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Museu Nacional de Belas Artes

História – O poder no Segundo Reinado

Esta proposta de atividade de História é destinada aos estudantes do 5º Período da Educação de Jovens e Adultos-EJA


Retrato de D. Pedro II. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Retrato_do_Imperador_Dom_Pedro_II.jpg> acesso em 08, dez. 2023.

O PODER NO SEGUNDO REINADO

A primeira tarefa do imperador Pedro II foi construir a estabilidade política que lhe permitisse governar. Desde a abdicação de D.Pedro I, dois grandes partidos revezavam-se no poder: os conservadores e os liberais.

Liberais e conservadores

Apesar de rivais, conservadores e liberais tinham muito em comum: mesma origem social, formação educacional na Universidade de Coimbra em Portugal, carreira na medicina e no direito, titulação e relações pessoais. Além disso, defendiam a escravidão e a continuação da estrutura vigente.

O ponto de divergência entre os dois ficava por conta da maior centralização ou descentralização do poder. Os liberais tendiam mais para a descentralização provincial. Já os conservadores defendiam a centralização.

Havia também diferenças quanto à composição. Os liberais, ou Luzias, formava-se em sua maioria de profissionais liberais urbanos unidos à agricultura de mercado interno e de áreas mais recentes de colonização. Já os Saquaremas, como eram chamados os conservadores, era composto a partir da aliança da burocracia com o grande comércio e a grande lavoura de exportação.

Conciliação

A afirmação do poder do imperador foi construída a partir do equilíbrio entre conservadores e liberais. De 1837 a 1853 houve uma alternância entre os dois partidos na composição dos gabinetes. A partir de 1853, por cinco anos, houve um gabinete composto pelos dois simultaneamente. Este período foi chamado de “Conciliação”.

A união demonstrou as fragilidades dos dois partidos e as potencialidades de intervenção da monarquia no jogo político. O Gabinete de Conciliação representou o fortalecimento do império e da figura do imperador. Foi a consolidação de uma estabilidade política que não ocorria desde a Independência. A conciliação fortaleceu a unidade de interesses das elites, mantendo uma estrutura centralizada em torno da figura do imperador.

A afirmação do imperador

Alguns fatores ajudaram no fortalecimento do governo. Primeiro, a falta de uma classe burguesa capaz de regular as relações sociais com mecanismos do mercado; e depois, o perfil homogêneo da elite dirigente em termos de extração social, ideologia e treinamento.

Assim, o Estado foi consolidando o comando nacional e o protecionismo econômico. Na burocracia, foi-se substituindo magistrados e militares por profissionais liberais, os bacharéis.

Na monarquia do Segundo Reinado, a maior parte das grandes decisões políticas era tomada no executivo e no legislativo. No topo da elite e da hierarquia estava o Conselho de Estado, um cargo vitalício, escolhido pelo imperador. Os ministros representavam o poder executivo, o imperador também tinha total liberdade de escolha. A seguir, os senadores; cargo que o imperador selecionava em listas tríplices, obtidas por eleição que ocorria dentro de certos critérios. Por fim os deputados, escolhidos por eleição. O Poder Moderador dava a primazia do veto em várias instâncias. Isso, mais a homogeneidade da elite, fez com que D. Pedro II, cada vez mais, pudesse reinar.

RESPONDA AS QUESTÕES

QUESTÃO 1

Liberais e conservadores eram dois grupos políticos rivais durante o império. Marque a opção correta sobre a atuação deles no Segundo Reinado.

(A) Sempre atuaram em conjunto concordando em todas as decisões.

(B) Apesar de algumas diferenças tinham muito em comum.

(C) Eram grupos opostos que polarizaram as disputas políticas.

(D) Nunca houve uma possibilidade de conciliação entre os dois.

QUESTÃO 2

A “Conciliação” foi um período marcado por:

(A) Um Gabinete composto por conservadores somente.

(B) Um Gabinete composto por liberais e conservadores.

(C) Um Gabinete composto por liberais somente.

(D) Um Gabinete em que as disputas foram ao seu ápice.

QUESTÃO 3

Uma das principais divergências entre liberais e conservadores era quanto à centralização ou descentralização do poder. O fortalecimento do poder do imperador representou o enfraquecimento do poder das províncias. Escreva um parágrafo sobre isso.

QUESTÃO 4

Liberais e conservadores concordavam quanto às principais questões do país. A continuação da escravidão é um exemplo. Faça uma comparação entre esse esforço das elites para a manutenção dos seus interesses no Império e nos dias de hoje.


Autoria:Anísio José Pereira Filho
Formação:História
Componente Curricular:História
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento:(EJAHI0547) Analisar o fortalecimento do Império brasileiro a partir do equilíbrio de forças políticas e da consolidação da economia voltada para a exportação.
Referencial teórico:SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. Companhia das Letras. Edição do Kindle.