Esta proposta de atividade de Língua Portuguesa é destinada aos estudantes do 6º Período da Educação de Jovens e Adultos – EJA.
O GÊNERO POÉTICO
O gênero poético é uma das três grandes categorias da literatura, ao lado do gênero narrativo (ou épico) e do gênero dramático. Ele se caracteriza principalmente pelo uso de versos, ritmo e métrica, além de uma linguagem conotativa e frequentemente subjetiva.
Ao longo dos séculos o gênero poético sofreu alterações e assumiu novas roupagens, mas sem perder a sutiliza a a sensibilidade e o lirismo. Conheça agora alguns gêneros poéticos que se consagraram na antiguidade e permanecem vivos como exemplo de beleza e nostalgia:
Soneto
Um soneto é um poema estruturado que contém 14 versos, divididos em dois quartetos e dois tercetos com um esquema regular de rimas. Exemplo:
“Soneto de Fidelidade” – Vinícius de Moraes
“De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto…”
Ode
Uma ode é um poema que celebra ou exalta uma pessoa, acontecimento, objeto ou emoção. Costuma ter um tom elevado e pode ser escrita de forma regular ou livre. Exemplo:
“Ode I – Luís Vaz de Camões”
“Detém um pouco, Musa, o largo pranto
Que Amor te abre do peito;
E vestida de rico e ledo manto”
Elegia
A elegia é um poema de lamento, geralmente relacionado à perda, à morte ou à reflexão melancólica. Na antiguidade, elegias tinham uma forma métrica específica. Exemplo:
“Elegia 1938 – Carlos Drummond de Andrade”
“Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.”
Épico
O poema épico é uma longa narrativa em verso, que relata feitos heroicos, aventuras e eventos mitológicos. Ele é caracterizado pelo tom grandioso e pelo enaltecimento dos feitos de heróis e deuses. Exemplo:
“Os Lusíadas” – Luís Vaz de Camões
“Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram…”
O gênero poético tem uma capacidade única de trazer graça e delicadeza através da forma como utiliza a linguagem, as emoções e as imagens. Afinal a poesia transcende a narrativa, pois trata-se de um caminho escrito com profundidade emocional, e enquanto arte a poesia convida o leitor a uma conexão íntima com a mais perfeita experiência humana: a palavra.
RESPONDA AS QUESTÕES
QUESTÃO 1
Explique como a musicalidade dos versos pode influenciar a interpretação e a apreciação de um poema. Use exemplos de figuras de linguagem ou estruturas poéticas que contribuem para esse efeito.
QUESTÃO 2
A poesia muitas vezes utiliza linguagem figurada e ambígua. Explique como o uso da ambiguidade pode enriquecer a interpretação de um poema. Cite um exemplo de poema que utilize a ambiguidade de maneira significativa.
QUESTÃO 3
O verso livre é uma forma poética que rompe com as regras tradicionais de métrica e rima. Qual é a importância do verso livre na poesia moderna? Cite um poeta que tenha sido influente na popularização dessa forma.
QUESTÃO 4
O que diferencia o verso livre de outras formas poéticas
(A) seguir um padrão rigoroso de métrica e rima.
(B) não possuir métrica precisa ou rima fixa.
(C) conter obrigatoriamente rimas internas.
(D) apresentar com versos que têm semelhanças.
QUESTÃO 5
Em relação ao poema épico, é correto afirmar que
(A) se concentra em expressar emoções.
(B) narra feitos heroicos e eventos históricos.
(C) é caracterizada pelo uso do verso livre.
(D) se limita ao uso de temas religiosos.
Autoria: | Regina Cácia |
Formação: | Letras – Língua Portuguesa |
Componente Curricular: | Língua Portuguesa |
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento: | (EJALP0420) Identificar as características relacionadas à construção composicional de diferentes gêneros textuais/discursivos dos quatro campos de atuação, considerando a situação comunicativa |
Referências: | BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1979. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar; CLETO, Ciley. Interpretação de textos: construindo competências e habilidades em leitura: ensino médio. 2ª ed. São Paulo: Atual, 2012. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio século XXI Escolar: O minidicionário da língua portuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. |