Esta proposta de atividade de EDUCAÇÃO FÍSICA é destinada aos estudantes do 5ª Período da Educação de Jovens e Adultos – EJA.
O Papel das Mulheres em Esparta, Atenas, Roma e Europa Medieval
Você já parou para pensar no papel das mulheres ao longo da história? Muitas vezes, as narrativas históricas que aprendemos não dão o devido destaque às mulheres e suas contribuições. No entanto, a história delas está intrinsecamente ligada aos sistemas políticos, econômicos e culturais de suas épocas. Em Esparta, por exemplo, as mulheres viviam em uma sociedade militarista onde, surpreendentemente, tinham maior autonomia comparada a outras cidades-estado gregas. Elas eram incentivadas a se fortalecer fisicamente e a administrar propriedades na ausência dos homens, um reflexo direto das necessidades de uma sociedade voltada para a guerra.
Por outro lado, em Atenas, a situação era bem diferente. Apesar de ser o berço da democracia, essa liberdade não incluía as mulheres. Elas eram relegadas ao espaço doméstico, sem participação na política e com pouca ou nenhuma educação formal. Enquanto os homens construíam os pilares da democracia, as mulheres garantiam a estabilidade do lar, uma função importante, mas invisibilizada nas decisões públicas. Aqui, fica a pergunta: como podemos chamar de democrática uma sociedade que excluía metade de sua população?
Na Roma Antiga, o papel das mulheres variava mais conforme sua classe social. Mulheres da elite tinham algum grau de autonomia, podendo administrar propriedades e influenciar politicamente seus maridos ou filhos. Exemplos como Lívia Drusa, esposa de Augusto, mostram como algumas mulheres romanas exerceram poder indireto. Por outro lado, as plebeias e as escravas enfrentavam uma vida de trabalho duro, com poucas oportunidades de ascensão. Esse contraste nos faz refletir sobre como as desigualdades de gênero também estavam atravessadas por diferenças de classe.
Já na Europa Medieval, o feudalismo estruturava as relações sociais e, consequentemente, os papéis femininos. Mulheres nobres podiam administrar feudos na ausência dos maridos, enquanto as camponesas enfrentavam jornadas exaustivas no campo e no cuidado da família. A Igreja Católica desempenhava um papel central na definição desses papéis, promovendo o ideal da mulher virtuosa, mas também permitindo algumas exceções, como o protagonismo de abadessas e santas, como Joana d’Arc. Nesse contexto, a religião era ao mesmo tempo limitadora e uma via de poder para algumas mulheres.
Ao analisar esses diferentes períodos históricos, percebemos que o papel das mulheres era profundamente moldado pelos sistemas político-econômicos de suas épocas. Sociedades militaristas, como Esparta, conferiam maior protagonismo às mulheres, enquanto democracias restritivas, como Atenas, as excluíam quase completamente. Em Roma e na Europa Medieval, as possibilidades femininas estavam intimamente ligadas à classe social e à religião, destacando como as mulheres foram constantemente adaptando-se às estruturas de poder que as cercavam.
Essa reflexão histórica nos convida a olhar para o presente e questionar: até que ponto avançamos em reconhecer e valorizar o papel das mulheres? Entender essas narrativas não é apenas estudar o passado, mas também reconhecer as lutas e conquistas que moldaram o mundo em que vivemos hoje. Afinal, a história das mulheres não é um capítulo isolado, mas parte essencial da história da humanidade.
QUESTÃO 1
Ao comparar as condições de vida das mulheres em Esparta e Atenas, percebe-se uma grande diferença nos papéis sociais e nas liberdades concedidas. Explique como os sistemas político-econômicos de cada cidade influenciaram essas diferenças e reflita sobre o impacto dessas condições no protagonismo feminino em cada sociedade.
QUESTÃO 2
Na Roma Antiga e na Europa Medieval, o papel das mulheres variava de acordo com a classe social. Analise como essa relação entre gênero e classe determinava as possibilidades de poder e autonomia para as mulheres nesses períodos, dando exemplos de situações que evidenciam essas diferenças.
QUESTÃO 3
Enquanto os homens construíam os pilares da democracia ateniense, as mulheres garantiam a estabilidade do lar. Elas não tinham acesso à política nem à educação formal, ficando restritas ao espaço doméstico. Com base nessas informações e nos conhecimentos históricos, a exclusão das mulheres da vida pública na Atenas Antiga reflete
(A) a centralização do militarismo, que deslocava as mulheres para o espaço privado.
(B) o papel limitado da religião na definição das funções femininas na sociedade.
(C) a organização patriarcal, que excluía as mulheres do conceito de cidadania.
(D) a exclusão das mulheres do comércio e da produção agrária, limitando sua autonomia.
QUESTÃO 4
No feudalismo, as mulheres desempenhavam papéis fundamentais tanto na administração de terras quanto no trabalho no campo. Apesar disso, seus direitos eram limitados, e a Igreja Católica moldava os valores que orientavam suas vidas. Com base no exposto, conclui-se que no período medieval
(A) as mulheres tinham plenos direitos políticos e econômicos, independentemente de sua classe.
(B) a Igreja Católica limitava totalmente a participação feminina em questões sociais e culturais.
(C) nobres e camponesas viviam sob condições iguais no que diz respeito à sua autonomia.
(D) o papel feminino variava conforme a classe social e os valores religiosos dominantes.
Autoria: | Prof. Me. Júlio Cesar da Silva |
Formação: | Licenciatura em História |
Componente Curricular: | História |
Habilidades: | (EJAHI0436) Caracterizar e comparar a vida das mulheres em Esparta, Atenas, Roma e Europa Medieval;(EJAHI0437) Relacionar os sistemas político-econômicos da Grécia, Roma, Europa Medieval ao papel que as mulheres desempenhavam naqueles locais; |
Referências: | HISTÓRIA, Coleção Ensino Fundamental 6º Ano: V. 2. Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2024. p. 35-48.CAVICCHIOLI, M. R. A posição da mulher na Roma Antiga: do discurso acadêmico ao ato sexual. In:FUNARI, P. P. A.; FEITOSA, L. C.; SILVA, G. J. da. (Orgs.). Amor, desejo e poder na Antiguidade: Relações de gênero e representações do feminino. Campinas, Editora da Unicamp, 2003, pp. 287-295.LESSA, F. S. Mulheres de Atenas: Mélissa do Gineceu à Agorá. Rio de Janeiro, Laboratório de História Antiga (LHIA) do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2001. |