde a infância, ao testemunhar sua mãe dando vida a panos de prato e toalhas de mesa com pinceladas criativas. Alimentada por sua inata curiosidade, aprendeu a criar tapetes e trabalhar com lãs, já que, em sua cidade natal, Uberaba-MG, trabalhar com as Artes Visuais não era acessível. Ao chegar à idade adulta, aventurou-se a pintar telas e participou de oficinas relacionadas ao campo artístico. Helena emergiu como uma artista autodidata.
Apesar de sua jornada na pintura de telas ter começado em 1998, apenas em 2004, com a conquista de seu primeiro prêmio – o Sesi Arte Criatividade – é que Helena abraçou de maneira definitiva uma carreira profissional como artista plástica. Sua dedicação a essa trajetória se traduz em sua atuação constante, mergulhando na cultura goiana e participando de exposições individuais e coletivas, salões e bienais de arte em todo o território brasileiro, levando consigo a representação da rica cultura goiana.
Helena Vasconcelos, formada em História, é dotada de uma atenção meticulosa aos detalhes e à narrativa, qualidade que se deve também à sua formação. Através de pinceladas carregadas de cores e minúcias, a artista extrai a essência, a alegria e a máxima beleza das Folias de Reis, Congadas, Festas do Divino, Cavalhadas e Procissões, bem como dos costumes e tradições do povo goiano. E foi justamente por essa liberdade de expressão autêntica que levou as suas obras serem consideradas no estilo Naïf.
A produção artística de Helena encontra sua expressão máxima na fragmentação visual, que se assemelha a uma colcha de retalhos. Seu processo criativo envolve a quadriculação da imagem nas telas, uma assinatura visual que permite que suas obras sejam facilmente reconhecíveis.
As raízes do trabalho de Helena inspiram-se em suas experiências e lembranças da infância em solo goiano. Movida por seu interesse pela cultura popular, a artista empreendeu inúmeras viagens às cidades do interior de Goiás, moldando suas telas com a confiança intrínseca às festas e eventos populares da região.
Dedicando-se também ao voluntariado no Hospital Alberto Rassi (HGG), Helena compartilha seu conhecimento através de oficinas gratuitas nas escolas. Ela acredita na popularização da arte, sendo iniciado nas mentes jovens, que reinterpretam seu trabalho e exploram as temáticas expressas em suas telas.
Esses são apenas alguns exemplos de artistas proeminentes na Arte Naïf, cada um com sua própria abordagem singular e características distintivas. A Arte Naïf continua a inspirar e encantar os espectadores em todo o mundo com sua confiança e simplicidade.
QUESTÃO 1
A expressão “Naïf” vem do francês e significa “ingênuo”. Arte Naïf é então conhecida como arte primitiva moderna ou arte ingênua. É um estilo artístico caracterizado por
(A) Uso de técnicas sofisticadas.
(B) Cores monótonas e orgânicas.
(C) Detalhamento minucioso de figuras e cenários.
(D) Uso de perspectivas elaboradas.
QUESTÃO 2
Helena Vasconcelos é uma artista plástica, dotada de uma atenção meticulosa aos detalhes e à narrativa. A artista extrai a essência, a alegria e a máxima beleza das Folias de Reis, Congadas, Festas do Divino, Cavalhadas e Procissões, bem como dos costumes e tradições do povo goiano. O que distingue as obras de Helena Vasconcelos e também contribui para a classificação delas no estilo Naïf?
(A) Técnicas acadêmicas convencionais.
(B) Ausência de cores contrastantes.
(C) Liberdade de expressão autêntica.
(D) Uso exclusivo de perspectivas elaboradas.
QUESTÃO 3
Como a interação dos artistas brasileiros da Arte Naïf com seu ambiente e cultura é refletida em suas obras?
QUESTÃO 4
Cite um artista Naïf e descreva suas principais características.
SAIBA MAIS – ARTE/ARTES VISUAIS – ARTE NAÏF
Autoria | Veruska Bettiol |
Formação | Artes Visuais |
Componente Curricular: | Arte/Artes Visuais |
Habilidade: | (GO-EF06AR01-A) Apontar, relacionar, compreender, explorar, representar e criar criticamente, formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, locais, regionais e nacionais, desenvolvendo a percepção, o olhar sensível, o imaginário, o pensamento crítico e investigativo, a capacidade de simbolizar, bem como valorizar o repertório imagético pessoal e do cotidiano. |
Referências: | ARAGON, BRODSKAIA, Nathalia. Arte naïf, Coleção Folha, volume 20, 2017. Itaú Cultural. Arte Naïf/Enciclopédia Itaú Cultural. Última atualização 20/05/2022. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo5357/arte-naif> Acesso em: 19 de set. 2022. |