Esta proposta de atividade de Língua Portuguesa é destinada aos estudantes do 6º Período da Educação de Jovens e Adultos – EJA.
A METÁFORA E A CONSTRUÇÃO POÉTICA
A metáfora é uma figura de linguagem central na construção poética, desempenhando um papel fundamental na criação de significado e na expressão de emoções, ideias e conceitos complexos de maneira condensada e evocativa. Ao entender a importância da metáfora na poesia, é possível apreciar como essa ferramenta linguística enriquece o texto literário e amplia suas possibilidades interpretativas.
Recorrente e trivial, a metáfora consiste em uma comparação implícita entre dois elementos distintos, onde um termo é usado em lugar de outro para sugerir uma semelhança entre eles. Veja agora alguns exemplos de metáforas em poemas da língua portuguesa, destacando como essa figura de linguagem é usada para criar imagens poderosas e transmitir significados profundos.
Soneto 11
“Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer…” – Luís de Camões
O poeta Camões usa a metáfora do fogo para representar o amor. O “fogo” sugere a intensidade, a paixão e até a dor do amor, enquanto “arde sem se ver” indica que esse sentimento é forte, mas muitas vezes invisível.
Mar Português (da obra Mensagem)
” Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu. ” – Fernando Pessoa
Nesta poesia, o autor Fernando Pessoa sugere que a grandeza da alma, ou a profundidade de espírito, determina o valor e o significado das experiências. A “alma pequena” implica limitação.
A metáfora é essencial na poesia porque transforma a linguagem comum em uma ferramenta poderosa de expressão artística. Ela permite que os poetas transcendam a realidade literal, criando mundos de significado.
Ao estudar e apreciar as metáforas, é possível entender melhor as camadas de significado que a poesia oferece, além de desenvolver uma sensibilidade maior para a beleza e a complexidade da linguagem poética.
RESPONDA AS QUESTÕES
QUESTÃO 1
Leia os trechos abaixo e identifique a metáfora presente em cada um deles. Em seguida, explique o que a metáfora sugere:
a) “O amor é o que se aprende no limite.” (Carlos Drummond de Andrade)
b) “Depois do sol… Fez-se noite com tal mistério.” (Cecília Meireles)
c) “O mundo é um moinho.” (Cartola)
d) “A noite é uma criança.” (Dito popular)
e) “Quem sabe a morte, angústia de quem vive… ” (Vinícius de Moraes)
f) ” Com perdão da palavra, sou um mistério para mim. ” (Clarice Lispector)
QUESTÃO 2
Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade, “No meio do caminho”:
“No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.”
a) Analise o uso da metáfora “pedra no caminho” neste poema.
b) Explique como essa metáfora contribui para o entendimento da mensagem do poema.
QUESTÃO 3
A principal função da metáfora em textos poéticos é
(A) descrever ações de forma literal.
(B) comparar duas ideias de maneira direta.
(C) criar imagens vívidas e sugerir significados.
(D) explicar conceitos científicos complexos.
QUESTÃO 4
Em um poema sobre amor, indique a metáfora que sugere o amor como algo perigoso é
(A) “o amor é uma rosa vermelha.”
(B) “o amor é um labirinto sem saída.”
(C) “o amor é uma chama que ilumina.”
(D) “o amor é uma brisa suave.”
QUESTÃO 5
A frase abaixo que contém uma metáfora é
(A) “o céu está azul nas manhãs de domingo.”
(B) “o amor é uma chama que nunca se apaga.”
(C) “as folhas caem das árvores no outono.”
(D) “ela correu rapidamente pela estrada.”
Autoria: | Regina Cácia |
Formação: | Letras – Língua Portuguesa |
Componente Curricular: | Língua Portuguesa |
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento: | (EJALP0627) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de figuras de linguagem |
Referências: | PRETI, D. (2008) Nas “entrelinhas” da gramática. In: Palma, D., Hackerott, M. S., Bastos, N. B., Faccina, R. L. S. (orgs) Homenagem: Evanildo Bechara. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. RIBEIRO, João. (1933) Grammatica Portugueza. 22ª Ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves. RIBEIRO, Júlio (1919) Grammatica Portugueza. 13ª Ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves. ROCHA LIMA, C. H. (1976) Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio. |