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Língua Portuguesa – Corpo de delito – Cora Coralina

Esta proposta de atividade de Língua Portuguesa é destinada aos estudantes do 4º Período da Educação de Jovens e Adultos – EJA.


Fonte: Publicdomainvectors.org. Disponível em<https://publicdomainvectors.org/pt/vetorial-gratis/Olhos-azuis/83540.html>. Acesso em: 20 de junho de 2022.

CORPO DE DELITO – CORA CORALINA

Ana Lins Peixoto Bretas, ou como todos a conhecem, Cora Coralina é indiscutivelmente a maior voz poética de Goiás, no entanto é em seus casos e contos que a autora revela a singularidade e a força de nossa gente. Histórias de tempos antigos, povoados distantes, fazendas de gado, cidades de ruas estreitas, intrigas, traições, mortes e assombrações são elementos narrativos que compõem suas narrativas. O conto corpo de delito traz à tona um dos temas mais intrigantes que assolam a humanidade: a traição. O relato tem como início uma grande amizade de infância, que com o passar do tempo se desfez pela distância mas renasce com interesse comum: a ambição. O enredo coloca os dois amigos de infância próximos pela questão da escolaridade, o da cidade vivia com pai grande comerciante local, o da fazenda também vivia com seu pai na roça e na lida do gado e para não perder o estudo veio morar na cidade na casa do comerciante.    Anos se passaram e a amizade ganhou força entre o menino da cidade e o menino da roça, eram grandes companheiros. E por serem meninos viviam de brincadeiras e alguns pesados safanões e o menino da cidade sempre se destacava pela sua força e destreza. O período escolar terminou e cada qual seguiu seu destino, o menino da cidade assumiu seu lugar nos negócios do pai e o menino da roça retornou para fazenda e ficou ao lado de seu pai na lida do gado. O menino da roça era ambicioso e queria tirar da pecuária grande lucro e isso não era o propósito de seu pai, por esse razão ele se afastou de seu pai e foi conduzir um negócio próprio tocando comitivas e em suas idas e vindas acabou se encontrando com seu amigo de infância que agora era um próspero comerciante no lugar de seu pai, pois o mesmo morrera.    O reencontro dos amigos foi uma união proveitosa uma vez que o comerciante queria investir o dinheiro em outros ramos e sabendo das destrezas do amigo com o gado seguiu firme na empreitada de comprar gado e deixar aos cuidados do amigo que tão bem entendia do assunto. No entanto foi em suas pausas com a lida do gado que o nobre amigo boiadeiro se engraçou com a mulher do comerciante e as noites eram feitas de trabalho para o comerciante que ficava no venda e de grande prazer para o peão que acalentava a sua esposa as escondidas dentro do próprio lar.  O caso amoroso era de conhecimento de todos naquela pacata cidade exceto do marido que fingia não ver, até um belo dia regressar mais cedo para casa e surpreender a esposa aos beijos com seu amigo boiadeiro. Diante de tamanha afronta veio os safanões e a vantagem era do marido que depois de tanto surrar o peão arrancou as suas córneas, e não satisfeito entregou os órgãos ao delegado que deu ao fato ocorrido como corpo de delito, ou seja o mérito de um crime ao pobre marido traído. O desfecho da história aponta o fatídico ataque do marido traído, no entanto o que a narrativa menciona como corpo de delito não é um cadáver e sim os olhos de um homem que foram brutalmente arrancados da face como forma de moralização.

RESPONDA AS QUESTÕES

QUESTÃO 1

Atualmente a traição representa o término de uma confiança adquirida e seu fim é o rompimento do relacionamento. No entanto, ela ainda é vista como uma afronta, ou seja, uma vergonha. Comente com suas palavras o que a traição representa para você?

Fonte: Pixnio.com. Disponível em: <https://pixnio.com/pt/media/homem-marido-beijo-abraco-esconder>. Acesso em: 20 de junho de 2022.

QUESTÃO 2

Ao longo do resumo do conto “Corpo de delito” você deve ter observado que os personagens não receberam nomes próprios. Em sua opinião, por que os personagens não foram nomeados?

Fonte: Museum-digital.org Disponível em: <https://br.museum-digital.org/singleimage.php?imagenr=207>. Acesso em: 20 de junho de 2022.

QUESTÃO 3

A evidência do triângulo amoroso é o ápice da narrativa, trazendo um final surpreendente. O que a estória trata como corpo de delito?

(A) um defunto

(B) um olho

(C) um velório

(D) um funeral

QUESTÃO 4

Depois de um longo tempo de afastamento, o reencontro dos amigos foi uma união proveitosa uma vez que o comerciante queria investir o dinheiro em outros ramos e sabendo das destrezas do amigo com:

(A) o comércio

(B) a agricultura

(C) o gado

(D) os fornecedores


SAIBA MAIS

Com a intenção de abordar a narrativa goiana produzida por Cora Coralina, assista ao vídeo que menciona algumas curiosidades sobre o conto Corpo de delito.

CANAL REGINA CACIA “Corpo de delito – Cora Coralina”. Disponível: <https://www.youtube.com/watch?v=Xx7KyHZ99aw> Acesso em 20 jun 2022

Acesse os materiais referentes a essa atividade clicando aqui:
https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/propostas_didaticas/propostas-didaticas-lingua-portuguesa-eja-5a-serie/


Autoria:Regina Cácia
Formação:Letras – Língua Portuguesa
Componente Curricular:Língua Portuguesa


Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento:

(EJALP0414) Ler, reconhecer e apreciar textos literários, sobretudo aqueles relativos à literatura periférica e que valorizem as matrizes africanas e indígenas, além daqueles que já são socialmente reconhecidos e valorizados.
 
(EJALP0416) Compreender a importância da leitura de livros de literatura e de outras produções culturais que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura.   
Referencial teórico: DENÓFRIO, Darcy França. Retirando o véu de Ísis: contribuição às pesquisas sobre Cora Coralina. In: DENÓFRIO, Darcy França; CAMARGO, Goiandira Ortiz de (Orgs.). Cora Coralina: celebração da volta. Goiânia: Cânone Editorial, 2006.

ELIAS, Norbert. A solidão dos moribundos seguido de envelhecer e morrer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001. 

CORALINA, Cora. Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1965.