Esta proposta de atividade de Língua Portuguesa é destinada aos estudantes do 5º Período da Educação de Jovens e Adultos – EJA.
CANDOCA – CORA CORALINA
Cora Coralina é indiscutivelmente a maior voz poética de Goiás, no entanto é em seus casos e contos que a autora revela a singularidade e a força de nossa gente. Histórias de tempos antigos, povoados distantes, fazendas de gado, cidades de ruas estreitas, mortes e assombrações são elementos narrativos que compõem suas narrativas. A autora apresenta uma seleta coleção de contos que retratam histórias assombrosas, almas penadas, pessoas que morrem e retornam para contar um segredo ou mesmo apontar um tesouro escondido. Este é o caso de Candoca, protagonista de uma narrativa comovente que nos envolve por sua grande limitação: o analfabetismo.
Candoca é um homem muito simples, era manco, ruivo de olhos azuis e com muita dificuldade recebe o letramento de sua professora. O seu grande sonho era encontrar um dia o famoso enterro de ouro que pudesse melhorar a sua condição de vida. Trabalhava duro nos pastos, preparando a terra, fazendo buracos e ao mesmo tempo sonhando em encontrar o pote de ouro. Certo dia, ele encontra um achado: um moringão de ouro, decidiu guardar para abrir com seu grande amigo Sinzenando. No entanto, o pobre Candoca foi acometido de uma doença irreversível e veio a falecer. O tempo passou e a professora que havia visto o enterro de seu aluno e sentindo por sua morte prematura, inexplicavelmente dentro de sua casa recebe a visita de Candoca dizendo saber onde estava o pote de ouro. Assustada, a professora interrompeu a fala do morto afirmando: ” Vai pra bom lugar, Candoca. Não quero saber de ouro não…”
Narrado em terceira pessoa, o conto Candoca remete a tempos passados, em que os valores morais estavam presos à palavra de um homem e seu apreço social ligado a uma fortuna enterrada. No entanto é o destino o grande mentor dos fatos, pois a narrativa nos mostra diante da fatalidade vivida pelo protagonista que o nosso maior tesouro é de fato a vida, e a morte muitas vezes pode chegar antes da sorte.
RESPONDA AS QUESTÕES
QUESTÃO 1
Narrado em terceira pessoa, sob a ótica de um narrador que participa da história, mas não é identificado. Em sua opinião, levando em consideração toda a trajetória de Candoca, por que o narrador não foi apresentado?
QUESTÃO 2
Candoca é um homem simples de vida dura, mas com o coração cheio de esperança que gira em torno de uma crença. Que crença é essa? Ela se confirma ao longo da história?
QUESTÃO 3
O protagonista Candoca é acometido por uma doença que não tem cura e acaba falecendo. Após sua morte ocorre um fato sobrenatural, que fato é este? Quem presenciou este fato?
QUESTÃO 4
O personagem Candoca é um homem muito simples, era manco, ruivo de olhos azuis e com muita dificuldade recebe o letramento de sua professora que o próprio Candoca chamava de:
(A) Educadora
(B) Cuidadora
(C) Mestra
(D) Senhora
QUESTÃO 5
Narrado em terceira pessoa, o conto Candoca remete a tempos passados, em que os valores morais estavam presos:
(A) à religião
(B) à família
(C) ao governo
(D) à palavra
SAIBA MAIS
Com a intenção de abordar o conto Candoca de Cora Coralina, assista ao vídeo que menciona algumas curiosidades sobre esta narrativa goiana.
Acesse os materiais referentes a essa atividade clicando aqui: https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/propostas_didaticas/propostas-didaticas-lingua-portuguesa-eja-6a-serie/
Autoria: | Regina Cácia |
Formação: | Letras – Língua Portuguesa |
Componente Curricular: | Língua Portuguesa |
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento: | (EJALP0414) Ler, reconhecer e apreciar textos literários, sobretudo aqueles relativos à literatura periférica e que valorizem as matrizes africanas e indígenas, além daqueles que já são socialmente reconhecidos e valorizados |
Referencial teórico: | DENÓFRIO, Darcy França. Retirando o véu de Ísis: contribuição às pesquisas sobre Cora Coralina. In: DENÓFRIO, Darcy França; CAMARGO, Goiandira Ortiz de (Orgs.). Cora Coralina: celebração da volta. Goiânia: Cânone Editorial, 2006. ELIAS, Norbert. A solidão dos moribundos seguido de envelhecer e morrer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001. CORALINA, Cora. Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1965. |