Esta proposta de atividade de Língua Portuguesa é destinada aos estudantes do 5º Período da Educação de Jovens e Adultos – EJA.
AS METÁFORAS DA GUERRA, A ROSA DE HIROSHIMA.
A metáfora é uma figura de linguagem muito recorrente nos textos poéticos, seu objetivo é buscar sugestões, estabelecendo comparações diretas entre a realidade e o imaginário. Em 1930 com a segunda fase do Modernismo, a poesia brasileira entre em um período de grande amadurecimento das ideias, recorrendo a metáforas que abordam temas polêmicos e de grande razão social, como a guerra, as injustiças, a fome e o desemprego. Durante o ano de 1954, Vinicius de Moraes trabalhava como diplomata na França, extremamente preocupado com os problemas relacionados com a Segunda Guerra Mundial e o envio de bombas que destruiu as cidades de Hiroshima e Nagasaki. Como forma de protesto escreveu o notório poema: Rosa de Hiroshima.
Rosa de Hiroshima (Vinícius de Moraes)
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pesem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas só não se esqueçam
Da rosa de Hiroshima
Da rosa, da rosa
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e invalida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rose sem nada.
Lançada durante a Ditadura no Brasil, Rosa de Hiroshima em 1973 foi musicalizada na voz de Ney Matogrosso e tornou-se uma das canções mais executadas nas rádios brasileiras, suas metáforas ganharam novos sentidos com advento da censura e opressão do período. Sendo a rosa a metáfora de sofrimento, seja na ditadura ou na guerra.
RESPONDA AS QUESTÕES
QUESTÃO 1
O poema muitas vezes apresenta uma difícil interpretação, seja pelos seus significados ou por sua linguagem. Após a leitura de Rosa de Hiroshima, que sensações o poema provocou em você? Justifique com suas palavras.
QUESTÃO 2
De acordo com as datas do poema, seja do texto escrito por Vinicius de Moraes (1945), seja pela canção de Ney Matogrosso(1973). Faça um breve comentário explicando a metáfora expressa em “A rosa de Hiroshima”. Leve em consideração as datas históricas da Segunda Guerra Mundial e da Ditadura no Brasil.
QUESTÃO 3
A palavra rosa é repetida várias vezes ao longo do poema, com novos adjetivos, a rosa é classificada como: sem cor, sem perfume, hereditária, radioativa, estúpida e inválida. Em sua opinião estes adjetivos fazem de fato uma classificação para a rosa ou para o ser humano? Deixe suas considerações e reflita um pouco sobre os horrores provocados pela guerra.
QUESTÃO 4
No contexto do poema, em face do tamanho sofrimento ocasionado pelo impacto da bomba, a rosa simboliza:
(A) A força e resistência do povo de Hiroshima.
(B) A efemeridade e fragilidade da vida.
(D) A destruição causada pela bomba atômica.
(D) A indiferença da natureza em relação às ações humanas.
QUESTÃO 5
O que o poema “Rosa de Hiroshima” critica explicitamente?
(A) A natureza das rosas.
(B) O governo japonês.
(C) O uso da bomba atômica como arma de guerra.
(D) A falta de beleza no mundo.
SAIBA MAIS
Com a intenção de abordar o assunto. As metáforas da guerra, a rosa de Hiroshima assista ao vídeo que menciona algumas curiosidades sobre o conceito de metáfora e suas construções poéticas.
Acesse os materiais referentes a essa atividade clicando aqui: https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/propostas_didaticas/propostas-didaticas-lingua-portuguesa-eja-7a-serie/
Autoria: | Regina Cácia |
Formação: | Letras – Língua Portuguesa |
Componente Curricular: | Língua Portuguesa |
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento: | (EJALP0514) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo neles formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas, considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção |
Referencial teórico: | MORAES, Vinicius de. Antologia poética. Org. do autor. 13. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1976. ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática Metódica da Língua Portuguesa. 44ª edição. Editora Saraiva. São Paulo. 2001 CUNHA, Celso & CINTRA, Luís F. Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 3ª edição. Editora Nova Fronteira. Rio de Janeiro. 2001 |